Oi! De novo

Mais uma vez se engana quem pensa que estamos apenas cumprimentando. Na verdade, o oi em questão é uma saudação, sim, mas característica dos punks. O mês que está na metade trouxe duas revistas imperdíveis para quem gosta do ritmo musical mais puro, simples e engajado que o Rock já teve: Q Punk Special Edition e NME Originals. Como a grana tava curta, tive que optar. Como já tinha a edição Originals dos Beatles, resolvi experimentar o especial da Q. Não me arrependo e recomendo! (Marcelo Forlani)

Tabelinha DMTG

Em época de tabelinha dos jogos da copa, uma tabelinha Don´t Mind the Gap, pra variar um pouco:

 

Mariana Della Barba

Marcelo Forlani

24 Hour Party People

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**** Viagem para Madchester em 2 horas

Black Hawk Down

*** Como é bom ver os americanos se dando mal

*** Tira este helicóptero daqui!

I am Sam

*** Elenco e trilha de primeira mas não emociona

** Pela trilha sonora, pela atuação do Sean Penn e pela Michelle Pfeiffer, linda!

Panic Room

**** Você mal vai piscar!

**** Tensão, referências pop e gracinhas na mão de quem sabe

Italian for beginners

** Sessão da tarde dinamarquesa

*** Começa médio. Termina legal

The Green Ray

*** Só pra quem gosta de cinema frances

** Dormi e pisquei na hora do raio verde :(

Moby 18

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**** Não é o Play!

Spider-Man - The Soundtrack

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* Só Strokes e The Hives para fazer subir pelas paredes

Oh Brother Where art Though?

**** Traz o George Clooney para cantar aqui em casa!

***** Tem que ter na estante

Beck, Beck, I’ll be back e Becks

O tal do Pop Idol foi uma mania nacional que pegou fogo bem quando chegamos aqui na Inglaterra. É verdade que o programa estourou de audiência e criou máquinas de vender singles. Mas a verdade é que nem dezenas de Will Youngs ou dúzias de Gareth Gates se comparam ao brilho da estrela maior: David Beckham. Este sim é o maior ídolo pop inglês. Para você ter uma idéia da paixão nacional pelo camisa 7 do Manchester United e da seleção, quando ele quebrou o pé (no jogo do seu time contra o La Coruña) os jornais daqui não falaram de outra coisa. O Evening Standard (jornal vespertino daqui) dedicava seis páginas ao assunto, deixando de lado até mesmo o resultado final do jogo (1x1 se é que te interessa), que ficou escondido, no meio do texto.

E não é só isso. Mesmo enquanto tratava da contusão, o cara continuava sendo o alvo preferido da mídia. Saber que o Zidane é o jogador mais bem pago do mundo não é mais importante do que deixar claro que o Beck é o segundo. Antes de ir para a Copa o marido da Posh Spice assinou novo contrato com o Manchester para ficar no clube até 2005. Dizem que com este novo acordo e os patrocínios pessoais, ele deixa o careca francês no chinelo, que nem ele fez com a gente na última Copa. E eu sem dinheiro para comprar as minhas revistas :/

Mudando de Beck, fiquei sabendo que o músico americano está em estúdio gravando o disco que vai suceder Midnite Vulture, que tem a maravilhosa Sex Laws. Isso me lembra que depois do já citado trágico jogo Final da Copa do Mundo da França, a música que tocou assim que desligamos a televisão foi Loser. Escolha de um amigo meu que, assim como eu, adora o amalucado Beck, estava puto com o resultado e não queria ouvir a chata da Ciça Guimarães sorteando carros no Bolão do Faustão.

Plim Plim, mudei de assunto de novo, mas ainda estou obedecendo o título ali em cima. O Exterminador do futuro 3, que para encurtar está sendo chamado por aí de T3, promete ser o mais caro da história do cinema. Para filmar o terceiro capítulo da franquia, Schwarzenegger conseguiu chegar ao patamar dos artistas que ganham US$ 20 milhões numa única produção.

