PlayerUnknown's Battlegrounds é um dos melhores jogos do ano. Mesmo que ele não saia do acesso antecipado antes de 2018, estarei feliz de colocá-lo na minha lista de favoritos e defender seu direito de participar (e ganhar) de premiações. Já gastei dezenas de horas nele no PC, e quando tive a oportunidade de testar a versão para console no Xbox One X em um revento realizado pela Microsoft nos EUA, era difícil saber o que esperar.

Por um lado, o que torna o jogo excelente - seu sistema de controle de mapa, sua tensa fase de preparação e coleta de itens, sua empolgante reta final e inteligente simplicidade de mecânicas - não dependem do PC para existir. Mas muito do que torna ele é bom é a facilidade e precisão que o mouse e teclado trazem. Em Battlegrounds, cada centímetro e cada segundo podem ser a diferença entre a vida e a morte. Será que a Bluehole conseguiria transferir isso tudo para o console, onde a precisão e o tempo de reação tendem a ser sacrificados em nome de uma experiência mais acessível?

A verdade é que as quatro partidas que joguei no Xbox só fizeram realçar tudo que o jogo tem de bom, e todos os seus defeitos. Tanto meus medos quanto minhas esperanças se tornaram realidade, e assim como a razão para seu sucesso ficou mais clara, o longo caminho que ele tem pela frente também se tornou mais nítido do que nunca.

Jogando no Xbox One, toda a tensão e mistério do jogo estavam lá. Cada porta fechada trazia com si um milhão de perguntas. "Alguém já passou por aqui? Essa porta foi fechada para que eu pense que não há ninguém na casa? Será que vale a pena sair do meu caminho para explorar aquele apartamento? Que tipo de arma está lá?" Sempre há variáveis, e são elas que tornam cada minuto de Battlegrounds interessante. Ao retirar qualquer tipo de equipamento do processo pré-jogo, a Bluehole fez um gameplay que, de momento a momento, é sempre divertido. Mesmo que você passe 20 minutos sem ver ninguém e morra no primeiro embate, o tempo passado explorando e coletando nunca parece ter sido desperdiçado.

PlayerUnknown's Battlegrounds
Bluehole Studios

Por outro lado, as limitações que o controle - mesmo o Xbox Elite Controller - trazem mostram que ainda há muito para melhorar. Os problemas exclusivos à versão de console dizem respeito à precisão e praticidade.

Os servidores onde eu joguei eram compartilhados com jogadores de PC, e inúmeras vezes eu senti que foi preciso um segundo a mais para mirar, ou que eu havia apontado a arma um pouco demais para a direita. Meu tempo de reação era menor, e isso me custou algumas vidas. Ao mesmo tempo, coletar e organizar itens era um pesadelo. A interface do PC não pode ser a mesma do console. Em um jogo onde cada segundo é valioso, era frustrante tentar e falhar colocar uma mira no meu rifle porque não era possível arrastá-la com o mouse.

Além disso, os problemas gerais do jogo - a falta de mecânicas de movimentação, que devem ser adicionadas no lançamento 1.0 de Battlegrounds, por exemplo - foram realçados no console. Coisas como essa são combatidas no PC com os recursos que mouse e teclado oferecem, mas o Xbox não esconde tão bem o aspecto early access do hit de PlayerUnknown. Jogando em 30fps e numa configuração que não parecia a máxima do computador, foi impossível não notar que os gráficos ainda deixam a desejar.

PlayerUnknown's Battlegrounds
Bluehole Studios

Felizmente, nada disso parece ser o suficiente para impedir que Battlegrounds crie no Xbox a mesma congregação fiel e viciada do PC. É difícil imaginar o console virando a plataforma principal do jogo, mas é ainda mais difícil ver um futuro onde a Bluehole não conserta as coisas citadas acima e atrai mais milhões de pessoas para sua ilha de assassinato.

Há muito trabalho pela frente, mas o conceito já foi testado e aprovado por inúmeros jogadores nos PCs, e se nosso tempo com o jogo no Xbox One X serviu para algo, foi para mostrar que onde quer que Battlegrounds esteja, ele vai deixar você tenso e preso à cadeira. Quando você pula do avião, não importa a plataforma, não importa se em suas mãos estão um controle ou um mouse e teclado. Só há a ilha, os outros 99 jogadores, e muitas mortes pela frente.