O Museu da Nintendo abriu as portas no Japão, mas ele poderia não ter existido. Quem diz isso é o game designer Shigeru Miyamoto, em entrevista ao site IGN.

De acordo com Miyamoto, o museu não teria a aprovação de Hiroshi Yamauchi, ex-presidente da Nintendo, falecido em 2013.

“Pode-se dizer que estamos meio que fazendo algo que não deveríamos fazer. Se [o ex-presidente da Nintendo Hiroshi] Yamauchi ouvisse isso, acho que ele nos diria para parar imediatamente!", comentou o designer.

De acordo com Miyamoto, isso tem uma justificativa: o pensamento de que a Nintendo não pode viver de passado, mas sempre focar no produto atual e evoluir. "A Nintendo é uma empresa que se conecta com seus consumidores por meio de produtos. Não promovemos a empresa em si, apenas os produtos. Podemos estar falando sobre quantos anos Mario fez, mas não falamos sobre quantas unidades um determinado jogo vendeu. É isso que a Nintendo tradicionalmente faz, mas o ambiente mudou e começamos a revisitar esse pensamento", complementou.

Ele também lembrou um pouco sobre a filosofia do próprio ex-presidente, em relação a vendas. "Yamauchi costumava dizer que muitas empresas colocam muito esforço e recursos em vendas para garantir que o produto seja bem anunciado para que ele alcance maiores vendas. No entanto, a filosofia do próprio Yamauchi era o oposto. Ele acreditava que se você precisa anunciar demais algo para vender, não vender nada é melhor"", finalizou.

O Museu da Nintendo já está aberto em Kioto, no Japão. Os ingressos custam cerca de 3.300 ienes (mais ou menos R$ 130) para adultos, com faixas de preço mais baratas para crianças.