Após tê-lo como companheiro por algumas semanas, posso dizer que o Recon 200 é uma ótima opção para se imergir no mundo dos games - mas, apenas, se estiver disposto a fazer algumas concessões.
Procura por um microfone com uma qualidade real além de conversas em jogo (e olhe lá)? Acha estranho demais um fone de ouvido com fio também precisar ser carregado antes de ser usado? Há certamente opções melhores do que este headset.
Por outro lado, ele conta com um acabamento excelente, um encaixe confortável e ergonômico, o já mencionado áudio imersivo junto da compatibilidade com os principais consoles no mercado - da antiga ou nova geração.
A Turtle Beach marcou seu retorno ao Brasil com o lançamento da linha de headsets gamer Recon, do qual o Recon 200 é um de seus principais (e mais caros) modelos.
Logo de cara, é possível ver e sentir que o headset conta com um bom acabamento. A alça é composta de plástico reforçado com metal, trazendo materiais resistentes, mas flexíveis o suficiente para se encaixar bem na cabeça dos usuários.
O topo do Recon também conta com uma parte acolchoada, que ajuda a não dar uma fricção desagradável entre a sua cabeça e a alça de plástico. O acolchoamento dos fones em si, de espuma de memória, também são largos expansivos para não trazer desconforto durante sessões de jogo mais longas.
A qualidade de áudio do headset se destaca principalmente com suas experiências imersivas. Ao usar o Recon 200 em jogos como Mass Effect Legendary Edition, Resident Evil Village e Assassin’s Creed Valhalla no Xbox Series X, os detalhes dos sons - de grandiosos em combate até os mais atmosféricos.
O cancelamento de ruído também é excelente - talvez até um pouco demais, já que perdi algumas notificações e chamadas de interfone por estar com ele.
Parte disso, porém, deve-se a uma de suas “peculiaridades” (ou esquisitices, se preferir): apesar de ser um headset sem fio, o Recon 200 funciona à bateria, e simplesmente não reproduzirá som caso fique descarregado. Isso deve-se ao sistema de boost de graves que é parte de seu sistema, e cujo objetivo é justamente ajudar com a tal imersão do jogador.
A ideia de precisar carregar um fone com fio é um tanto desconexa, e apesar de ter uma bateria com boa longevidade, caso o usuário esqueça ele ligado, invariavelmente terá que recarregá-lo para uso.
(Um erro que cometi mais de uma vez)
Vale notar que dois “modos” ao ser ligados: PS4 e Xbox. Apesar da nomenclatura, é possível ativar ambos tanto no console da Sony quanto da Microsoft livremente. A opção de PlayStation é notável usa ainda mais os graves do headset, enquanto o marketing da Turtle Beach reforça a compatibilidade do Recon com o Windows Sonic para o Xbox.
E, é claro, ainda é possível usar o fone em outros dispositivos além destes, como o Nintendo Switch, PCs e dispositivos mobile.
Mas honestamente? A opção parece ficar mais a critério do usuário.
De qualquer forma, apesar dos pesares há ao menos um motivo para a implementação de uma bateria no Recon 200, e há um impacto real no modo com que o som do headset reflete isso.
Um outro problema, com menos justificativa, fica com o microfone do fone de ouvido, cuja qualidade de áudio não é muito boa.
É certamente funcional o suficiente para se comunicar em partidas multiplayer casuais, mas ao testá-lo para gravações ou mesmo conversas com outras pessoas, o microfone conta com uma reprodução inconstante, saindo picotado em muitas ocasiões.
Provavelmente não é a opção ideal para pessoas que gostam de se comunicar mais claramente com seus companheiros de equipe.
Por isso, como falei no começo, a escolha de comprar o Recon 200 - que, vamos lembrar, fica na faixa dos R$ 700 a R$ 800 - fica muito a critério do que você valoriza na sua experiência com um headset gamer.
Você precisa de um microfone melhor, ou acha muita dor de cabeça ter que carregar a bateria de um fone de ouvido com fio, há outras opções de produtos nesta faixa de preço que talvez sejam melhores para você, como o Razer Kraken X ou o HyperX Cloud II.
Mas, para mim, o Recon 200 virou meu fone de ouvido ideal para sessões de jogo nos consoles, por seu conforto e imersão de áudio, além de ser mais versátil do que o Cloud II Wireless que estava usando anteriormente por sua compatibilidade com o Xbox e o Switch em modo portátil.
Não é uma experiência de qualidade uniforme, mas seus picos podem fazer dele o seu headset ideal para jogos.