Anos após controvérsia e o encerramento de uma das maiores franquias da geração passada, Mass Effect está de volta - mas esqueça tudo que você já sabe sobre esse universo. Mais de 600 anos após o segundo título, Andromeda leva a série e a raça humana à uma nova galáxia para conhecer lugares, eventos e aliens inéditos. Por que a uma mudança tão drástica? Tiramos essa e outras dúvidas com Fabrice Condominas, produtor do game que esteve de passagem por São Paulo para promover o título inédito da BioWare.

Pensamos em novos personagens e em uma galáxia inédita, criando um novo contexto”, contou o produtor. “Isso nos permitiu garantir que tanto os jogadores quanto os protagonistas possam crescer dentro desse universo pois nosso herói também começa tendo pouco experiência, diferente de Shepard. Nosso objetivo é que os jogadores cresçam também e, lentamente, sejam apresentados à essa nova galáxia enquanto também descobre o universo de Mass Effect.

Além da troca de ambientação, o game também ousou na hora de deixar de lado o protagonista que deu a cara para a franquia desde seu início - mesmo que sua história tenha sido concluída. Segundo Condominas, foi um sacrifício necessário pois a saga é muito maior que o personagem: “Penso que Mass Effect cresceu além de Shepard. É importante que sua aventura tenha sido apenas isso: uma história dentro do universo do jogo que serviu muito bem para apresenta-lo ao mundo. Concluímos sua jornada para não ficarmos presos nas mesmas regras, territórios e rostos. Não queríamos isso.

Apesar dos vários derivados como quadrinhos e livros, o coração da saga continua sendo os videogames, e queríamos mostrar ao público que existem algumas bases estabelecidas para identificar a franquia, como as questões sobre o lugar da raça humana na galáxia, a mistura entre ação e RPG, a exploração, etc. Todos esses são pontos fundamentais, e Shepard não é um deles.

Seja nos seus cenários ou enredo, Andromeda é sobre superar os limites conhecidos - tema que também pode ser observado na própria franquia que vem ganhando notoriedade além dos games, chegando até mesmo a contar com participações de astros como Natalie Dormer, de Game of Thrones, e Kumail Nanjiani, de Silicon Valley. O produtor explica: "Mass Effect está se popularizando no meio cinematográfico. Pessoas como J.J. Abrams ou James Gunn, diretor de Guardiões da Galáxia, ficam o tempo todo tuitando sobre a franquia, então o jogo está cada mais popular entre a comunidade de atores, o que facilita a escalação de famosos no game. Recebemos propostas de intérpretes pedindo para participarem mas não vou revelar nome algum. Boa tentativa”, brinca.

Felizmente, outro campo onde a saga vêm ganhando popularidade é no Brasil, algo que Condominas percebeu durante sua visita e que compartilhará com os demais desenvolvedores da BioWare. “Temos vários desenvolvedores brasileiros na equipe: o programador Fernando Secco e o designer de cinemáticas Guilherme Ramos, por exemplo. Por causa disso nós ficamos sabendo que existe sim uma comunidade brasileira de Mass Effect. Tenho que dizer que é a primeira vez que um dos membros do estúdio vêm ao Brasil mas, até o momento, é uma agradável surpresa. Ontem (19/3) tivemos um evento na Livraria Cultura e fiquei surpreso de ver que estava lotado, muita gente foi e houveram muitas perguntas profundas, mostrando que os fãs daqui tem um ótimo entendimento e paixão pela franquia.

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Por fim, é impossível discutir Andromeda sem mencionar o grande elefante branco na sala que são as bizarras animações faciais, que ganharam certa atenção nas semanas que antecederam o lançamento. O produtor aproveitou a oportunidade para reconhecer que o escopo do projeto garante que há tanto pontos altos quanto baixos: “É importante ter um balanço. No nosso caso é preciso lembrar que Andromeda é um jogo massivo, com muito conteúdo. Quando você fala de animação facial, por exemplo, é normal que títulos focados em narrativa e com literalmente centenas de horas de conversação usem personagens padrões, que não podem ser customizados: em Uncharted você é Nathan Drake e ponto final. É um fato que assim você tem maior controle sobre as cinemáticas e animações. Nós não fazemos isso. Te damos a opção de escolher entre um homem ou mulher e alterar sua aparência, ainda por cima podendo escolher entre diversas opções narrativas.

O que quero dizer é que quando há complexidade e tanto conteúdo assim, há erros e acertos. Agora, estamos coletando todo tipo de feedback para ver quais são as reclamações mais consistentes e tentaremos arrumar tudo que está ao nosso alcance”, concluiu.

Mass Effect: Andromeda está disponível para Xbox One, PlayStation 4 e Xbox One. Jogamos as primeiras horas no OmeleTV ao vivo - você pode assistir aqui.