Mais de três anos após seu lançamento original, o Nintendo Switch chega oficialmente ao Brasil em 18 de setembro, revelou a Nintendo nesta sexta-feira (04).
O console será lançado no país com o preço sugerido de R$ 2.999 e chega nas duas cores em que está já disponível em outros mercados: o Switch com controles Joy-Con cinza e o Switch com os Joy-Con azul neon e vermelho neon.
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O Switch estará disponível em lojas selecionadas das Lojas Americanas e Magazine Luiza, assim como nas lojas virtuais Americanas.com.br, Magazineluiza.com.br e Submarino.com.br.
Além do console, a Nintendo também disponibilizará o Controle Pro no país, por R$ 469, e pares de Joy-Con avulsos, por R$ 499. Os Joy-Con extras estarão disponíveis nas cores verde neon e rosa neon, e azul neon e vermelho neon.
O Switch que desembarca no mercado brasileiro é a versão revisada do console, lançada no ano passado e que conta com maior autonomia de bateria. A empresa planeja também trazer o Switch Lite ao mercado brasileiro em 2021, mas ainda não tem uma janela de lançamento confirmada para a versão totalmente portátil do Switch.
Além do console híbrido, a embalagem do Switch traz um suporte para os Joy-Con, um conjunto de alças para os Joy-Con, uma base para o Switch, um cabo HDMI, um adaptador AC para o Brasil e um panfleto para início rápido em português brasileiro.
A chegada do Switch de forma oficial ao Brasil marca um retorno da companhia ao mercado nacional cinco anos após a Nintendo ter anunciado que deixaria de comercializar consoles e jogos por aqui.
Na ocasião da saída, anunciada em janeiro de 2015, Bill van Zyll, diretor da Nintendo para a América Latina, afirmou que a decisão foi tomada por conta dos altos impostos do país, que tornavam "insustentável" o modelo de distribuição que a companhia adotava no Brasil.
Agora, o retorno da Nintendo é calcado no mesmo argumento: impostos. Mais precisamente, na redução de alguns deles nos últimos anos, que tornou a importação de consoles para o mercado brasileiro novamente atrativo para a companhia. Isso, é claro, significa que os consoles vendidos por aqui ainda serão importados, já que a companhia “não está considerando” a fabricação ou montagem local de dispositivos.
Desda vez, a Nintendo também afirma ter adotado uma estrutura mais “simplificada” e “direta” para a atuação, em parcerias as distribuidoras as Ingram Micro Brasil e a Rcell, que têm capilaridade e conhecimento do mercado nacional, para estruturar uma operação de longo prazo.
"Nós estamos trabalhando com um modelo de distribuição simplificado e mais direto, nós selecionamos os parceiros cuidadosamente e queremos garantir que aprendemos com as experiências do passado, para que possamos construir algo que seja sustentável e que possamos expandir", comentou van Zyll em entrevista ao The Enemy.
Na prática, a reaproximação ainda parece um tanto quanto cuidadosa, e pode frustrar algumas expectativas de consumidores quanto ao que podemos esperar da Nintendo com a chegada do Switch no Brasil.
O lançamento do console, por exemplo, não significa teremos jogos em embalagens localizadas, ou mesmo cartuchos do Switch sendo vendidos de forma oficial por aqui. De acordo com van Zyll, a estratégia da companhia segue sendo na distribuição de conteúdo digital – seja através da Loja Nintendo ou de parceiros de varejo que comercializam códigos de jogos.
“Isso está ligado à estrutura de custos, tarifas e impostos, e o impacto de cartuchos importados no Brasil”, explica. “Nós estamos muito conscientes dos nossos preços e, em última instância, é do interesse de todos, e certamente da Nintendo, que é muito focada no consumidor, fazer da nossa experiência a mais acessível possível. A realidade atualmente é que jogos digitais poderão ser oferecidos a um preço mais acessível do que jogos em cartucho”.
O mesmo vale para a localização de games da Nintendo para o português brasileiro, uma das principais demandas de fãs da empresa no país. Na avaliação do diretor, a chegada do Switch ao país “cria pressão e momento” na direção de jogos localizados, mas, em última instância, isso é algo que segue sem qualquer previsão de se tornar realidade.
“Todo o processo de localização, há muito envolvido [...] não é apenas uma questão de traduzir algo, existem componentes técnicos. Então você adiciona a isso à essência, a cultura e a mentalidade da Nintendo. Isso é algo que tendemos a ser muito deliberados, queremos sempre fazer as coisas certas, de alta qualidade”, justifica. “E o desafio com a localização vai além da tradução, é acertar o contexto, acertar o humor, que algo que a Nintendo, tentando trazer essa qualidade para o consumidor, está muito focada e consciente”.
Há boas, no entanto, algumas boas notícias. Uma delas é que a companhia planeja reformular a eShop brasileira para que ela traga mais conteúdo. Lançada em 2018, a eShop nacional permite hoje apenas a compra de códigos digitais, que podem ser resgatados no Switch pelo usuário – e tem tido bons resultados, na avaliação da companhia.
“Nós estamos bem contentes com os resultados que estamos vendo na Loja Nintendo e que estamos vendo com a venda de conteúdo digital através de parceiros de varejo, seja com os cartões de conteúdo ou dos códigos digitais vendidos e enviados ao consumidor”, afirmou van Zyll. “Os resultados são positivos e estamos felizes com isso, mas com a vinda do Switch para o Brasil, esperamos que esses números cresçam significamente”.
O executivo reforça, no entanto, que a empresa já “está trabalhando” para expandir a experiência do eShop nacional e para oferecer mais recursos – ainda que mais detalhes ou uma janela de lançamento para a chegada de novas funções não tenham sido compartilhados.
Outro fronte que será reforçado é o do suporte técnico. Segundo van Zyll, a Nintendo está “renovando” o suporte técnico para o país com uma nova plataforma virtual em português brasileiro, na qual consumidores poderão tirar dúvidas rápidas sobre o console e serviços da empresa.
Além disso, a companhia também ativou um novo centro de serviços no Brasil, que já em funcionamento, e será responsável por lidar com as demandas técnicas ligadas ao console no país. “Esse centro de serviços irá prover garantia e prover serviços no Brasil para o Nintendo Switch”, afirmou.