O cenário de League of Legends (LoL) brasileiro parou nesta terça-feira (31) para debater uma entrevista enigmática dada por Jean Ortega, um dos donos da LOUD. Em conversa com o Ilha das Lendas, Ortega usou algumas vezes a resposta “ta 2x”, e, após um tweet deletado por ele, as redes sociais logo compreenderam que ele estava falando sobre Tata Wu, arquiteta que também trabalha como agente para uma série de jogadores do CBLOL. O The Enemy apurou que a própria Riot Games se envolveu nessa situação e passou a investigar Tata sobre um possível aliciamento de Ceos na tentativa de recrutá-lo para a KaBuM.

Tata Wu é uma figura sempre presente em grandes eventos do LoL nacional. Como exemplos recentes, ela esteve tanto em Recife, na final do 2º split do CBLOL 2023, quanto na Coreia do Sul durante a participação da LOUD no Worlds 2023. Por estar sempre nesses eventos, ela criou proximidade com uma série de jogadores.

De acordo com apuração do The Enemy, e com informações publicadas inicialmente pelo ge, Ceos é um desses nomes. Ao longo das últimas semanas, Tata teria representado a KaBuM em uma tentativa de tirá-lo da LOUD para ser um dos reforços dos Ninjas. Com a entrevista de Jean, essa situação passou a ser lentamente compreendida pela comunidade; nos bastidores, a própria LOUD denunciou a atitude dos Ninjas à Riot.

As regras da Riot Games proíbem que organizações entrem em contato com jogadores de outros times enquanto eles estão sob contrato. Em caso de quebra dessa diretriz, configura-se um caso de aliciamento. Veja a regra na íntegra, conforme regulamento do CBLOL 2022:

10.2.12 Aliciamento

Nenhum membro de equipe ou afiliado de uma equipe pode solicitar, ou fazer uma oferta de emprego a um membro de outra equipe que esteja competindo na Temporada 2022, ou encorajar o membro de uma equipe a terminar seu contrato com sua equipe atual

Naturalmente, o contato de Tata Wu com Ceos em nome da KaBuM é irregular e, por isso, a Riot Games estaria investigando o caso.

Outros casos

loop aliciamento
Foto: Bruno Alvares/Riot Games

A ocorrência do aliciamento é, há alguns anos, naturalizada pelo cenário de LoL. Conversas entre jogadores e times acontecem com alguma frequência em ambientes sociais, dificultando o rastreamento desses casos. Ainda assim, há exemplos de punições aplicadas pela Riot por conta dessa regra.

Provavelmente, a situação mais famosa é a de Loop, que foi suspenso por um ano após a paiN Gaming ter entrado em contato com ele enquanto ainda era jogador da INTZ. Sacy, que hoje é campeão mundial de VALORANT, foi aliciado pelos Intrépidos enquanto estava sob contrato com a RED Canids, resultando em multa e suspensão de 10 meses para um dos donos da INTZ.

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Dada a naturalidade com que o poaching acontece, existe um pedido antigo da Riot para que a regra seja alterada. Inclusive, o The Enemy escreveu sobre isso ainda em 2021.

O The Enemy entrou em contato com Riot Games, LOUD, KaBuM e a própria Tata Wu antes da publicação desta matéria. A LOUD afirmou que não tinha nada a declarar; a KaBuM, por sua vez, respondeu que “desconhece essa suposta denúncia e reitera que não comenta rumores de mercado”. Tata Wu e Riot ainda não responderam.


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