O IEM Rio 2023 trouxe algumas das principais equipes de Counter-Strike: Global-Offensive (CS:GO) do mundo aos palcos do Jeunesse Arena. O evento acontece em menos de seis meses após o IEM Rio Major, e o The Enemy conversou com exclusividade com a ESL para falar não apenas do retorno para a cidade carioca, mas também sobre outros campeonatos que vão acontecer no futuro no território nacional.

O papo rolou com Marc Winther Kristensen, Chefe do Ecossistemas de Games da ESL FACEIT Group's, que também falou sobre os times e a audiência brasileira e futuros torneios que podem acontecer em outras cidades brasileiras no futuro (confira abaixo na íntegra).

The Enemy: A ESL tem atuado na criação e desenvolvimento de torneios em vários países e já tem uma visão geral do potencial do público brasileiro. Qual é a sua perspectiva sobre o cenário do CS:GO no Brasil, tanto em termos de público quanto de nossas equipes?

Marc Winther Kristensen: Acho que a primeira coisa que precisamos falar é que ficamos surpresos com a receptividade da audiência brasileira que tivemos no Major do Rio no ano passado, desde a fase de grupos até o palco principal nos playoffs. 

Vimos a paixão, o fogo no olhar dos torcedores que estavam famintos para ter um grande evento de CS:GO aqui no Brasil. É claro, fazia muito tempo que já tínhamos passado por aqui e desde então, muita coisa aconteceu, como a pandemia e outros fatores. Foi algo incrível de ver e todo mundo estava cansado depois do Rio, mas ao mesmo tempo muito empolgados com o resultado.

Em termos de equipes, existem altos e baixos. Atualmente a FURIA é o que tem o maior destaque, mas no geral a gente vê que outros times também estão indo bem. Historicamente os times brasileiros sempre foram muito bem em Counter-Strike em geral, não apenas no Global Offensive, mas também no 1.6 e em outros jogos.

Mas Counter-Strike é um jogo que se conecta muito bem com a audiência brasileira. Isso, não quer dizer que os outros jogos não façam isso, mas essa história rica, esse nomes gigantescos como Fallen - que dizem que é seu último ano competitivo - claro, contribuem e muito para o cenário.

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Foto: Adela Sznajder/ESL

The Enemy: Esta é a segunda IEM que a ESL realiza no Rio de Janeiro. O torneio acontece em menos de seis meses e gostaríamos que você contasse ao nosso público o motivo de ter um segundo torneio na mesma cidade brasileira em um intervalo de tempo tão curto.

Marc Winther Kristensen: Quando a gente planeja nosso calendário de torneios, levamos em conta algo de longo prazo e a consistência. Nós temos os eventos em Colônia [Alemanha] e Katowice [Polônia], que sempre tem eventos anuais por que faz sentido. Lás as pessoas precisam de um tempo para ficar mais animadas para um evento e depois que o torneio passa as pessoas precisam de mais tempo para essa animação voltar.

Entretanto a pandemia nos trouxe muitos desafios e, com isso dito, o Major deveria ter sido realizado em 2020, e isso também nos fez com que o evento fosse constantemente adiado e que nos fez chegar a essa situação onde nossa única janela para trazer outro campeonato para o Brasil era essa época do ano. Então, em resumo, a pandemia é o que resultou nessa curta janela entre campeonatos.

Então podemos esperar que teremos outro campeonato da ESL nessa mesma época no ano que vem?

Claro, no momento não posso falar sobre nosso planejamento para o ano que vem, mas o que posso dizer é que a cadência de outros eventos para trazer ao Brasil é de algo entre 8 a 12 meses.

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Foto: Adela Sznajder/ESL

The Enemy: Há anos, a mídia brasileira e internacional têm dito que a cena de CS:GO no Brasil é uma grande potência tanto em termos de público quanto de qualidade de jogadores. Mas eu gostaria de saber da perspectiva da ESL: como é o cenário brasileiro para um organizador de torneios que opera em todo o mundo?

Marc Winther Kristensen: Acho que tem muito da cultura do Brasil. Nós fazemos eventos em todas as partes do mundo e vemos que existem culturas diferentes, pessoas diferentes, mas a gente compartilha a mesma paixão pelos jogos.

Existem algumas nuances que diferem quando a gente faz um torneio na Alemanha ou no Brasil. Foi a minha primeira vez no Brasil no ano passado e eu pude ver que as pessoas são fantásticas que criaram uma atmosfera sensacional. Não existem muitos locais onde a gente vê a mesma energia que vocês têm aqui no Brasil. 

Estamos vendo um movimento de criação de torcidas em torno dos times, mas que no Brasil existe ainda uma tradição de a torcida fazer seu próprio espetáculo, trazendo tambores, gritos de torcida, hinos, etc. Isso é definitivamente único da comunidade brasileira.

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The Enemy: A ESL já organizou eventos em Belo Horizonte, São Paulo e Rio. Mas o Brasil é um país enorme com muitos estados e muitos fãs de esportes eletrônicos. Existe a possibilidade de vermos torneios organizados pela ESL em outros estados?

Marc Winther Kristensen: Antes de mais nada, foi uma ótima decisão trazer dois eventos seguidos para o Rio, mas nós estamos sempre procurando outros lugares que podemos levar nossos torneios. Claro, sempre estamos vendo onde existe muitos pedidos e demanda dos brasileiros como uma IEM São Paulo ou uma IEM em Curitiba, por exemplo.. 

Nós estamos ouvindo a comunidade e para nós, é claro, é isso o que faz sentido. Precisamos também levar em consideração questões de infraestrutura que comporte viagens, hotéis, arena todas essas coisas, certo? Quando a gente analisa o pedido, também levamos em consideração tudo isso para decidir para onde nós vamos. 

Claro, não estou fazendo promessas, mas estamos de olho em outros locais para os nossos eventos que atendam todas as nossas necessidades para fazer um espetáculo incrível.


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