A Ubisoft decidiu levar a sua franquia de gerenciamento de cidades e economia com elementos de estratégia em tempo real (ou, como eu gosto de chamar, de “simulador de responsabilidades”) para um futuro bem além daquele ambientado em 2070 e lançado em 2013. Dessa vez, a empresa também responsável pela saga Assassin’s Creed alcançou 2205 e o futuro trouxe maravilhas. E algumas frustrações.

Em Anno 2205, a exemplo dos cinco títulos anteriores da franquia, o jogador precisa criar uma corporação e suas cidades, gerenciando cada uma para alcançar um equilíbrio econômico, social e político. Na teoria para aqueles que não são familiarizados com o estilo de jogo, isso tudo pode parecer uma grande montanha de chatice futurista. E as chances de isso acontecer seriam bem grandes caso o gameplay não fosse tão dinâmico e intuitivo, transformando até as tarefas mais difíceis em ações naturais dignas dos mais poderosos executivos.

Novo jogo de estratégia da Ubisoft

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Tendo a lua como um dos seus possíveis destinos, Anno 2205 mistura o modo de criação livre com a narrativa de sua campanha. Sim, o jogo tem uma trama, missões e até mesmo um vilão. Mas uma vez imerso no ritmo do gameplay, é muito difícil levar qualquer um desses aspectos como relevantes, já que “genérico” chega a ser uma palavra carinhosa para elas. E isso vale especialmente para aquela tentativa de vilão. Dentre esses se salvam apenas as missões, essenciais para o bom funcionamento do game e vez por outra oferecendo desafios interessantes.

O jogo consegue fascinar o jogador com a fluidez com que as cidades vão crescendo. Obviamente isso depende muito das suas táticas e estratégias. Em um mar de escolhas políticas, comércio internacional e avanços técnológicos e científicos, Anno 2205 funciona como uma orquestra visualmente bela e intelectualmente desafiadora, onde você, o maestro, precisa se adaptar ao momento para evitar um colapso até mesmo nas situações mais complicadas.

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E por falar em complicações, não pense que os novos cenários do game - a Lua e o ártico - funcionarão como qualquer outro. Os mapas possuem suas próprias restrições e dinâmicas, alterando assim a dinâmica de gameplay e oferecendo uma experiência nova a cada partida. No ártico, por exemplo, você só pode construir os conjuntos habitacionais próximos de fontes de calor como usinas e fábricas. Já na Lua os escudos para proteger as construções de meteoritos são prioridade na vida do jogador. Tudo isso funciona em prol de instigar os jogadores a terem um raciocínio mais lógico visando sempre o bem de seu projeto.

Lua é um dos cenários do game

E para transformar dificuldades como clima hostil e projéteis espaciais em pequenos problemas estão os sempre muito exigente humanos. Sua cidade, como qualquer outra, é habitada. E para manter o bom funcionamento, é necessário que os cidadãos estejam satisfeitos com sua condição de vida. Algumas melhorias na infraestrutura social e econômica da metrópole devem ser feitos com o objetivo de agradar os habitantes. Com isso alguns deles se tornarão cientistas, engenheiros, médicos ou simples reclamões. É necessario ter uma excelente administração de recursos para alcançar um bom equilíbrio.

Anno 2205 pode passar longe da perfeição e ter vários atributos mal aproveitados, mas com o passar do tempo dentro de uma partida o jogador é completamente envolto em seu ritmo e atividades viciantes, buscando sempre manter a sua cidade funcionando em perfeito estado, mesmo a custo de um pedaço considerável de sua paciência.

Anno 2205 é exclusivo de PC.

Nota do crítico