Dragon Age: Inquisition | Crítica
Épico da BioWare impressiona com mundo vasto e vivo
Quer jogar algo como um Skyrim da nova geração? Não precisa procurar muito. Dragon Age: Inquisition, vencedor do prêmio de jogo do ano do The Game Awards, é o RPG ocidental mais substancial lançado desde o último Elder Scrolls. Há centenas de coisas para se fazer, dezenas de horas para se passar explorando o mundo de Thedas, que é rico, profundo e absolutamente lindo.
Essa é a primeira coisa que se destaca em Inquisition. É um jogo que mostra o poder da nova geração de cara. Os gráficos, analisados por si só, são impressionantes. Cenários ricos em detalhes, com texturas em altíssima qualidade e designs que ajudam a nos convencer de que aquilo se trata de um ambiente vivo com ecosistemas, flora e fáuna estão presentes do começo ao fim de Dragon Age.
É fácil ficar perdido apenas olhando para a tela, e a exploração muitas vezes é motivada porque você simplesmente quer ver quais mais belas vistas estão presentes em Inquisition. Assim como o ambiente, os personagens e as criaturas do mundo também impressionam. Animações fluídas e naturais, inclusive nos rostos, e designs que misturam de forma eficaz o medieval e o fantasioso povoam as mais de 75 horas de jogatina.
O que também motiva a exploração em Dragon Age é o fato de que simplesmente há muita coisa pra se fazer. Esse é um jogo pra se jogar com paciência, com tempo, e sem pressa de ir a todos os lugares. Inquisition é massivo tanto em conteúdo quanto em profundidade. É possível que, ao viajar para um local, um oficial da inquisição mencione algo sobre os cidadãos estarem com frio e sem comida, e explorando o local, o jogador descobre side-quests que lidam diretamente com estas situações.
Um mundo de conteúdo integrado
Há dungeos para explorar, locais para se descobrir, armaduras para se melhorar. Todo o pacote de RPGs está aqui, e em grande escala. É impressionante ver quantas coisas a BioWare inseriu no jogo, e como boa parte do conteúdo não é simplesmente jogado. Tudo acrescenta à história, ao folclore, à mitologia e às narrativas. Não são apenas colecionáveis, não são apenas missões secundárias. Dragon Age não só tem muitas coisas para se fazer, ler ou explorar, como quase tudo recebeu a devida atenção e contribui para trazer à vida o mundo do jogo. Digo quase, pois também há algumas missões chatas, os famosos “fetch quests”. Elas consistem apenas de ir a um lugar, falar com uma pessoa, pegar algo e voltar.
Entretanto, essa variedade de atividades abre inúmeras opções de gameplay. Construir armas e armaduras, derrotar novos tipos de inimigos, melhorar as táticas da sua equipe e matar dragões são apenas alguns dos elementos presentes em Dragon Age: Inquisition. Ele é um RPG completo que oferece possibilidades para todos os tipos de jogares. As classes e subclasses garantem uma boa variedade de estilos de combate, e a forma com a qual você monta e utiliza sua equipe influência completamente no resultado final do gameplay. Inquisition pode ser extremamente estratégico ou pode permitir que você se preocupe apenas com seu personagem. Tudo tem vantagens e desvantagens.
Chefes de verdade
Uma das atividades presentes em Inquisition é, obviamente, matar dragões. Nos últimos anos, jogos como Skyrim e The Witcher 2 usaram as feras aladas de maneiras interessantes, e alguns encontros obtiveram resultados mais positivos do que outros. Mas, no novo Dragon Age, a BioWare garante que você sinta na pele o quão intensa e importante a batalha com um dragão é. São momentos de grande tensão, algo que lembra os chefes de jogos antigos, na qual a dificuldade é maior, mas a recompensa te prende pelo tempo que for necessário até que você obtenha a doce e deliciosa vitória.
Por fim, e algo que não é nenhuma supresa vindo da BioWare, Inquisition também é uma grande conquista do ponto de vista do enredo, narrativa e personagens. O mundo criado aqui é populado por diversas figuras, e o sentimento que tive jogando é que cada NPC tinha uma história para contar, uma vida desconhecida. A trama principal não é nada incrivelmente revolucionária, mas satisfaz. O que realmente enriquece a experiência são os personagens com ótimos diálogos - tanto no quesito roteiro quanto na dublagem - e o quão profundo o folclore do jogo é.
Dragon Age: Inquisition é um jogo completo. Visuais impressionantes, boa dublagem, variedade de gameplay e uma rica mitologia o tornam uma das experiências mais divertidas do ano. Ele pode ser cansativo aqui e ali, mas não se preocupe, as suas preciosas horas são bem investidas neste jogo.
Dragon Age: Inquisition foi lançado para PlayStation 4, PlayStation 3, Xbox One, Xbox 360, PC. A versão testada foi a de PC.