A classificatória latino-americana de Halo 5: Guardians está sendo realizada nos dias 13 e 14 de fevereiro na Cidade do México, trazendo uma chance única de ganhar US$ 15 mil e também conquistar uma vaga no mundial Halo World Championship em março. A equipe Black Lotus BR é uma das três brasileiras que representam o país na competição, chegando ao México de maneira inacreditável: o time não tem patrocínio e dois de seus jogadores não possuem Xbox One, o console principal para o game do campeonato.

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Wilder Klejoábson, Robson Thiago, Renato Ferreira, Alexsandro Silva e o técnico Klayton Gomes se conhecem há mais de dez anos. Além de serem praticamente vizinhos morando no mesmo bairro em Natal, todos jogam juntos desde a época de Halo 2.

É justamente por esse conhecimento de longa data do jogo que permitiu que o time conseguisse se classificar mesmo com tantas adversidades. Renato e Robson não possuem o novo console da Microsoft, mas isso não foi um empecilho para os jogadores: "Como todo mundo já joga Halo há muito tempo e conhece tudo, não ter o Xbox One não impede que você aprenda", diz Alexsandro.

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Para resolver esse problema, todos se uniram para pagar um empréstimo de Xbox One a Renato e Klayton emprestou seu console para Robson. "Nos desdobramos, fizemos o possível, alugamos, pegamos emprestado e assim foi. Alguns já estavam jogando em lan house um pouco, mas precisamos fazer isso para dar um tempo maior e conhecer mapas, posicionamentos e armas. Quando você quer algo, deve ir atrás”, fala Klayton.

Apesar disso, a equipe só conseguiu treinar por três dias antes da etapa que daria a vaga para o torneio no México. “Há muita dificuldade, trabalhamos das 8 da manhã até bem tarde, chegamos cansados e ainda precisamos arranjar um tempo para jogar. Ás vezes nem conseguimos, jogamos no máximo uma ou duas horas. Se tivéssemos um tempo maior, colocaríamos mais jogadas em prática e com certeza seríamos ainda melhores”, lamenta Alexsandro.

Os jogadores só participaram da última etapa, mas conseguiram se classificar disputando contra times bem estruturados, com organizações e patrocínio. “Mesmo sendo apenas três dias de treino, foi tranquila a nossa classificação. Até então, ninguém conhecia a equipe, nenhum nome de jogador. A gente chegou e surpreendeu todo mundo, batemos nas favoritas a ganhar”, diz Renato.

Surgiram oportunidades de patrocínio para a Black Lotus, mas nada se concretizou. Apesar da viagem ser oferecida pela empresa responsável por Halo, os cinco precisaram lidar com diversos gastos. “Muitas equipes participantes menosprezaram a gente, achavam que não tínhamos condições, mas demos a volta por cima e mostramos quem ganhou e quem merece estar aqui”, lembra Alexsandro.

Black Lotus jogando a classificatória latino-americana de Halo World Championship

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Klayton fala sobre a visibilidade atual do time: "Entre os brasileiros, nós somos os mais visados justamente porque ninguém acreditava que chegaríamos aqui”. Ele continua: "Ficamos sem patrocínio, sem uniforme, sem nada, tivemos que arcar com tudo. Viemos com a cara e a coragem, a intenção e o pensamento positivo é para ganharmos. Chance nós sabemos que temos, apesar de terem desacreditado. Estamos aqui para provar e vencer”.