Campeã de dois CBCS seguidos e uma das representantes brasileiras no RMR das Américas de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO), a Arctic é uma das equipes nacionais que mais mostrou evolução nos últimos tempos. Short, que é capitão do time, conversou com o The Enemy sobre a boa fase dentro de jogo e até das turbulências fora dele.

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Segundo Short, o desenvolvimento do time se deve a dois fatores principais. Um deles, são as oportunidades e experiências que a Arctic tem vivido.

"Esses campeonatos que jogamos em LAN nos trouxeram uma bagagem enorme para já estarmos preparados para todos os problemas que podem vir, inclusive a pressão", explicou Short. "O time está jogando as partidas cada vez mais tranquilo e é por isso que conseguimos alguns bons comebacks e vencer partidas apertadas para ambos os lados. Fora que, o exp, para quem não sabe, além de nosso coach também é psicólogo. Então, a parte mental é algo que estamos sempre dando atenção", acrescentou.

O outro ponto é a dedicação do grupo: "Desde que o exp e o ponter entraram, nós não paramos um segundo. É o tempo todo trabalho e treino. Isso até nos deu uma motivação a mais. Hoje, as vagas e títulos que estamos conquistando, são frutos colhidos de toda essa dedicação".

Curiosamente, nem mesmo as trocas no elenco foram o bastante para frear o ímpeto dos lobos do ártico. Na verdade, parece que o efeito foi o contrário.

"Todos acharam que nós iríamos decair muito depois que o piria saiu. Mas o Ponter chegou para mostrar o contrário e ainda foi o MVP [do CBCS Masters]. Nós estamos conseguindo jogar muito bem como um time e isso é o mais importante", disse short.

"Não é a saída de um player que fará nossa equipe ter uma grande decadência. O ponter é um cara muito bom individualmente e que se encaixou muito bem no time - melhor ainda que o piria, eu diria", completou opinando

Ao mesmo tempo que vive grande fase dentro do servidor, fora dele o time viveu uma turbulência após a organização se envolver em uma polêmica atrás da outra, no quesito criação de conteúdo. Um dos vídeos da Arctic foi até mesmo acusado de ser racista. Mesmo o elenco não tendo nenhum envolvimento com os acontecimentos, Short admite que o problema respingou nos jogadores e, por isso, eles tiveram que se envolver.

"Cada um teve uma percepção diferente, então eu vou falar por mim. Toda essa coisa pesou bastante e tirou muito a nossa atenção, porque foi bem em cima dos nossos jogos de classificação para o RMR. Eu sei bem do quão importante é a construção de imagem para organizações e jogadores e aquele não é caminho. Internamente foi uma insatisfação geral com o que aconteceu, então desde então temos conversas diárias sobre o assunto. A tecla que eu mais estou batendo aqui é a de transparência. É por isso que tenho certeza que essa parte de conteúdo e mentalidade mudarão. Na verdade, já estão mudando. Tenham certeza que não é algo que está sendo ignorado ou tratado de forma superficial."

Em um futuro breve, os jogadores precisarão deixar as polêmicas em um segundo plano e se focar nos compromissos que têm pela frente. Na seletiva aberta para o RMR, Short já reconhece que a Arctic não era a favorita para a classificação. Agora no próprio RMR, ele sabe que será ainda mais difícil, mas também não desacredita.

"Nós chegaremos no RMR com a cabeça bem tranquila. Será a primeira vez de todo mundo jogando lá fora, então o foco é aproveitar bem essa oportunidade, os treinos e aprender o máximo para trazer esse aprendizado de volta ao Brasil. Eu acredito sim que nós temos uma chance de chegar no Major, mas também tenho plena consciência que somos underdogs", comentou o capitão da Arctic.

O RMR das Américas acontece entre 5 e 9 de outubro, em Estocolmo, na Suécia. No total, 16 times disputarão seis vagas no IEM Rio Major 2022, o primeiro Major sediado no Brasil. Até lá, Short revelou que a Arctic terá cerca de duas a três semanas de bootcamp na Europa para se preparar para o maior desafio da história do time.

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