Halo Wars 2 é o jogo certo no momento certo. Seu antecessor só saiu para consoles, apesar de ser do gênero de estratégia, que é praticamente ligado ao PC, uma plataforma em alta na Microsoft, que quer integrá-la cada vez mais ao Xbox One. Enquanto a maior saga da dona do Xbox se encontra no hiato entre seu último título principal (Halo 5) e o próximo, o derivado não poderia ter condição melhor para ser lançado.

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“Halo é mais do que apenas um jogo de tiro. O universo é nosso personagem mais importante”, declara Bonnie Ross, chefe da desenvolvedora 343 Industries. Para o estúdio, que tomou as rédeas da franquia a partir de Halo 4, o mais importante em Halo Wars 2 é criar uma história convincente. E, com isso, unir ainda mais as duas eras da saga: a primeira, criada sob a tutela da Bungie, e a atual.

Tivemos a oportunidade de visitar a sede da 343 em Redmond, nos Estados Unidos, e conferir detalhes do game de estratégia, que chega em fevereiro de 2017, além de jogar a campanha e os modos multiplayer do jogo. Logo de início, a intenção de aproximar estas duas épocas de Halo é bem clara.

O cenário é propício. Halo Wars 2 tem os mesmos protagonistas do game anterior, situado cronologicamente antes mesmo de Halo: Reach e do primeiro Halo. A tripulação da nave Spirit of Fire é catapultada da era Bungie para a era 343 ao acordar de um sono criogênico, 28 anos depois, em cima da ARK, reparada após os eventos de Halo 3.

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A aposta da 343 é criar um jogo que não dependa das demais obras da franquia para fazer sentido aos olhos de quem não a conhece - um dos grandes problemas de Halo 5. “Como eles ficaram de fora da guerra entre a humanidade e o Covenant, é uma grande maneira de fisgar tanto quem gosta da Spirit of Fire quanto os novos jogadores”, argumenta o diretor de história Kevin Grace.

A impressão deixada em nosso teste, entretanto, foi um tanto diferente. Pudemos jogar a primeira hora da campanha, que mostra o despertar da tripulação da Spirit of Fire e sua descida à ARK e uma cena de corte com relances já mostrados em trailers, na qual o vilão Atriox luta contra uma equipe SPARTAN-II.

Logo em seguida, a equipe decide invadir a ARK para lutar contra a ameaça de Atriox e sua nova facção, os Banished. O jogo não se preocupa tanto em explicar diversos de seus elementos - ou seja, pede um conhecimento prévio da mitologia de Halo - e faz menção a conflitos anteriores que aconteceram no local.

A ponte entre a Spirit of Fire e os acontecimentos destes 28 anos é Isabel, uma nova inteligência artificial que, ao contrário de Selena e Cortana, não é programada para operações militares. “É uma personagem que tem problemas sérios e grandes qualidades, com muito espaço para crescer. Tentamos construir alguém com quem você tivesse vontade de conversar”, detalha Grace.

De acordo com Grace, Halo Wars 2 terá conexões com Halo 5, como, por exemplo, como a situação de Cortana afeta eventos do jogo e o estado atual da UNSC, mas não quis dar mais detalhes sobre como as histórias se ligarão por motivo de spoiler. “Fizemos uma decisão consciente de conectar Halo Wars 2 muito de perto com o restante da mitologia”, ressalta.