Lançado em um período de entressafra para os games no ano, Song of the Deep acabou chamando mais a atenção por suas questões mercadológicas: o título marca a estreia da GameStop, a principal rede de lojas de games dos Estados Unidos, como publicadora, sob o selo GameTrust.

Song of the Deep é, também, produzido pela Insomniac, que atualmente está nos holofotes com o novo game do Homem-Aranha para PlayStation 4, mas têm se revelado um dos estúdios mais polivalentes do mercado nos últimos anos, entregando games consistentes nos mais variados gêneros (plataforma em Ratchet & Clank, mundo aberto em Sunset Overdrive) e nas mais variadas plataformas (já desenvolveram exclusivamente para a Microsoft e Sony, e agora trabalham com o Oculus Rift).

Entre os grandes projetos, entretanto, a desenvolvedora californiana também encontrou tempo para projetos de menor escala, como este. Song of the Deep é um metroidvania - aquele de mapas enormes e interconectados originado por Metroid e Castlevania - com uma pegada contemplativa.

O jogo conta a história de Merryn, uma garota que ouve diariamente do pai, que é pescador, sobre as lendas de mundos e criaturas que existem debaixo do mar. Quando ele sai para pescar e não volta, ela decide construir um submarino para buscá-lo. Ao adentrar no fundo do mar, ela descobre que os seres e locais das histórias de seu pai eram, na verdade, reais.

É com a mágica do descobrimento que o game da Insomniac convida o jogador a explorar seu mundo. Quando se fala em metroidvania, é comum lembrar-se do clima amedrontador dos cenários de ambas as franquias que o originaram. Mas, aqui, o que há é um passeio mais calmo e cadenciado, embalado por uma agradável física que passa bem a sensação de objetos se movendo debaixo d’água e, principalmente, pela trilha sonora de Jonathan Wondag - um dos pontos altos do game.

Isso não significa, entretanto, que Song of the Deep seja desprovido de desafio. Como todo bom representante do gênero, o game exige que você retorne o tempo todo aos cenários pelos quais já passou com novos equipamentos - ao longo da jornada, seu submarino ganha mecanismos como garras e faróis - que garantem acesso a locais antes indisponíveis.

O combate, que claramente não é o foco do jogo, não ajuda nem atrapalha. Seus inimigos costumam ser mais rápidos do que você, mas em sua maioria são mais fracos e sucumbem com tranquilidade às armas do submarino de Merryn.

Song of the Deep não é revolucionário, nem tem pretensão de ser. É uma agradável e prazerosa experiência dentro de seu gênero, por um cenário construído com uma beleza contemplativa que vale - e muito - o passeio pelas profundezas do mar.

Song of the Deep está disponível para PlayStation 4, Xbox One e PC (Steam). O game foi testado em um PlayStation 4. Clique no nome das plataformas para conferir o preço em suas versões digitais.

Nota do crítico