Foto: Bruno Alvares/Riot Games
Bastidores do VALORANT: tier 2 vive dias contados em 2024
Sem vaga internacional, mercado do Challengers está quebrado no Brasil
Dias contados: assim pode ser definida a situação do tier 2 do VALORANT no Brasil. Do mesmo modo como neste ano, a "segunda divisão" do competitivo do jogo não terá vaga em torneios internacionais em 2024. A última esperança da comunidade brasileira, portanto, não existe mais. E como não poderia ser diferente, o mercado dos torneios Challengers está quebrado e não há expectativa por mudança. Confira abaixo a opinião e a apuração do The Enemy sobre o caso.
Conforme anunciado pela Riot Games nesta quarta-feira (23), o tier 2 do VALORANT em 2024 terá três etapas, sendo que a última delas já será parte da temporada seguinte em 2025, e o Ascension fechará a season. Só. Não há mais nada relevante além do que já havia sido revelado, como o sistema de parceria com os times das ligas internacionais e a possibilidade de empréstimo de jogadores.
Internamente, a expectativa do mercado do VALORANT Challengers Brazil (VCB) era a existência de uma vaga internacional para "justificar o investimento" no cenário local. Sem ela, a grande maioria dos times não vê outra saída que não seja reduzir drasticamente os gastos em comparação como foi em 2023.
Nas últimas semanas, organizações do VCB se intensificaram para "bater o martelo" sobre a participação no torneio para 2024. Isso porque todas elas têm até o dia 1º de setembro deste ano para avisar a Riot se vão abdicar, transferir ou seguir com as vagas. Com um prazo bizarramente curto, a maioria das organizações que têm interesse em negociar as vagas para o VCB 2024 estão com uma dificuldade enorme de encontrar interessados.
Atualmente não há quem realmente queira colocar dinheiro no tier 2 porque é de conhecimento público que dificilmente haverá retorno financeiro e de marca caso o time não consiga a vaga temporária nas franquias por meio do Ascension. E sejamos sinceros: com o formato de os times norte-americanos do tier 2 treinarem contra os times do VCT Americas, só um milagre fará o Brasil conseguir vencer essa disputa.
Sendo assim, as raríssimas organizações que pensam em seguir no VALORANT em 2024 pretendem pagar salários bem abaixo do que foi pago em 2023. Os principais jogadores do tier 2, por exemplo, já demonstraram insatisfação com isso e a tendência é que eles recusem até o ponto em que só exista essa oportunidade (spoiler: será assim caso não desistam de competir no jogo).
O mercado do tier 2 brasileiro do VALORANT está falido, não há mão de obra qualificada, não há audiência, não há patrocionador disposto a investir e o custo-benefício, logo, também não existe. Ou seja: há uma enorme possibilidade de times disputarem o VCB 2024 sem representarem uma organização — o que seria gravíssimo para o ecossistema da Riot Games e dos esports no geral.
A única saída para isso ao menos ser amenizado será a realização de parceria com LOUD, FURIA e MIBR, mas será preciso que essas organizações assumam as operações como um todo, já que estão em outro patamar financeiro e de visibilidade por estarem nas franquias.
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No frigir dos ovos, o fim do tier 2 está próximo e a intenção da Riot Games de torná-lo um "degrau" para as ligas internacionais realmente será alcançada. O problema é que, antes de ser um "degrau", é preciso ser uma escada. E atualmente a escada está quebrada, assim como o cenário brasileiro do Challengers.
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