A gaming house da Lyons E-Sports, uma das organizações mais tradicionais no Free Fire, foi alvo de uma operação da Polícia Federal na última quinta-feira (5). O imóvel, localizado em Novo Hamburgo, no Rio de Grande de Sul, estava em nome do líder da facção criminosa “Os Manos”, o traficante Fabrício Santos da Silva, o Nenê, que segundo as investigações é entusiasta de vídeo games e investe no mercado de apostas online direto da sua cela na na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC).
Em nota nas redes sociais, a Lyons não omitiu que a casa está no nome de Nenê, porém negou qualquer relação com o responsável pelo imóvel e afirmou que está colaborando com as investigações da Polícia Federal que, por sua vez, não encontrou nada diretamente ligado à facção na gaming house.
“A Lyons e-Sports esclarece que não tem nenhum tipo de vínculo com o proprietário do imóvel onde hoje está instalada a sua gaming house.
Colaboramos com as investigações da Polícia Federal, pedimos o cancelamento do contrato de locação do imóvel e já estamos organizando a mudança para um espaço temporário, até que uma nova gaming house à altura da qualidade dos jogadores da Lyons esteja pronta.
Agradecemos o apoio da nossa comunidade e reiteramos nosso compromisso com a verdade acima de tudo!”
A Operação Antracnose foi deflagrada pela Polícia Federal depois de vários meses e trouxe a tona diversas empreitadas de Nenê, que segundo a investigação, praticava lavagem de dinheiro através de uma rede de empresas, como oficinas mecânicas, revendas de carros, um haras, além de uma empresa responsável por promover campeonatos de games com apostas no mercado negro.
No Instagram e site da Lyons E-Sports, é possível ver stories e sessões separadas para organização de campeonatos, apesar de estarem vazias. Fundador e CEO da Lyons em 2019, o streamer “El Guh” também publicou mensagem em seu Instagram, dizendo que “Não tem nada a ver com a organização ou comigo, e sim com a pessoa da qual alugamos o imóvel, e acabaram ligando coisas que não estão relacionadas”. Segundo Guh, a polícia encontrou apenas os computadores da equipe no local.
O caso foi coberto pelo programa “SBT Rio Grande”, que mostrou imagens da polícia vasculhando os diversos imóveis que Nenê utilizava para lavar dinheiro do tráfico, entre elas a gaming house da Lyons. De acordo com a reportagem, a quadrilha movimentava mais de R$ 140 milhões por ano. Sobre os proprietários das empresas utilizadas pelo traficante, o superintendente da PF, delegado José Antônio, disse que “apesar de não haver antecedentes criminais nas fichas, estas pessoas sabiam que os imóveis e negócios eram geridos pelo tráfico, e por vezes eram pagas por este serviço, o que chamamos de ‘laranjas’.”
Confira a reportagem abaixo:
No cenário competitivo de Free Fire, a Lyons não é presença forte no mobile, mas se faz presente na cena dos emuladores nos campeonatos mais tradicionais, como NFA, Liga das Estrelas e LBR. A guilda também foi uma das convidadas para disputar as Freefíadas, evento promovido pela Garena que reuniu 16 guildas tradicionais do battle royale.
Na noite de sexta-feira (06), a Liga NFA se posicionou, afastando os jogadores da Lyons preventivamente até o final das investigações. Confira a nota abaixo.