Pokémon é uma franquia relativamente jovem, surgida em 1996, mas que já soma impressionantes quase 50 jogos lançados, 750 episódios do anime exibidos, quatorze filmes executados e um em produção. A série compete com Os Simpsons entre os desenhos animados com mais tempo em exibição nos Estados Unidos. Mas, apesar de ser totalmente multimídia e ter ficado conhecida graças à TV, a franquia começou mesmo como um jogo para o portátil mais famoso da Nintendo, o GameBoy.

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Explica-se esse sucesso com a maneira como Pokémon comove e empolga seus fãs.  Mas isso não quer dizer que acerte sempre. Pokémon Mystery Dungeon: Gates to infinity, a estreia da franquia no Nintendo 3DS, é a prova de que séries bem-sucedidas também apresentam fiascos.

Fácil e chato

O game inicia com o jogador sendo um simples humano que - depois de um sonho estranho com pokémons - acorda transformado no Pokémon X. O protagonista entrará no jogo encarnado em outro pokémon. Entre as opções de monstrinhos estão Oshawott, Axew, Snivy, Tepig, Pikachu e outros. Mais que escolher qual será o personagem principal, o jogador deve selecionar outro deles para acompanhá-lo na aventura.

Feito isso, o game se resume em perambular entre os corredores das cavernas, buscar por colecionáveis e, eventualmente, batalhar Pokémons hostis. O combate alterna batalhas em turnos e movimentos em tempo real que podem ser executados a partir de quatro tipos de habilidades. Em outras palavras, ao encontrar com um monstrinho, o jogador precisa acionar um botão específico no 3DS, e ao aparecer as opções na tela, selecionar qual será o golpe utilizado. As batalhas, em sua maioria, são fáceis: com dois ou três golpes o inimigo sem muitas explicações já desaparece do mapa.

Outra facilidade é o fator de cura dos personagens, que acontece automaticamente por meio do tempo, com o resgate de itens e ao passar por pontos específicos do cenário que reconstituem a vida do "monstro de bolso". Sendo assim, não é necessário elaborar nenhuma estratégia para entrar nas cavernas. Basta acionar a missão e pronto. Ser derrotado é, lamentavelmente, a tarefa mais difícil do jogo. Entre as batalhas mais elaboradas estão aquelas que exigem a presença de monstros específicos para serem executadas. Elas funcionam bem e são importantes para o desenrolar da história, mas, infelizmente, acontecem pouco.

O principal fiasco

A história é talvez o pior ponto do título. A missão principal do jogador é ajudar a construir um "Paraíso Pokémon": um lugar sem humanos e tomado de felicidade para toda a família Pokémon. Seria fofo, se não fosse chato. Os diálogos são totalmente bobos e não parece que estamos em um jogo, mas dentro de uma história animada que não pode ser pulada. Além de maçante, o game exige que o enredo seja acompanhado de cabo a rabo. Sendo que a maioria das falas refere-se aos bichinhos dizendo que "topam entrar nessa 'maravilhosa' missão". Tudo soa clichê e desnecessário: os diálogos, as missões e o até o que te motivou a estar ali.

Apesar do visual bem trabalhado e de render algum tempo em companhia de Pikachu e seus amigos, o monótono jogo não traz nada à franquia, não diverte e só perde tempo com falatório. Pode ser que uma criança de oito anos goste da premissa e de controlar seus bichinhos favoritos em busca de colecionáveis ou batalhas dentro de cavernas. Porém, mesmo assim, vale lembrar que a série Pokémon conta com mais de 40 jogos lançados. Isso significa que há pelo menos uns 30 deles melhores do que Gates to Infinity. Principalmente os clássicos da franquia, como o icônico Pokémon Yellow, para GameBoy ou os mais recentes jogos da série Pokémon Black & White 2, de Nintendo DS, que foram um dos softwares mais vendidos no Japão em 2012. A mítica Pokémon pode estar viva até hoje, mas Gates to Infinity infelizmente não faz jus a ela.

Nota do crítico