O dia 4 de fevereiro de 2019 foi marcado pelo lançamento surpresa de Apex Legends, um battle royale que tomou de assalto os consoles e PCs e hoje é um dos principais jogos da Electronic Arts. Amanhã, dia 17 de maio de 2022, a vai tentar fazer o mesmo barulho nos celulares.
Apex Legends foi criado pela Respawn Entertainment que se passa no universo de Titanfall e se tornou a queridinha aos olhos da softhouse (e um ponto de descontentamento por parte dos fãs da série principal). Agora a versão mobile vai entrar em ambiente de concorrência muito maior e mais voraz.
O universo dos celulares é muito mais acirrado, com Free Fire e Fortnite dominando o cenário de Battle Royales móveis, sem contar o forte investimento que existe em Call of Duty - nada muito diferente do que Apex Legends enfrentou na época de seu lançamento.
Lendas lendárias
Comparado com seu irmão mais velho, Apex Legends Mobile traz 9 das 20 Lendas (os personagens do jogo) e completa seu esquadrão inicial com um personagem completamente novo e exclusivo para a plataforma: Fade - o qual vamos falar mais profundamente abaixo.
Para quem se lembra dos primórdios de Apex Legends, vai encontrar as Lendas Bangalore, Bloodhound, Caustic, Gibraltar, Lifeline, Mirage, Octane, Pathfinder e Wraith. Esses personagens chegam aos celulares de uma forma bastante fiel ao que conhecemos no PC, com todas suas habilidades e carisma conhecidos.
Fade é um personagem pensado em exacerbar a mobilidade de Apex Legends, sendo muito mais elegante em seus movimentos e agressividade. Sua passiva faz com que ele se movimente mais rápido por um curto período de tempo após realizar um slide. Essa habilidade tem um cooldown que faz com que os jogadores extrapolem o ritmo de jogo.
Já sua habilidade tática permite que Fade volte para a posição que o personagem estava alguns segundos antes, permitindo sair de emboscadas ou de um posicionamento arriscado, ao mesmo tempo em que jogadores mais habilidosos consiga usar essa mesma tática para criar oportunidades para surpreender seus adversários.
A ultimate de Fade arremessa uma granada em área que empurra os adversários ao mesmo tempo em que os marca, fazendo com que o jogador consiga usar essa habilidade tanto na ofensiva quanto na defensiva.
É preciso reforçar o que os produtores disseram: Fade é um personagem exclusivo para as plataformas mobile e não há previsão se essa Lenda chegará ao PC e consoles.
Assim como na versão HD (como os produtores chamam Apex Legends para PC e consoles), você vai liberando esses personagens aos poucos para conhecê-los melhor. Porém, aqui eles são liberados conforme você vai jogando e ganhando níveis. Pelo menos no lançamento, Fade é liberado pelo batalha gratuito.
Nesse ponto eu preciso dizer que Apex Legends Mobile é muito mais leniente do que sua contrapartida HD, que no início foi duramente criticada por exigir muitas partidas para conseguir liberar os personagens. Sim, para chegar à nova Lenda você vai precisar jogar bastante, até pelo menos ao nível 25 do passe de batalha, mas convenhamos que não é tanto.
Vale lembrar que os novos jogadores vão poder entrar em um universo rico, com uma narrativa muito instigante e que apresenta nuances que dão brilho às histórias de cada um dos personagens e como eles chegaram ao esporte.
Sim, pode soar estranho, mas no game os personagens se enfrentam num esporte chamado Apex Games, uma modalidade sangrenta altamente popular e televisionada pelo misterioso Mercenary Syndicate e gerenciado por sua Comissão de Jogos.
Batalhando no mobile
Apex Legends Mobile chega ser assustador de como os estúdios Lightspeed e Quantum conseguiram condensar os mapas Confins do Mundo e Desfiladeiro do Rei na telinha dos celular e fazer com que 60 pessoas joguem juntas de uma forma divertida e empolgante.