Isso me lembra que o último DVD que vi ainda no Brasil foi justamente o do primeiro Exterminador do Futuro. Duplo, o lançamento tinha além do filme um documentário bem legal sobre como ele foi feito. É engraçado ver estes filmes hoje e pensar que um dia eles foram inovadores. Caramba, algumas cenas de quando o T-800 (Schwarza) está todo destruído foram gravadas em stop motion (quadro a quadro) e ver isso atualmente é tão tosco quanto era assistir a um episódio do Elo Perdido durante os anos 80. Foi neste primeiro filme que o ex-mister músculos falou a famosa frase I’ll be back. Vamos ver se sem a batuta de James Cameron o Exterminador voltará com força total.

Para terminar esta parte, eu poderia falar da cerveja Becks, mas como quase ninguém ia ler, dou apenas o link do site oficial da breja belga: www.becks.com. (MF)

The Boy who wasn’t there

Jornalismo 0 x 10 Balada. Esse foi o placar da festa de lançamento do DVD de Harry Potter e a Pedra Filosofal. O convite já chegou prometendo. Quando aberto, o Expresso Hogwarts pulava pra fora, apitando. Muita atenção para o local da festa: Estação Kings Cross, Plataforma 9 ¾. Ãh?? Isso mesmo. Chegando lá, mágicos, bruxas, alunos de Hogwarts e corujas lindas se misturavam com jornalistas, cameramen e fãs que arrumaram um jeito de entrar.

Depois de um tempinho de expectativa, chega o próprio Expresso Hogwarts, destoando dos modernos trens da estação e deixando todos de boca aberta. Dele, descem boa parte do elenco do filme. Os irmãos Weasley, Tio Valter, Duda, Draco Malfoy (com o mesmo cabelo penteado com gel), Rony, Hermione, Professor Dumbledore... estavam todos lá. Todos? Ops, não, lógico que não. Harry Potter que é bom, nada. Segundo um dos gêmeos Weasley, Daniel Radcliffe estava gravando (àquela hora??). Outra ausência ilustre foi, obviamente, J. K. Rowling. Por isso, quem queria ouvir do menino mago como andam as gravações do segundo filme ou perguntar para a mulher mais inacessível da Inglaterra se ela já terminou o quinto livro, ficou só na vontade.

Pra compensar tamanha frustração jornalística, Emma Watson (Hermione) e Rupert Grint (Rony) foram super-simpáticos. Mesmo depois de responder 2948 mil perguntas, Rupert disfarçou o cansaço e contou pra gente que está amando gravar Harry Potter e a Câmara Secreta. Estou achando o máximo, ainda mais legal que o primeiro filme porque tem mais aventura, disse o ruivinho.

E já que as principais estrelas da noite faltaram os organizadores da festa resolveram caprichar ao máximo na decoração, nos comes e bebes e nas lembrancinhas. Quadros com personagens que se mexiam e velas voando enfeitavam o lugar. Verdadeiros banquetes, as mesas estavam forradas de guloseimas pra ninguém botar defeito. Bolos, tortas, saladas, frutas, chocolates, sorvetes e bebidas de cor e sabores estranhos... Qualquer semelhança com refeições de Hogwarts não era mera coincidência.

Na saída, crianças e adultos faziam fila em um dos vagões do Expresso pra pegar o saquinho surpresa. Saquinho, diga-se de passagem, é menosprezar a sacola imensa que transbordava produtos da griffe Harry Potter: de Lego a feijõezinhos de todos os sabores e sapos de chocolate com figurinha mágica, passando por uma fofa Hedwiges de pelúcia. Ai, tomara que o frio chegue logo pra eu sair desfilando meu cachecol da Grifinória. (Mariana Della Barba)

Luiz Fernando Veríssimo

Domingo passado, encontrei o jornalista e escritor Luis Fernando Verissimo no Barbican (www.barbican.org.uk), um centro cultural com teatro, cinemas, sala pra concerto, exposições, biblioteca... Ele foi, acompanhado da mulher, conferir a apresentação de uma peça do Hermeto Pascoal, num festival de Jazz que tá rolando lá. De férias em Londres, LVF veio matar a saudade da cidade que adora. Depois, vai dar um pulinho em Paris e, de lá, vai direto pra Coréia, onde cobrirá a Copa do Mundo pro Estadão e pro Globo. Simpático, ele contou que está com esperanças na seleção e que acabou de ter um livro seu lançado por aqui. Clube dos Anjos (chamado aqui de The Club of Angels). Dá pra admirar ainda mais Luis Fernando Verissimo? Dá! :o) (MDB)

