FIFA 14 | Crítica
Mudanças sutis mantêm franquia no topo
Lado a lado, FIFA 14 e FIFA 13 parecem idênticos. Os gráficos da franquia são os mesmos há quase três anos. A Eletronic Arts agora supera o limite do processamento dos consoles atuais com melhorias pontuais nos controles da última edição da franquia. Com mudanças sutis nos modos de jogo e a evolução gradual de algumas mecânicas, a empresa consegue manter a série como o melhor simulador de futebol dos videogames.
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A semelhança com os jogos anteriores é justificada não apenas pelo esgotamento de PlayStation 3 e Xbox 360, mas também pela manutenção de uma fórmula bem sucedida desde 2007, quando a EA decidiu mudar FIFA. Há dois anos a física da bola evolui de forma consistente, sem que torne a jogabilidade da série diferente a cada lançamento. Além disso, o contato entre jogadores melhorou e se torna essencial para o domínio completo do game.
Corpo a corpo
O futebol é cada vez mais físico, dependente de atletas bem preparados e com porte físico avantajado. Dessa forma, a evolução da física de contato em FIFA é algo natural e condizente com a proposta da EA de ter o melhor simulador do mercado. Em nenhuma das outras edições foi tão importante proteger a bola e saber usar o corpo para levar vantagem.
Assim como nos gramados reais, a exceção à regra são os craques franzinos como Messi, Neymar e Ribéry, que levam vantagem na velocidade - quando é possível desviar do zagueiro grandalhão, pois "passar por dentro" dos adversários não é algo comum em FIFA 14. Tal característica ajuda a montar defesas mais coesas quando a bola está no chão; o problema surge quando é feito um cruzamento ou um 'chutão'.
Bola no alto é desepero para a melhor das defesas - os atacantes, sejam eles pequenos ou grandes, ganham a maioria das disputas. O problema é recorrente na franquia e aos poucos melhora, mas nunca chega a uma definição definitiva. Os cabeceios parecem aleatórios, não respeitam as características de quem o disputa, nem a circunstância em que são incluídos. A melhora na física da bola, curiosamente, piora a situação, pois ela está mais 'viva' do que nunca.
Disputa pela bola
As mudanças na interação entre jogador e bola são as mais perceptíveis de todo o jogo. Nem mesmo os mais habilidosos têm domínio completo sob a redonda, tudo depende do momento e da forma como ela chega aos pés. Essa diferença também ajuda na hora de chutar de fora da área - um dos defeitos mais recorrentes da franquia. Há mais efeito, mais naturalidade e uma reação mais humana dos avatares na hora de chutar.
Se a bola estiver perto demais, por exemplo, é comum ver o jogador (seja ele qual for) ajeitando o corpo para arrematar melhor. Aproveitando isso, a EA acaba com alguns vícios vindos desde FIFA 12, quando era possível fazer gols de fora da área por cobertura ou sempre acertar o ângulo apertando os gatilhos do controle. É preciso um certo tempo para se acostumar, pois há um bom tempo não existia uma mudança drástica no cerne do jogo - ainda assim, vale a pena a insistência, no fim a disputa é mais real, mais justa.
Do começo ao fim no topo
Sem contar os controles, FIFA 14 não se esforça para mudar nem mesmo seus lentos menus. O visual de apresentação disfarça uma modificação, mas indo a fundo, o layout apenas ganha formas quadradas - nesse aspecto, o game é uma atualização sem paciência para corrigir defeitos trabalhosos. Mexer na tática, mudar posições e trocar jogadores ainda é lento, e para tal não há justificativa plausível que não a despreocupação da desenvolvedora.
Não há também modos novos, mas uma aprimoração do que deu certo. 'Temporadas' ganhou uma versão cooperativa e o 'Ultimate' algumas melhorias. A sensação de DLC continua, pois nada se transforma, mas cresce e adiciona um pouco mais de complexidade à forma consagrada. Não há argumentos, porém, para mudanças drásticas, FIFA 14 não só agradará a fãs, mas continuará a trazer novos jogadores - basta um pouco de paciência.
Desde o início da geração a franquia da EA domina o segmento de futebol nos games. Nesta última edição, o foco é experimentar novas maneiras de incrementar a simulação, como se fosse uma prévia do que está por vir com PlayStation 4 e Xbox One. Outrora melhorias mais significativas foram implantadas, mesmo com o limite de processamento. Em FIFA 14, no entanto, decidiu-se mudar apenas aos olhos dos veteranos e empolgados com as minúncias do jogo e os desdobramentos de uma dividida. A liderança é mantida com segurança, mas sem o brilho que por muitas vezes permeou a série.
Sabia que...? por Rafael Belattini, da ESPN
Neymar, presente na lista dos 23 melhores do mundo de 2013, não está entre os 50 melhores no lançamento do FIFA 14, com rating de apenas 84. Jogador mais caro da última janela de transferência, custando quase 100 milhões de euros, Gareth Bale é apenas o 17º melhor do jogo, com rating 87. Em compensação os 10 melhores da atual versão do jogo estão na lista dos concorrentes à Bola de Ouro da temporada. O status de todos os jogadores são atualizados online, apesar dos números iniciais serem os aqui noticiados - saiba mais.