Nos últimos cinco anos, nenhum jogo de corrida conversou tão bem com o espírito de liberdade associado ao ato de dirigir como Forza Motorsport. Por meio do derivado Forza Horizon, que põe o jogador para disputar o "Lollapalooza das corridas" chamado Festival Horizon, a franquia sempre entregou experiências divertidas e balanceadas em belíssimos e amplos mundos que nos convidam não somente a correr, mas também a explorar.

Já no primeiro ronco dos motores, Forza Horizon 3 soa como uma consagração do estilo que esta série derivada cultiva desde 2012. Melhor, maior e mais bonito do que os seus antecessores, o título produzido pela Turn 10 e pelo Playground Games - um verdadeiro supergrupo formado por ex-desenvolvedores de Need for Speed, Burnout, Project Gotham Racing, Blur, dos games da Fórmula 1, entre outros - é a prova de que todos os seus envolvidos tornaram-se mestres na arte de construir um ótimo "parque de diversões" para se correr.

Mais do que construir um ótimo cenário, Forza Horizon 3 também sabe como apresentá-lo. A Austrália é o palco das corridas da vez, em um gigantesco mapa que une bons circuitos urbanos com uma vasta variedade de paisagens naturais, trazendo uma bem-vinda variação de ambientes em relação aos dois primeiros games da série. E não é preciso menos de dez minutos com o jogo para perceber isso: em sua tradicional corrida introdutória, o jogo nos leva para passear por auto-estradas, uma densa floresta e um trecho de terra que vai parar em uma belíssima praia na qual se situa o primeiro hub do festival.

Você é o chefe

Além da sequência inicial, Forza Horizon 3 também sabe como deixar você aproveitar todo este mundo sem muita interrupção. Em um ritmo bem mais rápido do que seu antecessor, o jogo vai te apresentando, naquele tom de "você já sabe o que fazer", a todas as atividades disponíveis: correr em circuitos fechados ou em trechos que vão de um ponto A ao ponto B, procurar locais para fazer acrobacias malucas, achar carros clássicos escondidos em garagens pelo mapa, ou realizar eventos especiais que envolvem correr contra um helicóptero, entre muitas outras.

No primeiro jogo, você era um corredor novato. No segundo, você era um astro. No terceiro, você é nada menos do que o dono do festival, trazendo uma espécie de premissa invertida para a progressão do jogo: vencer as corridas e completar as atividades garante a você mais fãs, e a popularidade é a moeda de troca para o aprimoramento e a construção de novos pontos do Festival Horizon através do mapa.

Uma das novidades que vêm com esste lado de "organizador" do festival está na possibilidade de recrutar os Drivatars de seus amigos para sua equipe de corredores do festival. O jogo utiliza os dados coletados das partidas de quem jogou outros games de Forza e a sua lista de contatos do Xbox Live para trazer versões virtuais de seus amigos ao jogo. Parece pouco, mas é legal ver os nomes de seus amigos perambulando pelo mundo em que você está.

A história do jogo fica por aí: seus assistentes o atrapalham pouco e, quando o fazem, é para indicar uma nova e interessante etapa do festival. Aqui, o que importa é correr. A jornada é a rainha de Forza Horizon 3, de modo que, em incontáveis ocasiões durante minhas sessões de jogo, me vi fazendo desvios de um caminho para um evento pré-estabelecido só para caçar um Drivatar errante no meio da estrada, uma oportunidade de saltar de um penhasco até a floresta, ou achar um carro abandonado em uma garagem numa cidadezinha.

Infinito horizonte

Os títulos da série Forza têm sido alguns dos mais bonitos do Xbox One (e por consequência, da atual geração de consoles) há algum tempo, e Horizon 3 vêm para sacramentar esta descrição. Florestas, praias, riachos, desertos e trechos urbanos dividem o mapa e dão a oportunidade de o console da Microsoft exibir efeitos de iluminação e texturas com grande fidelidade, isso para não falar do céu tão alardeado pelas propagandas da fabricante, composto por fotos do céu australiano da vida real tiradas pela equipe do game ao longo de três meses. Nunca um jogo fez tão jus ao seu subtítulo.

Por trás de seu vasto e belo mundo e de suas variadas atividades, Forza Horizon 3 continua contando com uma ótima jogabilidade. Há algum tempo, a franquia têm se tornado especialista no delicado balanço dos elementos de simulação - física, funcionamento do carro -, de modo que seus jogos não sejam apenas uma ótima recriação da realidade, mas também um jogo que diverte quem não quer lidar com calibragens de pneu ou ajustes de suspensão, freios e motor.

Esse aspecto, que já havia sido aperfeiçoado em Forza Motorsport 6, é ainda mais apropriado ao ambiente descontraído de Horizon 3. Até mesmo no modo padrão, que conta com várias assistências ligadas, é possível perceber diferenças entre os carros e, especialmente, entre os tipos de terreno proporcionados pelo mapa australiano. Até mesmo nessas condições, é bem clara a diferença entre levar uma Ferrari, um Subaru Impreza e um buggy para uma estrada de terra. Passar essas nuances, ainda mais em um controle e não em um volante, é um grande feito.

Forza Horizon 3 é o melhor jogo de corrida no ano - com ênfase na palavra "jogo". Mais do que te colocar para correr, o título da Microsoft sabe como divertir em diferentes aspectos utilizando não somente o automóvel e seus aspectos físicos, como a velocidade, mas também o belíssimo cenário que o cerca. Aventurar-se pelas areias, praias, florestas e ruas desta Austrália virtual é como sair em uma viagem de carro sem pressa para chegar ao seu destino. E prova, mais do que seus pares de trilogia, que a franquia entendeu o prazer e a liberdade no ato de dirigir como poucos.

Forza Horizon 3 será lançado em 27 de setembro para Xbox One e Windows 10, e faz parte do programa Xbox Play Anywhere, que garante o direito de jogar em ambas as plataformas com apenas uma compra. O jogo foi testado em um Xbox One. Clique no nome das plataformas para ver o preço do jogo em suas versões digitais.

Nota do crítico