Antes de sequer começar a coluna de hoje, um desabafo irado.

Nos últimos anos, tem sido impossível eu assistir a um filme sem brigar no cinema. Será que é tão difícil um pingo de respeito numa sala de projeção? Pessoal, lugar de conversar é barzinho, restaurante, shopping, sua casa, sei lá, mas no cinema não! NO CINEMA, NÃO!!!! Pior: é sempre um casal idiota, com o machão provavelmente tentando adivinhar o final pra impressionar a tapada. E sou sempre eu a fazer o papel de chato que - olha o absurdo!!! - quer um pouco de silêncio.

Ufa! Falei. Que me desculpem os que não têm nada a ver com o peixe, mas precisava desabafar. Agora, se você fala no cinema. Please... vá pro Inferno.

Voltemos à programação normal.

Afogado em filmes

Desde a minha última coluna, pela minha relação foram simplesmente dezessete películas que eu teria que mencionar aqui. Como exagerei na dose, falo só dos principais, ok?

Primeiro os da categoria deixei pra vídeo (já expliquei isso aqui)

Pecado original (Original sin, 2001): Eu sabia que era ruim, mas não que fosse TÃO ruim. Reclamei tanto na devolução que a locadora não me cobrou a fita. Não vale nem pela semi-nudez de Angelina Jolie. As supostas cenas fortíssimas não passam de marketing pra fazer alguém ver esse traste.

Teenagers, as apimentadas (Bring it on, 2001): Com título de filme pornô, essa comédia (que aluguei meio escondido de tanta vergonha) tem apenas dois trunfos: Kirsten Dunst (sim, a Mary Jane de Homem-Aranha) e Eliza Dushku (Buffy) lavando carros de biquini. Vale quase tanto quanto Crossroads - amigas para sempre (Crossroads, 2002), que já resenhei aqui. Lógico que eu não podia deixar de conferir, né? Só pros mano.

Olhar de anjo (Angel eyes, 2001): É impressionante como Jennifer Lopez atua mal. O filme é ruim que dói. Roteiro bobo e previsível. Não é a toa que algumas coisas ficam pra vídeo!

As luzes de um verão (A la verticale de lete, 2000): Pra variar um pouco, uma produção vietnamita! Fotografia belíssima. Trilha sonora mais ainda. Quase caiu o meu queixo quando os protagonistas acordam ao som de Velvet Underground! E o que é melhor... isso acontece três vezes no filme! Pena que é arrastadíssimo e eu dormi nos dez minutos finais. Quando acordei, vi só a última frase e não dava tempo de assistir o que perdi.... se você souber de quem é o bebê da vietnamita bonitinha, me mande um e-mail, por favor.

Agora a categoria perdi no cinema; tive que esperar sair em vídeo

Requiem para um sonho (Requiem for a dream, 2000): Cara, vá assistir, me avisou o Forlani. Você não pode perder de maneira alguma. Mesmo assim, eu perdi. Maldito seja eu. O filme é absolutamente embasbacante. Edição fantástica, atuações impressionantes, fotografia linda, direção primorosa. Nunca um filme havia mexido tanto comigo. Cheguei até a passar um pouco mal no clímax da trama. Recomendo MUITO, mas já aviso... é fortíssimo.

A ponte do Rio Kwai (The Bridge on the River Kwai, 1957): Ei, claro que perdi esse no cinema! Eu nem havia sido concebido!!! Ah, David Lean (1908-1991)... um dos meus cinco diretores favoritos. O filme não é tão bom quanto Lawrence da Arábia ou Doutor Jivago, mesmo assim, uma aula de cinema. Dê preferência ao DVD. Os making-of´s das películas de Lean são um show à parte, pois os efeitos especiais eram todos feito na unha e sempre são detalhados no disco 2.

A aposta (The match, 1999): Na verdade, nem sei se entrou em cartaz por aqui. Adoro comédias inglesas. Os britânicos têm um senso de humor ótimo e costumam se sair muito bem no gênero. A aposta é exatamente assim... um filme completamente previsível, mas que te abre um largo sorriso ao final. Esse, então, uma ótima pedida para tempos de Copa do Mundo. É sobre futebol e uma aposta centenária que envolve toda uma cidadezinha escocesa.

Categoria final - Não matei a família e fui ao cinema, onde tentei matar um tagarela

Um ato de coragem (John Q, 2002): Esse, já resenhei aqui no Omelete, mas vale comentar o retorno que o artigo teve. Um leitor indignado disse que eu provavelmente não tenho filhos para criticar o ato da personagem de Denzel Washington. Está certo, não tenho filhos. Mesmo que tivesse, faria de tudo para salvá-lo, exceto ameaçar pessoas que, como eu, também têm seus filhos. Acredito pacas naquela frase que diz meu direito acaba quando começa o do outro, capice?

