The Legend of Zelda: The Wind Waker
The Legend of Zelda: The Wind Waker
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Quando foi mostrado pela primeira vez, em 2001, o então The Legend of Zelda para GameCube causou estranheza e repúdia em milhões de fãs da série ao redor do mundo. Seu visual cartunesco, com olhos grandes e traços estilizados, foi em sentido completamente oposto ao previsto pelos gamers. Dada a capacidade de processamento do GameCube, todos esperavam um novo nível de realismo em 3D. Ao invés disso, o que encontraram foi um Link "parecido" com as Meninas Superpoderosas, cenários coloridos e uma atmosfera alegre que nem de longe lembrava o clima sóbrio de Ocarina of Time.
Como todo gênio, o criador Shigeru Miyamoto foi incompreendido. Teria ido o criador de Mario, Donkey Kong e Link longe demais? Teria ele tomado muito saquê?
Pode ser fácil falar agora, mas ao contrário da maioria dos viciados em Zelda, eu me apaixonei à primeira vista pelo novo visual. Parece um desenho da Disney! foi meu primeiro comentário, estupefato com a sutileza dos movimentos. Aquele design, simples, mas bem resolvido, realmente havia me fascinado. Pacientemente, esperei por aquele que eu sabia que seria um dos melhores jogos da história.
A resistência dos fãs e da própria mídia foi sendo quebrada conforme os previews e trailers foram sendo liberados. Hoje, pelo menos pela mídia (sempre tem um fã chato), The Legend of Zelda: The Wind Waker é uma unanimidade. O jogo recebeu nota máxima da conceituada revista japonesa Famitsu, coisa que só havia acontecido três vezes na história, com The Legend of Zelda - Ocarina of Time (N64), Soul Calibur (DC) e Vagrant Story (PSX).
Gráficos - Um desenho animado sem igual.
Das milhares de opções que os produtores tinham às mãos, nenhuma se aplicaria tão bem quanto o visual cartunesco usado no jogo. A simplicidade dos traços e harmonia das cores, quase sempre chapadas, criam uma beleza única, jamais vista num videogame. A impressão que se tem ao jogar Wind Waker é de estar assistindo a um desenho de primeiríssima qualidade, do nível (e até parecido em alguns aspectos) de Samurai Jack.
Uma das coisas mais legais do jogo é prestar atenção aos olhos e expressões de Link. Ele muda o tempo todo, olha curioso para as pessoas e animais à sua volta. Fique esperto: as expressões dele muitas vezes lhe dão dicas importantes. Assim como Link, as pessoas e monstros mudam de expressão conforme a situação. (Garanto que você vai morrer de rir quando encontrar um ratinho sacana dentro de um certo labirinto...)
A "câmera" foi levada quase ao nível de Super Mario Sunshine: você tem quase 360 graus para ver tudo está ao redor de Link, perto ou longe dele. O que realmente já era mais do que esperado e multiplica as possibilidades de exploração dos enormes cenários.
Som - Só falta falar.
Além do aspecto visual, o som também é harmonioso com músicas muito bem executadas. A única ressalva é que talvez já fosse hora de alguns personagens falarem, como na série Final Fantasy ou o "irmão" de Link, Mario, em Super Mario Sunshine.
Os barulhinhos da coleta de rupees, abertura de baú e passagens secretas continuam inalterados. Em time que está ganhando não se mexe mesmo... principalmente quando isso significa que você resolveu aquele quebra-cabeça dificílimo!
Jogabilidade - Tempo é tempo novamente.
Mesmo com os gráficos espetaculares, as maiores inovações estão na jogabilidade. Além dos tradicionais golpes de espada, Link conta com alguns novos truques no manuseio da lâmina, como um rápido sistema de combos. Durante sua jornada, também será importante agachar-se (agora você poder fazer isso o tempo todo) e engatinhar à procura de rupees ou passagens secretas, andar furtivo, rente à parede ou escondido dentro de um baú para evitar os guardas.
Você também pode usar as armas de seus inimigos após derrotá-los. Apesar de não serem tão eficazes quanto a espada, elas são muito úteis e dão uma forcinha para as horas em que você está desarmado.
O sistema de "Saves" (felizmente) é igual ao de Ocarina of Time: você pode salvar o jogo em qualquer ponto, bastando acessar o menu de opções. Isso pessoalmente me deixou aliviado, pois os Save Points de Majoras Mask exigiam uma dedicação muito grande ao jogo. E, por falar em Majoras, a MALDITA OBSESSÃO por tempo de Shigeru Miyamoto está presente, apesar de num nível menos insano que no último (motivo que me levou a abandonar o jogo).
De resto, tudo o que já esperávamos de um bom Zelda: puzzles, mini-games e labirintos cheios de armadilhas que fazem você percorrer inúmeras vezes os mesmos corredores e ter acessos de fúria e destruição. É, a vida não fica muito melhor que isso.
História - Todo jogo tem uma. Só um tem uma Lenda.
Muitos fãs (sempre eles) abominaram os primeiros conceitos divulgados sobre o jogo, que indicavam uma aventura paralela a Ocarina of time. Link tem uma irmã? Família? Onde estão Zelda, Saria, Impa e, principalmente, ele: o sangue-ruim Ganon? Até agora obtive poucas respostas, mas tudo indica que os acontecimentos de Ocarina of time serão muito importantes no novo jogo, tanto que eles são relembrados logo no início da aventura.
O disco bônus - três jogos ao preço de um! Ouviu, japa da Liberdade?
Juntamente com meu Wind Waker, recebi do japinha da Liberdade (bairro paulistano dominado pelos orientais) o CD bônus com Ocarina of Time e Ocarina of Time Master Quest, mas por este "brinde" tive de desenbolsar suados 70 reais. Barato para se ter dois jogos desse nível no Cubo, mas caro se você pensar que nos EUA eles foram distribuídos de graça.
Valeu a pena? Depende de quem está perguntando.
Se você já possui Ocarina of Time, vai se desapontar um pouco com a versão remasterizada: elas são praticamente idênticas. Algumas texturas parecem mais suaves, o som está mais nítido, mas só olhos e ouvidos clínicos perceberão a diferença. Já Master Quest é como uma versão Hard do primeiro jogo, com labirintos beeem mais difícieis. Dentro da Deku Tree, por exemplo, você já se depara com inimigos que só iriam aparecer dois ou três templos depois, além de alguns novos desafios. Apesar das novidades, aquele gostinho de conquista que você sentiu quando tocou sua primeira música na Ocarina ou montou pela primeira vez na Epona não vai ser o mesmo, uma vez que a estrutura do jogo é idêntica.
Se você não tem ou não jogou Ocarina of Time, realmente vale bastante a pena, pois não é todo dia que um clássico como esses é relançado. Cinco anos após seu lançamento, ele continua sendo um jogo atual, envolvente e apaixonante.
Avaliação final - terminando de rasgar a seda.
Duas palavras: compre Zelda.
Fábio Yabu, criador dos Combo Rangers, não costuma escrever sobre games e só joga nas horas vagas. Olha o que o Zelda fez com ele...tsc.