O ponto mais impressionante de Yaiba: Ninja Gaiden Z está nos créditos. Entre os produtores está Keiji Inafune - aquele que criou um certo robô azul e, no ano passado, arrecadou quase US$ 4 milhões no Kickstarter para produzir o promissor Mighty no. 9. Entretanto, nem ter um dos nomes mais famosos da história dos games na equipe salvou este derivado da série de ação da Tecmo. Pelo contrário: ao jogar, é até difícil acreditar que ele está envolvido no projeto.

A lista de decepções começa logo após a tela inicial: no jogo, controlamos Yaiba, que desafia o ninja-titular da série, Ryu Hayabusa, mas perde a luta e tem o corpo cortado ao meio. Resgatado por uma organização secreta, ele ganha implantes biônicos. Em troca, ele deve entrar em uma cidade destruída por zumbis (!) e parar a infestação. O anti-herói aceita o trabalho, mas só depois de saber que Hayabusa também está no local.

Ainda assim, a busca de Yaiba por vingança não é nada agradável. O ninja pode atacar com uma espada, com sua mão cibernética ou com um nunchaku, mas a regra é sair apertando qualquer coisa até que os mortos-vivos sejam eliminados. Na maior parte do tempo, o game se resume a um tedioso massacre dos botões do controle: derrote todos, siga para a próxima arena - tudo com caminhos bem óbvios e poucas surpresas.

Oponente indigno

O maior inimigo, no entanto, não é nem Hayabusa, nem as hordas de mortos-vivos. É a câmera fixa, planejada com o único propósito de atrapalhá-lo durante quase todos os momentos. Normalmente, ela está próxima de Yaiba a níveis claustrofóbicos. Mas ela irrita mais durante as partes de luta, com um comportamento imprevisível: às vezes segue a movimentação dos inimigos, ou os esconde completamente.

Quando quer honrar a tradição da franquia e oferecer alguma dificuldade, Yaiba: Ninja Gaiden Z coloca em campo oponentes desbalanceados e sequências gigantescas de luta com poucos checkpoints. Até aí tudo bem, se estes fossem os únicos desafios. No entanto, as limitações técnicas atrapalham tanto que é difícil terminar uma destas partes sem ter um acesso de raiva e deixar o controle de lado.

Mistura pouco inspirada

A pouca inspiração do título está em sua direção de arte, com gráficos cel shading. Há excessivas - e raramente engraçadas - introduções dos monstros em cada sequência de luta, em uma tentativa um tanto óbvia de captar o clima de jogos como Borderlands - sem o roteiro afiado deste. Para piorar, é preciso aturar o tempo todo piadas esdrúxulas e cantadas machistas do protagonista para cima de sua assistente, Miss Monday.

Se Ninja Gaiden é conhecido por deixar os jogadores com raiva por sua dificuldade, Yaiba frustra por ser pura e simplesmente malfeito. Para os fãs da franquia o melhor conselho é melhor deixar o anti-herói revoltado de lado e permanecer apenas nas aventuras de Ryu Hayabusa.

Yaiba: Ninja Gaiden Z está disponível para PlayStation 3, Xbox 360 e PC.

Nota do crítico