Guerra das Estrelas

Enquanto você lê esta coluna eu estou indo para o cinema, ou então estou sentado em algum lugar pensando sobre o Star Wars Episódio II - O Ataque dos Clones. O filme estréia aqui na Inglaterra junto com os Estados Unidos, dia 16 de maio, e meu ingresso já está garantido. Não morra de inveja, pois eu trocaria o filme do Anakin pelo do Peter Parker. É isso mesmo, acho que as aventuras do teioso vão ser bem mais legais que a do pai do Luke Skywalker. E pelo jeito não estou sozinho nesta opinião. As ruas estão lotadas de anúncios de Anakin, Padmé, Conde Dooku, Jango Fet, etc. mas são os lambe-lambes e outdoors do Homem-Aranha que chamam mais atenção. Talvez a maior prova de que a história dirigida por Sam Raimi seja melhor do que a de George Lucas é que a Time Out (guia semanal com as principais atrações culturais da cidade) colocou o Homem-Aranha na capa bem na semana de estréia do Star Wars. May the force be with you, Anakin! (MF)

Príncipe Charles é meu amigo

Sempre que posso dou uma passadinha lá no Príncipe Charles. Não estou falando de fazer uma visita à realeza inglesa, mas sim de ver um filminho no cinema mais democrático da cidade, o Prince Charles. Muito bem localizado, ele fica a poucos metros da Leicester Square, praça onde ficam os principais cinemas da cidade e local das grandes pré-estréias, sempre prestigiadas por celebridades do mais alto calibre. O local é conhecido pela sua programação variada e bom preço. A cada sessão você tem um filme diferente. Vão do clássico Bonequinha de luxo (Breakfast at Tyffani’s, EUA - 1961) ao cultuado Matrix, com direito a sessões de domingo em que você canta junto com o filme (chamadas de Sing Along) ou até Crossroads, a estréia da Britney Spears no cinema - e na cama(!), já que pelo menos no filme ela perde a virgindade! Dependendo do dia e do horário a entrada sai mais barata que a pipoca, pouco mais de £1 (R$ 3,60).

Foi numa destas sessões que eu consegui assistir ao Falcão Negro em perigo (Black Hawk down, EUA - 2001). O filme dirigido por Riddley Scott é emocionante. Me lembrou em algumas cenas (os 30 minutos iniciais de) O Resgate do Soldado Ryan e em nada o Pearl Harbor (ufa!). O melhor é a maravilhosa edição de som, que faz os helicópteros e as balas passarem do lado da sua cabeça o tempo todo. O problema foi sair do cinema e ouvir helicópteros que filmavam a manifestação de 1º de maio que rolava ali do lado, na Trafalgar Square. Deu vontade de me jogar no chão, com medo de alguma bala passar zunindo no meu ouvido. Te juro! (MF)

Acredite se Quiser...

Os londrinos vivem numa das maiores cidades do mundo, mas que ainda conserva algumas tradições difíceis de acreditar em pleno século XXI. Quer ver? De manhã, bem cedinho, o leiteiro passa deixando garrafas braquinhas de leite fresco nas portas das casas. Acho que no interior do Brasil ainda deve haver isso. Lembro que quando era pequeno, na minha cidade, o Seu Zé passava de carroça entregando o leite que tinha acabado de ordenhar, mas em São Paulo, eu nunca vi nada parecido. Mas enfim, o mais inacreditável não é isso. O que me chamou a atenção mesmo foi saber que durante a Copa do Mundo os leiteiros também vão poder deixar cerveja nos dias em que a seleção inglesa for jogar. Se o dono da casa encomendar antes, claro! Como os horários dos jogos serão ingratos para todos, menos o povo da Ásia e Oceania, nada mais justo do que poder tomar uma cervejinha enquanto vê o esquete nacional defendendo as cores do país amado, certo? Difícil vai ser trabalhar depois... (MF)

Beijos, abraços e até a próxima!

Mariana Della Barba e Marcelo Forlani, de Londres

Se quiser entrar em contato, envie e-mails para gap@omelete.com.br

P.S. Mind the Gap eh a frase que mais se ouve no metro londrino. Don’t Mind the Gap eh a coluna que vai ser publicado nas semana não do London Arena, para tentar cobrir o vazio (gap em inglês) e amenizar o martírio que é esperar o próximo Feijoada x Fish & Chips.