
Por que o Nintendo Switch se tornou a casa dos indies desta geração?
O console da Nintendo possui uma biblioteca vasta de jogos independentes, e dá total apoio a seus desenvolvedores
Chegando quase no final desta geração de consoles, a batalha entre serviços, jogos e outros atributos de cada console segue a todo vapor, como o mundo gamer já está mais do que acostumado. Uma guerra, entretanto, possui vencedor praticamente unânime: o Nintendo Switch é a atual casa dos indies.
Por uma série de motivos, o console da Big N virou referência quando o assunto é jogos independentes. Atualmente, é extremamente difícil ver um título deste nicho não sendo lançado para o Switch, assim como é fácil encontrar jogos já consagrados que chegaram à plataforma com algum atraso.
A Biblioteca
Logo ao entrar na Nintendo eShop norte-americana, é fácil perceber o carinho da empresa pelos jogos independentes: eles possuem uma seção específica na loja virtual, onde é possível encontrar alguns dos títulos que mais fizeram sucesso recentemente.
Hollow Knight, Undertale e, claro, Celeste, que chegou a ser indicado para o prêmio de Jogo do Ano, estão entre as várias opções disponíveis.
A impressão transmitida é de que a Nintendo quer aumentar ainda mais esse catálogo, trazendo até mesmo o aclamado Cuphead, que foi exclusivo de PC e Xbox One por mais de um ano antes de surpreendentemente chegar ao Switch.
O carinho com os desenvolvedores

Vários estúdios independentes já deixaram claro como sua relação com a Nintendo é excelente, chegando a comparar seu tratamento ao recebido por desenvolvedoras AAA. Rodrigo Batelli, representante da distribuidora da Devolver no Brasil, dá coro à afirmação:
“Tem sido incrível de ver, na maioria das vezes, o quão rápido a Nintendo fornece aos desenvolvedores menores os kits de desenvolvimento. Dos pitches de jogos que vemos acontecendo, quase metade deles acabam recebendo um kit de desenvolvimento para o Nintendo Switch”, elogia.
Ele ainda afirma que, em questões de marketing, promoções e comunicação, a Nintendo trata os indies da mesma maneira que jogos maiores: “Isso faz com que as publishers e os desenvolvedores sintam que recebam um tratamento justo e são reconhecidos por suas contribuições”.
A Aquiris, desenvolvedora brasileira que emplacou Horizon Chase Turbo na loja da Nintendo, não entra em detalhes sobre a negociação, mas também exalta a Big N: “Dito isto, a nossa relação com a Nintendo é excelente, e acredito que eles gostaram muito do Horizon Chase Turbo, haja visto a coletânea que o Kirk Scott fez no fim do ano passado, sugerindo que a comunidade conhecesse o nosso jogo”, afirma o Diretor de Negócios, Sandro Manfredini.
No caso, Manfredini está falando sobre o programa Kirk’s Catches, onde Kirk Scott, que se auto-identifica como “o cara dos Nindies” indicou o game da Aquiris. O programa pode ser encontrado no Canal Indie da Nintendo eShop.
Um público engajado
Tanto Batelli quanto Manfredini concordam que o público do Nintendo Switch está muito interessado nos indies. Números de vendas e manifestações da comunidade são alguns dos exemplos dados por ambos como prova do sucesso entre os gamers.
“Uma coisa que ficou clara para nossa equipe, é o 'apetite' que o público do Switch tem por indies, uma vez que nossos lançamentos e outros indies sempre estão na lista dos mais vendidos na eShop, junto com os grandes lançamentos third-party e os próprios jogos da Nintendo”, conta o representante da Devolver.
Manfredini afirma que a comunidade da Nintendo possui uma receptividade “natural” aos Nindies, e ainda coloca a portabilidade como um fator para o grande sucesso: “Conto com o fator da portabilidade e da busca por jogos mais casuais, como um descanso para os AAA tão intensos de hoje”.
O sucesso dos indies no Switch não é nenhum acaso. Com uma nova geração de consoles já no horizonte, resta aguardar as movimentações da concorrência para valorizar ainda mais - ou não - esse mercado tão vasto e recheado de jogos incríveis.