Como é de costume em grandes eventos de tecnologia, a ARM, fabricante britânica de processadores, resolveu antecipar seus principais anúncios na Computex 2017, em Taipei, revelando sua nova geração de CPUs e GPUs já nesta segunda-feira (29).

Entre os destaques dos novos chips estão, como de costume, ganhos de performance e eficiência – algo que sempre vemos em novas gerações de processadores. A principal e mais importante novidade trazida pela nova linha de chips, no entanto, fica por conta do suporte otimizado que eles trazem a algumas das principais tendências da indústria de tecnologia: machine learning, inteligência artificial, realidade aumentada e realidade artificial.

O principal anúncio fica por conta do Cortex-A75, novo processador flagship mobile da empresa, que substitui o antecessor A73 e traz um ganho de eficiência de 22% em relação à geração anterior. Para o mercado móvel intermediário, a companhia revelou ainda o Cortex-A55, o chip com eficiência energética 15% superior à geração anterior, Cortex-A53, e até 30% de ganho de performance.

Os Cortex-A75 e Cortex-A55 são os primeiros chips da ARM a trazerem a microarquitetura Dynamiq, que, segundo a ARM, ajudará fabricantes na produção de chips com uma variedade maior de CPUs conectadas. A ideia é que empresas tenham agora mais flexibilidade para configurar os chips com núcleos “pequenos” e “grandes”, otimizando os sistemas para funções específicas.

De acordo com John Ronco, diretor de marketing da ARM, a microarquitetura deverá habilitar uma evolução de até 50 vezes em sistemas de inteligência virtual nos próximos cinco anos, alavancando setores como machine learning e de carros autônomos. 
"[Os chips estarão] em smartphones e tablets, com certeza, mas também redes automotivas e toda uma gama de outros dispositivos embutidos. Em qualquer lugar onde um processador Cortex é usado hoje, a Dynamiq vai ser o próximo passo", afirmou o executivo ao The Verge.

Do lado das GPUs, a ARM anunciou ainda o chip gráfico Mali-G72, que também trará um ganho energético de 25% e de performance, de 20%, em relação ao chip anterior, Mali-G71. Assim como nas CPUs apresentadas, o Mali-G72 traz o conceito de machine learning para seu centro, com um ganho de 17% de eficiência em processos de ML – para, assim como é o caso com as CPUs, permitir que fabricantes incorporar mais inteligência aos seus dispositivos,

De acordo com a ARM, os novos chips A75, A55 e Mali-G72 já foram enviados para parceiros no final de 2016, o que significa que devemos começar a ver os primeiros dispositivos carregados com estes sistemas a partir do primeiro trimestre de 2018. E para ter uma ideia da dimensão disso, é só lembrar que quando falamos do mercado de smartphones e dispositivos móveis, processadores como os Snapdragon, da Qualcomm, Exynos, da Samsung, e os chips da série A, da Apple, todos utilizam arquiteturas e as instruções baseadas no design de chips da ARM.