MIBR é um dos times da casa no IEM Rio 2023 de Counter-Strike: Global Offensive (CSGO). O campeonato, que conta com a maioria das melhores equipes do mundo, promete ser uma prova de fogo para os brasileiros. Ainda assim, para Exit, o Made in Brazil pode ir longe pois tem algo que os times internacionais não terão: a torcida.

Chegandos nos playoffs

Para ter a torcida gritando o nome do MIBR, no entanto, a equipe ainda precisa garantir vaga nos playoffs do campeonato. Isso porque, ao contrário do Major, a fase de grupos não terá público. Sem vida fácil, Exit vê um trio europeu a frente dos demais, mas não descarta seu time de forma alguma.

"Os favoritos acredito que sejam a FaZe, que acabou de ganhar a Pro League, além de Heroic e Na'Vi, que estão jogando bem. Esses três sempre chegam como favoritos e no Rio não será diferente", opinou o jogador. "Sobre o MIBR, eu realmente acredito que se conseguirmos passar para os playoffs, nós teremos a força da torcida conosco e aí o céu é o limite. Caso isso aconteça, todos os times podem nos temer, porque com os fãs brasileiros nós chegaremos longe!", completou Exit.

Ao The Enemy, Exit admitiu que a ficha de que ele e seus companheiros jogarão um torneio de nível mundial no Brasil, ainda não caiu. Talvez até demore, por conta dos vários torneios que o próprio MIBR tem pela frente. Mas só de lembrar do Major, ele se arrepia.

"Eu estava lá [Major do Rio] e lembro de uma sensação que me consumiu. Eu queria muito estar jogando e não só assistindo. E agora que tenho essa chance, vou dar meu máximo para chegar aos playoffs e jogar diante da torcida."

Exit garante que a fala não foi da boca pra fora. Até porque, no caso dele, a oportunidade tem um gostinho diferente...

"Para mim tem sim um sentimento especial a mais, pois [o IEM Rio 2023] vai ser no meu estado. Se nós conseguimos passar para os playoffs, tenho certeza de que estarão lá minha família e também amigos, pois muitos moram perto. Claro, eu sou de Niterói e não da cidade do Rio especificamente, mas pra mim isso não muda esse gostinho especial", disse.

Foto: ESL/Reprodução

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Um novo MIBR preparado

Muito se falou durante toda a entrevista, sobre chegar aos playoffs. Afinal, é o primeiro grande objetivos de todos que querem sentir o calor do torcedor brasileiro. Não será fácil, mas o capitão do Made in Brazil vê seu elenco mais preparado para superar todos os obstáculos.

"Nosso time está muito mais estruturado do que antes. Até porque tivemos mais tempo para colocar tudo em dia - desde coisas novas, até melhorar as antigas. O próprio bootcamp, em que ficamos duas semanas na Europa, nos ajudou bastante nisso, pois jogávamos o dia inteiro, além de sempre buscar novidades. Eu também vejo que hoje todos estão confortáveis nas funções que estão desempenhando. É uma junção de todos esses fatores."

Dentre as mudanças, uma das mais impactantes aconteceu com o próprio Exit, que assumiu a braçadeira de capitão do Made in Brazil. Para muitos, a oportunidade poderia até mesmo ser um fardo. Para ele, caiu como uma luva.

"Eu me surpreendi comigo mesmo, porque quando o bit pediu no final do ano passado para eu assumir a função de capitão, eu sabia que seria muito difícil. Mas acabou que eu me adaptei mais rápido do que esperava. Eu sinto até que meu jogo não decaiu e se manteve de um modo geral. Claro, uma hora ou outra, como capitão, a gente acaba prestando atenção demais em certas coisas e deixa o próprio jogo de lado, mas eu to me sentindo confortável nessa posição e recebo bastante ajuda do bit e do Tacitus nisso", contou Exit.

Uma das chaves para este sucesso, é o equilíbrio que ele implantou dentro do servidor.

"No geral, algumas coisas acabaram mudando por conta do meu jeito de ser capitão. Eu sou um cara mais metódico e gosto de tudo sempre muito certinho. Ao mesmo tempo, também dou bastante espaço para os meninos fazerem as jogadas individuais que eles julgam serem válidas. Nós constantemente temos conversas sobre isso, porque eu gosto bastante quando eles dão ideia e quando conseguem jogar o próprio jogo, ao invés de ficarem presos somente ao que eu falo. Creio que assim está dando certo, sinto que eles estão confortáveis nessa mescla de momentos mais soltos e mais contidos."

Ainda falando sobre mudanças, Insani foi outra grata surpresa. De acordo com exit, mais do que muitos imaginam, por conta do seu estilo junto dos companheiros.

"Nós damos bastante liberdade pro Insani e ele tem sentido isso. Ele é aquele tipo de jogador que gosta de puxar as coisas durante os rounds, falar bastante e isso foi muito bom pro time, porque nós perdemos jogadores que eram muito assim e o Insani chegou para suprir isso", revelou Exit. "Engraçado que ele era uma incógnita para nós sobre como seria dentro do game, mas ele puxa cada vez mais responsabilidade e se mostra muito produtivo", adicionou o capitão enquanto elogiava o jovem de 18 anos.

Foto: ESL/Reprodução

O calendário do MIBR é quase caótico. Eles acabaram de sair da BLAST Premier Spring American Showdown 2023 e agora tem pela frente o RMR, que oferece vaga no Major, e a chance de fazer história no próprio IEM Rio 2023, caso conquiste o primeiro título Tier S da história do CSGO brasileiro, em casa. Onde está o foco em tudo isso? Em tudo!

"Para gente não tem essa coisa de guardar tática, pois todo campeonato é importante. Claro, alguns acabam tendo uma importância maior, como o RMR, por exemplo, mas nós levamos a sério 100% dos jogos e usamos tudo o que podemos para vencer. Mas eu devo dizer que a questão de treino está bem ruim aqui no NA. Nós estamos até aproveitando que está tudo muito corrido de campeonato e estamos sempre jogando e transformando nosso treino mais em rever nossos erros e conversar, do que outra coisas."

É muita coisa para focar, mas o MIBR prefere abraçar tudo, de forma igual. Na BLAST foi por pouco, mas o grande objetivo era, de fato, o RMR. Conseguindo uma vaga no Major, a equipe chegará com moral para o Rio de Janeiro.


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