O Xbox Series X é uma máquina poderosa. Quando se analisa friamente os números de desempenho divulgados por sua fabricante, a Microsoft, e pela rival Sony, o Series X é, talvez, a máquina mais poderosa da nova geração. Estes números são importantes, porém o que mais importa para este aparelho é a estratégia que o cerca.
Todo console é uma evolução natural de seu antecessor. Mas, ao longo dos anos, a Microsoft mudou os paradigmas do mercado de tal forma que o padrão passou a ser de evoluir cada máquina ao longo de sua própria vida útil. O Xbox de 2005, quando o Xbox 360 foi lançado, já não era o mesmo do lançamento, bem como o 360 de 2013 era radicalmente diferente de sua versão inicial.
A lógica se também se aplica ao Xbox One, o aparelho que “passa o bastão” para a nova geração — Mas com uma diferença fundamental e inédita: sua vida útil foi marcada por uma correção de curso drástica por parte da dona do Windows.
O Xbox One que iniciou a geração tinha o objetivo de ser uma central de entretenimento da qual os jogos eram uma parte minúscula, até se tornar o exato oposto desta proposta: uma máquina focada em jogos, em garantir o melhor desempenho, e com serviços que facilitam seu acesso como o importantíssimo Game Pass que, à exemplo de Netflix e afins, oferece centenas de títulos mediante pagamento de uma assinatura mensal.
A estratégia é tão importante que, para ampliá-la, a Microsoft lança nesta geração, logo de cara, dois consoles diferentes e complementares: O Xbox Series S, mais barato (R$ 2.799 de preço sugerido) e sem drive de disco (leia o nosso review clicando aqui), é a porta de entrada para a nova geração e, principalmente, para o Game Pass; já o Xbox Series X, mais poderoso, é mais caro (R$ 4.599 de preço sugerido) e tem drive de disco.
Portanto, o Xbox Series X que chega às lojas em 2020 é um console ambivalente. Se o compararmos com o Xbox One que iniciou a geração, ele é um retrato da mudança profunda na estratégia da Microsoft dentro do mercado de games. Mas, comparado com a versão final do Xbox One, ele é uma continuidade que prefere se apoiar em mudanças pontuais no lugar de rupturas mais profundas.