Programa de Indie | Gone Home
A vida de uma família, pista a pista
Katie viaja para a Europa e passa um bom tempo de país em país. Neste período, sua família passa a morar em uma mansão. Quando volta aos Estados Unidos, não encontra ninguém em casa. Todos desapareceram sem aviso, exceto por uma estranha mensagem de Sam, a irmã caçula.
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Gone Home já estava na lista dos games de que falaríamos nesta coluna por ser um dos indies mais falados do ano. A fama só foi confirmada pelo prêmio de melhor game independente no Spike VGX. Não dava para não mencionar o belo trabalho da The Fullbright Company, fundada por Steve Gaynor, Johnnemann Nordhagen e Karla Zimonja.
Outros games já discutidos aqui, como To the Moon e Kentucky Route Zero, têm a história como coluna vertebral. Mas eles têm diálogos, diversos cenários e até alguns quebra-cabeças. Gone Home não. Nesta história de exploração em primeira pessoa, a interação é apenas entre Katie e os objetos encontrados em uma imensa mansão.
A noite chuvosa, repleta de barulhos de trovão, dá uma atmosfera de jogo de terror. Isto só é reforçado quando surgem os sinais de que a mansão foi herdada de um parente ensandecido. Mas não se preocupe. Gone Home não é um thriller, nem te dará sustos.
Na verdade, o jogo nem é sobre Katie. Sua exploração pela casa mostra a história de Sam, uma adolescente rebelde no fim do colegial. A casa é repleta de fitas cassete com bandas punk obscuras. Os pôsteres e as referências a jogos de Super Nintendo ajudam a dar o clima de anos 1990.
Cada pequena história é contada indiretamente por objetos espalhados pelos cômodos. Lendo uma agenda, vemos que a mãe fez aulas de culinária e está ansiosa para fazer um jantar para a família. Minutos depois, um bilhete jogado no lixo mostra que Sam vai fugir do compromisso para ir ao cinema.
O desenvolvimento de Sam no período em que a irmã esteve fora é contado aos poucos. Cada pista encontrada faz referência a algo visto anteriormente e ajuda um pouco na exploração da casa. Juntar os pedaços e interpretá-los é a única maneira de entender a família Greenbriar e sua história. Se Katie vai encontrar seus parentes algum dia... Não vou contar. Jogue e descubra.
*Na seção Programa de Indie, os redatores do Omelete indicam jogos criados por produtoras independentes. As sugestões são publicadas de forma quinzenal - deixe a sua opinião e compartilhe outros games independentes nos comentários!