Quarto do Pânico (Panic Room, 2002): Se David Lean é um dos meus TOP 5, David Fincher é um dos TOP 10. O diretor de Se7en e Clube da luta está bem mais contido neste, obviamente, satisfazendo os anseios dos produtores em troca de dirigir outro filme doidão. Mesmo assim, vale cada segundo. Videogame total, cheio de referências pop bacanas. Uma curiosidade... no cinema em que eu fui, no ingresso estava escrito: O Quarto do Penico. :-)

Opinião vale ouro

Pelo menos para quem as recebe, vale sim.

A nova mania da televisão é o 0300, um serviço telefônico em que você paga para emitir sua opinião! Não é uma mina de ouro? Quem deve sair da casa? Fulano ou sicrano? Pague R$0,27 para nós e seu voto será computado! E as da Copa então? Você acha que o Brasil vai ganhar a Copa? Sim ou não? Pague 27 cents que a gente não tá nem aí.

Estou até pensando em criar uma enquete aqui no Omelete. Cobrada, é claro! Você gostou da foto da Elektra no filme do Demolidor? Não me diga! Agora, passa os R$0,27!

Quadrinhos

Na última coluna, tiraram sarro da minha cara, porque disse que não tive tempo de ler gibis e acabei resenhando uma pilha deles. Pois é... desta vez, não tive tempo MESMO. Isso sem falar que, com o dólar pela hora da morte, não tive coragem de buscar minhas importadas. Olha aí o que sobrou:

Planeta DC: Comprei na maior boa vontade do mundo as novas revistas em formatinho da Editora Abril - Superman, Batman, Batsquad, Defensores e Liga da Justiça. Sério. Não vejo o menor problema em ler um gibi descartável num formato pior e pagando pouco. Pena que a estratégia da editora foi terrível! Todos os títulos são interligados numa saga confusa pra quem não lê revistas da DC há algum tempo. Pra piorar, segui a tal da ordem de leitura da última página e... cuméquié?... precisava ler uma outra revista que ainda não havia saído nas bancas! Fiquei com cara de trouxa. E com cara de trouxa, fico uma vez só. Se a idéia deles era formar leitores, já perderam um. Passei longe das números 2.

As duas faces da justiça - Pra compensar a burrada descrita acima, a Abril lançou Superman & Batman, uma aventura reunindo os dois maiorais da DC Comics. Com ilustrações excelentes de Dave Taylor, o mesmo de Tongue & Lash, e roteiro bacaninha de Karl Kesel, a revista me agradou bastante. A relação custo-benefício também é ótima. R$3,90 por 100 páginas de formatinho caiu bem.

Paninis do mês - Apesar de continuar não entendendo NADA da revista dos X-Men, continuo comprando. A edição é bonita demais. Merece ser colecionada. Ainda mais com o respeito que os italianos demonstraram colocando mais páginas em X-Men Extra 5 pelo mesmo preço. Esse mês, também estreou o Marvel Millennium: Homem-Aranha com 100 páginas, uma decisão tomada pelos próprios leitores.

Homem-Aranha - Adaptação do filme - Se quando sair o DVD, você assistir a ele em velocidade 4X, terá uma boa idéia do que é a adaptação oficial do filme. Uma correria só! Mesmo assim, vale pela arte sempre competente de Alan Davis.

Terraço Itália

Ontem, pela primeira vez em meus 26 anos paulistanos, fui ao Terraço Itália, o prédio mais alto de São Paulo. É simplesmente maravilhosa a vista de lá. A cidade até parece um lugar decente pra se viver. Vale a visita, mas um aviso... eles cobram R$25,00 se você não for consumir nada no restaurante ou no bar, portanto, vá preparado e não reclame: A visita ao Empire State Building, em Nova York, custa mais ou menos a mesma coisa! Errrrr... só que com a diferença de ter 86 andares...

Chega por hoje. Agora tenho uma árdua tarefa a cumprir.

Acabo de receber o Fumaça e Espelhos do meu bondoso sócio Jotapê Martins. Já tive um pequeno preview da obra enquando meditava no banheiro e mal pude acreditar no que li. Agora pretendo correr pra cama e ler até Mr.Sandman jogar areia em meus olhos. Neil Gaiman é bom demais.

[]´s

Érico Borgo