A Riot Games oficializou, nesta quarta-feira (25), todos os detalhes do VALORANT Challengers Brazil (VCB) 2024. Como previsto, a principal competição brasileira de VALORANT será realizada de forma online na maior parte do tempo e conta com poucas organizações confirmadas — as que estão, inclusive, têm pouca expressão. De quebra, a responsabilidade de organizá-lo ainda será de uma empresa terceirizada. Tudo isso colabora para que o VCB seja o pior torneio nacional das principais modalidades de esports no Brasil.
No geral, o ponto principal dessa história é a falta de organizações com relevância dentro da comunidade dos esportes eletrônicos. São elas que movimentam o cenário e costumam dar audiência, o que serve para manter e quiçá evoluir uma competição. A debandada de times que participaram da temporada passada do VCB já havia sido prevista pelo The Enemy, mas chegou a um nível que nem o torcedor mais pessimista imaginava.
Entre todas as quatro organizações que já foram oficializadas pela Riot no torneio, a RED Canids e a Legacy são as que têm mais relevância. Só que elas se notabilizaram em outros cenários, e não no VALORANT. O restante são times recém-criados e que buscam crescer dentro da modalidade, como foi o caso da The Union — que curiosamente encerrou as atividades mesmo depois de dominar o cenário nacional do jogo em 2023.
Além disso, os “fakes” têm tido uma enorme dificuldade de encontrar possíveis interessados no mercado. A grande maioria das organizações mais populares e que não estão no VALORANT não vêem com bons olhos uma entrada no cenário nacional justamente porque julgam (com razão!) ser um investimento de altíssimo risco.
A tendência é que os times cheguem ao ponto de disputar o VCB sem representar uma organização, algo que confirmaria de vez a falha e o desinteresse da Riot em manter vivo o cenário brasileiro do jogo. A questão é tão real que a publisher optou por passar a responsabilidade de organizar o torneio para uma empresa terceirizada.
Embora tenha muito mais erros do que acertos, a Riot acertou em colocar grande parte do VCB sendo disputado no formato online, já que o presencial impactou muito pouco na temporada passada. O fator, no entanto, impacta ainda mais um produto que já está desvalorizado.
É estranho dizer isso sobre um torneio que esteve no auge há tão pouco tempo antes da implementação das franquias: o VCB, na atual junção de todos os elementos, está abaixo do CBLOL, no League of Legends (LoL), da LBFF, no Free Fire, e até mesmo do CBCS, agora no Counter-Strike 2 (CS2). Claro que são modalidades e competições mais antigas, mas todas têm mais organizações relevantes, audiência e interesse público.
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O desperdício de potencial do VALORANT no Brasil é nítido. Com as mudanças e o novo formato do VCB, a Riot não parece ter interesse em mudar o cenário catastrófico do Tier 2. Pelo contrário, o objetivo da publisher fica cada vez mais claro com o passar do tempo: enfraquecer a base (VCB) e fortalecer o topo da pirâmide (VCT). Problema é que uma hora ela desmorona e, doa quem doer, está perto de acontecer isso.
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