Primeira brasileira a correr na Fórmula Indy, categoria renomada mundialmente, Bia Figueiredo quer usar sua influência no automobilismo real para fazer história também no virtual. A pilota profissional está na disputa do Player 0.0 da Heineken de F1 2022 e conversou de forma exclusiva com o The Enemy sobre as dificuldades de se profissionalizar na área e também projetou uma maior colaboração dos campeonatos de jogos de corrida na inserção do público feminino na modalidade.

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Bia começou no automobilismo aos oito anos de idade. Naquela época não pensava nas dificuldades que encontraria para se integrar na área, mas depois sentiu na pele quando começou a disputar campeonatos profissionais. Foi aí que ela teve que endurecer o jogo para se posicionar e se tornar uma das principais referências femininas do cenário brasileiro. 

“Eu amava correr e meus pais nunca deixaram de apoiar a mim ou minha irmã em qualquer atividade. Fui sentir mais dificuldade quando comecei a correr campeonatos profissionais e percebi que ninguém queria perder para uma mulher, pois de fato era a única nas pistas. E existia uma pressão da família para que os meninos não perdessem. Foi uma fase bem complicada e tive muitas vezes que jogar duro para me posicionar. Mas saí vitoriosa e fiz história por vencer corridas que nenhuma mulher venceu”, explicou.

heineken player 0.0 f1 2022 bia figueiredo
Foto: Divulgação

Agora consolidada no automobilismo, Bia quer influenciar para que tenha mais presença feminina no cenário. Segundo ela, a realização do Player 0.0 com a presença de pelo menos cinco mulheres na disputa pode ajudar nisso.

“Ainda não temos tantas mulheres na área de games. No automobilismo, temos mulheres incríveis, mas ainda somos minoria - assim como nos esportes em geral. Quem sabe vendo as mulheres que estão no Player 0.0 mais mulheres não se animam? Pois tudo é uma questão de referência. É um território em que todos podem competir por igual e será fantástico termos mais mulheres”, disse.

Mas além do Player 0.0, Bia acredita que os jogos de corrida são uma boa oportunidade - de uma maneira geral - de atrair mais mulheres ao automobilismo. “É muito mais acessível e é um mundo cheio de oportunidades. Temos alguns jogadores que saíram dos games e foram vitoriosos na vida real, como o Igor Fraga e o Jeff Giassi. Quem sabe, em breve, não teremos nas pistas uma mulher que começou nos jogos?”, concluiu.


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