O MIBR comunicou que sua equipe feminina disputará duas modalidades ao mesmo tempo: Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) e VALORANT. O anúncio chamou a atenção da comunidade, que passou a debater as possibilidades e a viabilidade desta decisão. Para entender melhor como isso funcionará, bizinha conversou com o The Enemy e explicou cada ponto desta nova etapa.

De acordo com a pro player, um dos grandes motivadores do time ingressar no VALORANT, foi o simples fato do grupo deixar "preconceitos" de lado e dar uma chance ao jogo. Até mesmo quem nem pretendia jogar, passou a adorar o game.

"Isso me lembra muito da Cellax falando que não pensava em jogar VALORANT e, depois de um mês jogando, dando chance, se descobriu num novo mundo. Vejo claramente como ela fica alegre em jogar de Jett. Acredito que as pessoas aprendem melhor sobre os seus caminhos, só depois que podem experimentar. Se a primeira vez de todas nós no mundo competitivo de games, jogando aquele primeiro campeonato, nunca tivesse acontecido, como saberíamos que amamos a competição?", explicou bizinha.

MIBR/Reprodução

Além de gostarem do game, não há dúvidas de que houveram outros grandes impulsionadores para bizinha e companhia optarem por dividir seu tempo com uma nova modalidade, mesmo sendo algo pouco comum dentro de qualquer esporte - eletrônico ou não. Ela também revelou que o treinador Walck foi o maior apoiador desta movimentação. 

"Essa decisão foi motivada pela vontade de evoluir profissionalmente, mesmo que isso signifique ser um pouco arriscado inicialmente", contou bizinha. "Começar do zero é o mais coerente a ser feito, tendo em vista que todos sabem que o valorant tem um futuro muito promissor. Fora o fato de que o jogo é novo e nos dá vontade de aprender e evoluir. Quem é competidor sabe que o desafio conta muito em relação à vontade de conquistar um novo lugar, estar em um novo lugar e etc", completou.

Dentre os debates gerados dentro da comunidade sobre estar em duas modalidades ao mesmo tempo, um dos mais presentes foi sobre como a divisão entre os dois jogos seria feita internamente. Tanto em questão de logística quanto administração de tempo, já que treinar um game profissionalmente já é bem puxado, o que dirá dois… Sobre isso, bizinha disse o seguinte:

"Vamos trabalhar com prioridades. Não estamos fazendo as duas coisas simultaneamente, no mesmo dia ou na mesma semana. Sobre a carga horária, a padrão é de 7 horas, mas mesmo assim continuamos jogando depois disso para buscarmos outras coisas. Quem trabalha competindo nos esports sabe que trabalhamos por muito mais horas do que o estipulado para poder evoluir. Na minha opinião, o que mais prejudica um time é ele não estar alinhado na mesma página, mas felizmente estamos todas mirando numa mesma direção."

Bizinha relatou que o MIBR feminino está treinando VALORANT contra outras equipes desde 21 de janeiro. Durante este processo, um grande reforço que tem ajudado na adaptação das jogadoras é o treinador da equipe masculina, stk: "Ele tem nos dado uma visão muito boa sobre tudo a respeito do game", falou bizinha.

Inclusive, elas já até mesmo organizaram as posições dentro do game. De acordo com bizinha, tudo ainda é um teste e as funções podem mudar no futuro. Mas, por enquanto, a line-up funciona assim:

  • Cellax - duelista
  • arkynha - Flex
  • LyttleZ - iniciadora
  • fly - sentinela
  • bizinha - controladora
  • Walck - treinador
MIBR/Reprodução

Durante estes primeiros contatos e períodos de adaptação, a atleta deixou claro que ainda é muito cedo para planejar grandes objetivos dentro do competitivo. No entanto, não escondeu que o cenário misto e disputar um Challenger está sim na mira do seu time.

Até que o MIBR feminino faça suas primeiras aparições, provavelmente o debate sobre uma equipe estar em duas modalidades continuará. Agora, no entanto, com mais algumas informações internas a respeito do tema. Bizinha disse inclusive, que ficou feliz com a repercussão, pois isso mostra como a comunidade, de uma forma geral, está mais interessada e prestando atenção na cena feminina.

A primeira classificatória para o VCT Game Changers 2022 está marcada para acontecer entre 24 e 27 de fevereiro. O campeonato acontecerá online e terá uma premiação total de R$ 20 mil, além de oferecer pontos no circuito feminino. Até o momento, as tabelas não foram reveladas.