O jogo é incrivelmente belo e isso, por vezes, me deixou de queixo caído com a qualidade gráfica que temos em um celular nos dias atuais. Ao mesmo tempo, me pergunto se o game vai ter a mesma definição em aparelhos mais modestos.
Os testes foram realizados no iPad e em um Galaxy S22 Ultra, alguns dos melhores dispositivos para jogos mobile da atualidade. Esses dois aparelhos têm um grande hardware e rodam o game de uma maneira bem fluída, mas fico me indagando de como deve ser em um celular mais modesto - e onde Free Fire brilha e rouba a cena.
Você pode jogar tanto em primeira pessoa, sendo uma boa alternativa para quem está acostumado com a versão HD, ou em terceira pessoa, seguindo a moda lançada pelo Freefas.
Eu prefiro jogar em terceira pessoa, que dá uma visão mais ampla do mapa e também do personagem, além de ser mais fácil reconhecer adversários e fazer as manobras de movimentação.
Porém, inicialmente, por três ou quatro partidas, me senti perdido com os controles em primeira pessoa. Atirar e mover a câmera não é uma tarefa tão simples e mesmo com a assistência de mira, acertar alvos à média distância era um pouco complicado. Esse período de adaptação é comum, principalmente para quem joga Call of Duty Mobile - que ajuda muito mais com a pontaria mesmo a longas distâncias.
Já o modo em terceira pessoa pareceu bem similar ao Free Fire até mesmo nos ajustes para acertar um “capa” (headshot). A grande diferença aqui é que, mesmo em terceira pessoa, quando você começa atirar, a visão vai para 1ª pessoa para você fazer os ajustes mais simples.
Meu maior ponto é que até você se acostumar, vai acabar desperdiçando munição e todos sabemos que battle royales os recursos são escassos. Minha maior recomendação para quem não quer se sentir frustrado é passar nos modos de treinamento antes de cair de cabeça no jogo em si. Assim você vai aprender todos os comandos antes de levar um tiro sem saber de onde veio.
Mas vale lembrar que esse é um jogo mobile no qual a EA e os os estúdios Lightspeed e Quantum querem fazer de tudo para que você sinta que esse é um jogo pensado completamente para o estilo que a plataforma exige.
Um exemplo disso são as temporadas, que são mais curtas do que no PC e consoles. Segundo os produtores elas serão 1 mês mais curtas e com recompensas mais interessantes para os jogadores da plataforma. Além disso, eles prometeram que os preços de itens serão regionalizados para se adequar à realidade de cada região.
Infelizmente, no momento em que fizemos os testes do jogo não era possível acessar a loja para ver os preços praticados nos pacotes - mas assim que o game estiver disponível para o público amplo, voltaremos a falar do assunto aqui no The Enemy.
Outra coisa que foi prometida é que no futuro os eventos para Mobile serão diferentes do que vemos na versão HD, com mudanças nos mapas, modalidades de jogo e até mesmo novos personagens.
No fim das contas, jogar Apex Legends Mobile foi uma ótima experiência. Como todo jogo de tiro mobile você vai precisar passar por um processo de adaptação. Quanto à jogabilidade, sinto que a mudança de perspectiva na hora de fazer os disparos é um ponto onde o novo jogador vai se frustrar mais - ficar sem balas em um jogo do gênero é um grande problema para o jogador.
Lightspeed e Quantum Studios fizeram um trabalho excelente na qualidade gráfica e, se conseguirem fazer o mesmo trabalho que a Respawn faz na versão HD, esse game vai ser um grande sucesso. Porém, será que vai conseguir bater de frente com Free Fire e Fortnite? O tempo vai dizer…
- Lançamento
17.05.2022
- Publicadora
Electronic Arts
- Desenvolvedora
Lightspeed e Quantum Studios
- Censura
14 anos
- Gênero
Battle Royale