Um novo fenômeno começou a aflorar no cenário feminino brasileiro de FPS. O país, antes com um cenário extremamente precário, cresceu, revelou grandes talentos e passou a exportar jogadoras para outras regiões. Aparentemente, descobriram a mina de ouro que é o Brasil.

Showliana foi uma das pioneiras neste sentido, quando se juntou à Dignitas para jogar Counter-Strike: Global Offensive e VALORANT. Rapidamente o time optou por ficar apenas no jogo da Riot Games e assim a ex-jogadora de CS:GO tornou-se um import de VALORANT na América do Norte.

Em entrevista exclusiva ao The Enemy, a própria Showliana deixou claro que em questão de habilidade, seu time norte-americano teria sim espaço para outras brasileiras. Inclusive, algumas chegaram até mesmo a fazer teste.

"A gente teve uma troca de line-up recente e chegamos a testar três meninas brasileiras. A questão da linguagem foi a maior barreira. Não tem como falar que não atrapalha. É um jogo de reação muito rápida e, se as pessoas não estão entendendo e não estão na mesma página, às vezes vira um caos. Seria muito legal ter uma brasileira e eu tentei fazer acontecer. Chegou até perto, mas a gente fechou nosso time e eu sou a única brasileira mesmo", contou a pro player, hoje na Evil Geniuses.

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No CS:GO, recentemente, dois nomes fortes também foram jogar fora do Brasil e em regiões distintas. Josi, ex-MIBR, foi anunciada na BIG e agora joga na Europa. Já Olga, ex-FURIA, entrou para a HSG e passa a competir na Ásia. A procura pelas talentosas brasileiras tem se mostrado cada vez mais comum e um fenômeno mais corriqueiro.

Para elas, o fato anima - e muito. Olga por exemplo, mostrou bastante animação na entrevista ao The Enemy: "Eu sempre tive o sonho de jogar fora do país, então essa foi a minha maior motivação em embarcar nessa jornada", explicou a jogadora.

Já do lado do cenário nacional, talvez este seja um alerta. Um sinal amarelo no momento. Se olharmos para o caso de Olga, a player era considerada a melhor jogadora do Brasil e agora não representa mais um time brasileiro. São grandes talentos que começam a deixar o país, enquanto pouco se faz para que novos sejam criados e moldados por aqui.

Como uma prática ainda embrionária na cena feminina nacional, é difícil prever se estas exportações foram pontuais ou se mais acontecerão em breve, com frequência. Pensando nas jogadoras, elas precisam sim priorizar as próprias carreiras, planejar o futuro e viver este tipo de experiência. Não há dúvidas nisso.

Entretanto, também há o lado das organizações e de quem fica por aqui. É um sinal amarelo que não pode se tornar vermelho. Não adianta apenas torcer para que outros grandes talentos simplesmente surjam do nada. É o momento de investir, para importar se for preciso, mas ter a tranquilidade de uma reposição sem perdas gigantescas.


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