Revitalizar um clássico é uma tarefa dificílima, mas que sempre é encarada de peito aberto pela Square Enix. Depois dos dois capítulos megalomaníacos refazendo Final Fantasy VII, a empresa adotou uma postura mais conservadora com sua outra grande franquia. Dragon Quest 3 HD-2D Remake coloca ambientes deslumbrantes no jogo de 1988, e em meio aos testes de Summer Game Fest, o The Enemy teve a oportunidade de experimentar um pouco dessa aventura.
Antes de jogar, a equipe da Square deu algumas contextualizações sobre o Remake e o que esperar do game. Tirando o elefante da sala, a empresa explicou o porquê de não ter feito um remake do primeiro ou do segundo jogo, e ter começado direto pelo terceiro: Dragon Quest 3 inicia a história de Erdrick.
O enredo, inclusive, foi expandido para essa reimaginação. Sob aval de Yuji Horii, a mente por trás do game original, a Square afirma que trará novidades para manter o jogo fresco mesmo para os fãs mais assíduos da franquia. Ainda assim, ela garante que as adições não serão tão robustas, mantendo a essência da história.
Essa expansão anda de mãos dadas com o avanço tecnológico, que permite a criação de cenários bem mais bonitos e variados,consequentemente, melhorando a imersão do jogador naquele universo.
O gameplay também evoluiu após quase 30 anos. A principal novidade é a de batalhas automáticas: é possível dar papéis definidos aos membros da sua equipe, e não necessariamente dar comandos específicos a cada turno, dando uma dinamicidade maior para os confrontos.
Já passando para nossas primeiras impressões, essa adição se prova um acerto logo nas primeiras horas de jogo. É possível escolher alguns comportamentos pré-determinados, como focar em cura, economizar mana ou apenas batalhar de maneira balanceada, e a sensação inicial é de que o sistema funciona bem.
Desde o começo, a party é composta por quatro integrantes, e escolher o movimento de cada um deles seria no mínimo tedioso, principalmente ao pensar que um dos objetivos da Square com o Remake é atrair novos fãs.
Dragon Quest 3 era, originalmente, um jogo lento e que requeria bastante grind do jogador; essa cadência permanece no remake, e jogadores podem se surpreender com o quão difíceis são as batalhas contra Slimes aparentemente inofensivas. A automatização das lutas, somada com um acelerador das caixas de diálogo permite que tudo seja menos cansativo. Ainda assim, para quem preferir a gameplay tradicional, a opção está ali.
Talvez fosse interessante adicionar algum tempero moderno às batalhas em turnos, como Sea of Stars arriscou ao introduzir timings de ataque, defesa e o excelente Moonerang. Até o momento em que encerramos nossa demo, entretanto, não havia qualquer mecânica nesse estilo — vale citar, entretanto, que jogamos a primeira hora do game, e há espaço para surpresas mais à frente.
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A parte mais “burocrática” não se limita apenas à luta, e se expande para o gerenciamento de sua party. A maga da minha equipe, que tinha uma barra de vida baixíssima, morreu três vezes durante a demo, e trazê-la de volta à vida requisitava uma visita à cidade mais próxima para que um sacerdote a ressuscitasse; fast travel até era uma opção, mas o jogador precisa gastar um item para conseguir usá-lo.
De certa forma, esses aspectos mais truncados dão brilho à ambientação do jogo. Os gráficos 2D-HD são uma escolha excelente para exaltar o visual de Dragon Quest 3, e cada cenário é único; somando isso à trilha sonora, performada pela Orquestra Metropolitana de Tóquio, e às rápidas caminhadas de um ponto a outro, é fácil relevar esses momentos mais truncados e focar apenas no clima aventureiro.
Com lançamento marcado para 14 de novembro, Dragon Quest 3 HD-2D Remake será, no mínimo, uma maneira belíssima de reler um clássico.