A LOUD inegavelmente se tornou a grande referência da região brasileiro no VALORANT, mas agora a equipe está próxima de vencer o Champions 2022 e ser o melhor time do mundo na modalidade. Só que antes de chegar lá, a equipe bateu na trave em duas edições distintas do Masters e precisou evoluir mesmo sem adversários regionais à altura.

Para avaliar esse processo de evolução e de mudança de características da LOUD ao longo desta temporada, o The Enemy conversou com Nyang, pro player ex-IGL da Gamelanders e frequentemente convidado para transmissões brasileiras da Riot Games. Do ponto de vista do jogador profissional, ele analisou a equipe capitaneada por Sacy e demonstrou confiança no título mundial.

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Para Nyang, a proposta de jogo da LOUD, antes do Champions 2022, era muito clara e acabava sendo um tanto quanto previsível para os times internacionais - que entendiam facilmente o estilo mais lento dos brasileiros e conseguiam anulá-los.

“A LOUD, desde o começo do Champions 2022, já mostrou ter entrado com uma proposta um pouco diferente do que estava fazendo nos outros campeonatos. É um time que gosta muito de trabalhar com informação e domínio de mapa, e aí aplicam a pressão de certa forma em algum lugar e depois decidem o que vão fazer”, disse.

“Não necessariamente eles [LOUD] já saem do começo do round sabendo como o round vai terminar, mas desenrolam através de um padrão para definir o que vão fazer. O problema disso é que ficava um pouco nítido para os outros times”, completou Nyang.

Só que agora isso mudou. A LOUD passou a misturar métodos distintos de se comportar dentro dos mapas e, em algumas situações, propõe mais agressividade em ambos os lados. A mudança vem surpreendendo os adversários e dando certo no Mundial. Assim conta Nyang.O principal é que a LOUD agora está mesclando tanto a maneira de jogar um pouco mais tática, quanto um estilo de jogo mais agressivo”, explicou.

“Todos os jogadores da LOUD são muito bons de mira e dá para ver que a postura da equipe é colocar todos esses jogadores em situações onde podem individualmente criar algumas jogadas que não necessariamente sejam só pelo padrão ou pelos recursos que eles têm. Então se expõem um pouco mais e ainda assim jogam de forma mais agressiva. Isso surpreende os adversários e acaba saindo um pouco do padrão”, analisou Nyang.

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Foto: Angel Franco/Riot Games

Pela Gamelanders, Nyang enfrentou a LOUD duas vezes neste ano e perdeu ambas as séries melhor de três (MD3) por 2 a 0. Com experiência para analisar o antes e o agora da LOUD, o pro player acredita que as derrotas internacionais foram o ponto de virada para a equipe evoluir as performances entre o domínio regional e o palco internacional.

“É muito difícil falar sobre o domínio da LOUD aqui no Brasil porque, apesar de ter passado algumas dificuldades, foi o time que não perdeu nenhuma série. Sem dúvidas isso fez com que eles [LOUD] talvez chegassem lá fora sem saber quais eram suas principais falhas. Então, no decorrer desse tempo, eu acho que aí sim deu para notar uma evolução um pouco mais nítida. Mas aqui [no Brasil], sendo sincero, não teve nenhum time que conseguisse mostrar para a LOUD o que ela precisava melhorar. E aí é óbvio: a derrota é normalmente o que faz você aprender mais. Como eles estavam ganhando tudo, talvez não tivessem tanto foco nesse aprendizado ou talvez o aprendizado não fosse tão forte quanto seria caso eles perdessem”, disse o pro player ex-Gamelanders.

Além de mudanças externas, dentro de jogo a LOUD também apresentou novidades que surpreenderam grande parte da comunidade. Isso porque a equipe passou a alterar funções e agentes entre os cinco jogadores no Champions 2022. Como complemento, Nyang aponta os fatores em que a LOUD soube trabalhar e evoluir como equipe.

“Deu para perceber que a LOUD começou a se adaptar cada vez mais na composição do time. Às vezes mudar o estilo de jogo individual, tomar decisões individuais, não necessariamente precisar do IGL para passar uma comunicação para você, comunicar direito, jogar mais junto, entender qual é a função da pessoa e do agente naquele mapa: tudo isso são características que a LOUD foi evoluindo cada vez mais”, explicou.

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Foto: Colin Young-Wolff/Riot Games

Entre fraquezas e pontos que foram melhorados na atual LOUD em relação a quando enfrentou a Gamelanders, Nyang indica que a equipe passou a se adaptar melhor dentro das partidas, mas que ainda tem a Pearl como uma incógnita e possível fraqueza. Ele, no entanto, opina que todos os jogadores da organização estão “vivendo a melhor fase individual e coletivamente”.

“A maior característica da LOUD agora, fora todo esse planejamento tático, é sobre conseguir se adaptar. Acho que essa era talvez a maior fraqueza deles: acabavam ficando muito ligados ao estilo de jogo que haviam determinado antes da partida começar e aí, quando dava errado, demoravam um pouquinho mais para se recuperar. No momento, talvez o único ponto fraco da LOUD seja a Pearl, que perderam para OpTic. Um time mais experiente talvez consiga prever melhor o draft da LOUD por ela ter o veto principal nesse mapa novo. Fora isso, não acredito que tenham muitos outros pontos fracos, pelo menos no que está sendo mostrado para nós”, opinou Nyang.

Por fim, de uma forma menos palestrinhaNyang é direto ao responder e esbanjar confiança sobre a possibilidade da LOUD ser campeã mundial. “Todo esse caminho que a LOUD percorreu ao longo deste ano me dá 100% de certeza que eles estão prontos para ser campeões agora”, concluiu.


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