Minha primeira vez com o NES

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Renato Bueno

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Alexandre Woloski

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Raphael 'PH' Santos

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Raphael Draccon

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Pablo Miyazawa

Pablo Miyazawa - Editor da Rolling Stone

"Como todo mundo naquela época, tive a sorte de jogar no NES de um amigo que ganhou de alguém que trouxe o console dos EUA. Não sonhava com um Nintendinho, porque sabia que era muita areia para nosso caminhão. Mas acabei jogando na casa desse amigo rico, e nada mais foi como antes. Felizmente para mim (e não para meus pais), a Gradiente lançou um clone do NES no Brasil, apelidado de Phantom System. Bons tempos da pirataria legalizada. Acabei optando pelo Phantom, e ganhei um no Natal de 1989. A evolução em relação ao Atari era até ridícula, mesmo com os primeiros jogos lançados sendo tão fracos. Ghostbusters era uma droga, mas parecia maravilhoso; Excitebike virou Super Bike; Gotcha virou Guerrilheiros Indomáveis; e havia o Super Mario Bros., que foi lançado aqui como Super Irmãos".

Renato Bueno - Jornalista

"Foi na casa de um amigo, não lembro exatamente o ano. A notícia era de que um parente dele tinha voltado dos Estados Unidos com um videogame novo, e a essa altura já tinha tanta gente na sala do cara que ninguém entendia mais nada. Parecia um pedaço do futuro chegando ali na minúscula cidade do interior, mas do que se tratava? Quando a poeira baixou e os adultos saíram, sobraram uns patinhos voando na tela e os moleques brigando pra ver quem ficava com a pistola. Uma pistola! Era Duck Hunt, e dali pra frente eu passei a entender menos ainda. A sensação era de que existia algo mágico - e virou covardia logo depois, quando botaram Super Mario Bros.".

Raphael 'PH' Santos - Editor do Iradex.net

"O primeiro real contato foi apenas com os olhos, pois comprar o console pro filho era uma desculpa de meu pai para minha mãe. Olhar já era o suficiente pra mim. Aquilo me treinava tanto que quando ele não estava por perto eu já conseguia jogar e utilizar todos os macetes que meu pai passara horas a finco para descobrir. Meu primeiro real sucesso em casa foi o Duck Hunt, pois ganhei o respeito daquele que mal deixava eu jogar quando descobri que era só encostar a pistola na TV que sempre iríamos acertar. Sim, com NES e com Duck Hunt eu fiz meu primeiro cheat. Quem nunca fez?"

Raphael Draccon - Autor de Fios de Prata e Dragões de Éter

"A primeira vez foi com o Phantom System, que somente há pouco tempo eu descobri que era um clone nacional do NES. Era normal os garotos da minha escola jogarem o Phantom tanto quanto o Master System. A lembrança que tenho realmente dele é com Double Dragon, que jogava na casa do meu vizinho".

Alexandre Woloski - Colecionador e editor da Game Sênior

"Lembro como se fosse hoje, ganhei ele de Natal no final dos anos 80, na época ele não existia no Brasil, apenas os seus clones eram comercializados por aqui como o Dynavision e o Phantom System. Junto com ele veio o cartucho do Contra. Joguei a noite de natal inteirinha aquele jogo, que era muito difícil por sinal, eu e meu irmão passamos a madrugada toda nele".

Meus jogos preferidos de NES

Pablo Miyazawa

"Eu jogava de tudo, sem restrições, mas naquela época era difícil bater os jogos do Mario. Super Mario Bros. 3 foi uma revolução drástica – quase parecido com o impacto dos games em CD em relação à geração de cartuchos das máquinas 16-bit".

Renato Bueno

"Depois de Super Mario e Duck Hunt, que marcaram aquele impacto inicial, os preferidos acabaram sendo After Burner e Contra. O primeiro por uma ilusão de liberdade e "mundo aberto" que me enganava muito bem; o segundo por ser aquele espetáculo de tiros, malabarismos explosões... uma celebração orquestrada que você não queria que acabasse nunca".

Raphael 'PH' Santos

"Mega Man, desde o susto da primeira jogada até o fim, foi uma tensão só. Era questão de honra fazer aquela mancha pixelada azul ir até o fim de sua jornada. Era difícil! Passei a ver o ato de finalizar como uma exigência. (...) Recentemente eu estava jogando o Little Nemo, um dos jogos que mais faz a nostalgia me consumir. Lembro que dediquei 100% de umas férias de julho para Little Nemo e foi a primeira vez que viajei para casa de praia da família levando TV e console; depois de muito insistir, lógico".

Raphael Draccon

"Mario, Ninja Gaiden e, principalmente, Double Dragon. Além disso, Tartaruga Ninja, Simpson, Castlevania, Megaman e Zelda foram essenciais porque eram franquias que vimos nascer naquela mídia".

Alexandre Woloski

"Na época eu jogava muito Mario, Turtles II e Battletoads. Porém, apenas depois de velho e após ter me tornado colecionador, eu pude ter acesso aos melhores jogos do console: Final Fantasy, Castlevania, Metroid e Zelda, este último sendo o meu preferido da plataforma".

A importância do NES na minha vida com os games

Pablo Miyazawa

"Foi onde tudo começou. A maioria das pessoas de minha geração jogou Atari, era praticamente um brinquedo para adultos. Já o NES, não – era preciso ter algo a mais pelos games para apreciá-lo, apesar de ser muito fácil de se viciar naquilo. Foi o sistema que nos mostrou do que essas máquinas seriam capazes. Foi onde o encanto começou para valer. Se não fosse pelo Nintendinho, certamente eu não estaria onde estou hoje, profissionalmente falando – e não, isso não é um exagero".

Renato Bueno

"Naquela época não era possível ter nada além de um Atari, e quando passou a ser possível já era hora de Mega Drive. Então o Nintendinho foi um videogame que eu nunca consegui ter quando gostaria, mas que sempre admirei - fosse jogando na casa de amigos ou revisitando o assunto mais tarde, como jornalista. Foi um videogame de uma simplicidade até inocente, mas que serviu de plataforma para tantas criações ousadas... Ele foi não só um canal primordial para muitos criadores talentosos, mas também uma influência fatal para gerações futuras. Para mim, foi um dos maiores exemplos de como a arte pode se superar nas limitações da tecnologia".

Raphael 'PH' Santos

"O NES me mostrou, ao contrário de alguns antecessores, que um jogo pode ter uma história, pode ter diálogos. O NES me fez prestar atenção no ainda imaturo ato de fazer a trilha sonora encaixar em determinados momentos. Esse console é o grande responsável por até hoje eu respirar essa indústria dos games. O NES criou em mim o sentimento que mais tarde foi plenamente refinado com o SNES. Alguns chamam de vício, outros de necessidade... eu simplesmente não sei como é uma casa sem um videogame. Casa infeliz, no mínimo".

Raphael Draccon

"A continuidade de séries como Ninja Gaiden e Double Dragon geraram um sentimento que não havia sentido até ali com games. Isso com certeza me dava mais gosto por ser jogador de videogame, como me dava mais gosto por ler livros ou assistir a filmes. Atualmente tanto se fala em multimídia, em mídias de multiplataformas, mas se existem criadores capazes de prover conteúdo para uma história pensada dessa maneira hoje em dia, é porque cresceram vivenciando essa pureza de sentimento".

Alexandre Woloski

"Eu comecei a acompanhar o enredo dos jogos, que por mais que sejam limitados, eles tentavam passar alguma informação relevante. Posso considerar que eu entrei realmente no mundo dos games por causa do NES, pois foi o primeiro console que fez eu me viciar naquilo tudo".

O NES no futuro: jogos que merecem remakes

Pablo Miyazawa

"Eu gostaria de ver um remake descolado de Super Mario Bros. 2 (aquele dos rabanetes). Adoro o primeiro Teenage Mutant Ninja Turtles, é bastante cerebral e valeria uma releitura. E os grandes jogos de plataforma daquela época dificilmente foram recriados da maneira certa – não adianta pegar um game originalmente em 2D e colocar em ambiente tridimensional (como foi feito com Ninja Gaiden, por exemplo). Se alguém tiver outra ideia de como homenagear essas franquias clássicas sem apelar para o 3D fácil, eu vou pagar para ver".

Renato Bueno

"É delicado lidar com remakes, mas vamos imaginar uma realidade em que a Capcom teria os dons necessários para reviver Ghosts 'n Goblins de uma maneira autêntica. Seria incrível. Um jogo cômico, desafiador, instigante - e que ainda pode render muitas alegrias".

Raphael 'PH' Santos

"Eu adoraria mesmo era jogar Mega Man. É meio que um sonho jogar Mega Man com uma roupagem mais atual, realmente tecnológica e colocando o personagem principal em um cenário com robôs gigantes e tudo mais. É um tanto controverso nas rodas de amigo, mas sempre julguei Mega Man como um dos jogos com maior potencia de histórias dramáticas. Desde a concepção do personagem principal até os finais dos jogos, aquilo nunca foi uma história feliz.


Raphael Draccon

"Ninja Gaiden, mas não como foi adaptado. Uma adaptação que respeitasse a mitologia e a magia que se criou no NES. Gostaria de jogar em uma Tóquio de mundo aberto, estilo GTA e Sleeping Dogs, com Ryu Hayabusa tacando o terror na sua jornada contra outros clãs. Além disso, Mega Man bem que merecia uma versão moderna, com gráficos atualizados, nos moldes de Gears of War".

Alexandre Woloski

"Battletoads, sem dúvida".

Histórias sobre o NES: passado, presente e futuro

30 curiosidades sobre o NES