Acaso, por Damage

A história do Suporte cria do Grajaú que disputa a primeira final de CBLoL de sua carreira; Por destino, Damage ficou no competitivo. Por trabalho e suor, hoje disputa títulos

Yan "Damage" Sales Jogador Profissional
Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil
Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil

Quando eu era criança, os maiores campeonatos da minha vida aconteciam no Grajaú, o bairro da periferia de São Paulo onde eu cresci. O palco era de asfalto quebrado, a torcida nem ligava para o que estava acontecendo, a narração era o grito das crianças. Grandes jogadas envolviam bolinha de gude, cerol e pipas cortando de um lado para o outro pra ver quem era o rei do céu da rua.

O grande troféu? Um Dolly e o direito de encher o saco da criançada.

A competição sempre esteve presente nas minhas veias, mas ela só passou da rua para a internet quando eu tinha 12 anos, quando abriram uma lan house perto de casa. Era o máximo! Jogava Counter-Strike com os moleques, Grand Chase… Uma farra sem igual.

Só fui ter o meu primeiro computador depois, mas a internet não era lá muito boa. Pior ainda: tenho duas irmãs e um irmão, e sempre que qualquer pessoa resolvia usar o Wi-Fi, adeus. Era impossível de jogar. Com só um ou dois megas de internet, quando alguém fazia qualquer coisa a latência dos jogos disparava. 100, 200, 500, 999!

Como a maioria das pessoas que começaram a jogar LoL, quando fui introduzido pelos meus amigos lá em 2013, achei o jogo uma merda. Parei depois de pouco tempo, mas quando eventualmente voltei, já que geral jogava e eu não queria ficar de fora, nunca mais parei.

Aí aquele demoniozinho começou a falar no meu ouvido: “A molecada é melhor que você, hein! Eles são prata, ouro!”. Óbvio que eu não ia deixar barato, né?!

Sem saber de nada, comecei a jogar feito doido como dava em casa, com a internet lagada e brigando com meus irmãos pra conseguir ficar no computador. Quando terminei a primeira Md10 da minha vida, pá: BRONZE TRÊS.

Fiquei puto.

Pelo resto do ano, simplesmente não saí da frente do computador. Spammei jogo feito maluco, viciei em nome do lendário Dolly que ganhava cortando pipa da galera. E o pior é que os meus amigos nem eram tão vidrados assim, mas eu sempre levei essas coisas pro lado pessoal.

No final do ano, terminei a Season no Diamante, e meus amigos ficaram lá no Gold. O rei do Grajaú, filho!

Apesar da minha família não ter boas condições, nunca precisei sair do meu caminho para ajudar muito em casa, minha infância foi muito boa. Vira e mexe eu ajudava meu pai em obras, mas era basicamente isso. Já no Ensino Médio, minha mãe se preocupava com o meu futuro, não queria que eu ficasse parado sem fazer nada, então me incentivou a entrar em um curso técnico de TI. Foi mais motivação mesmo, meus pais nunca me pressionaram a decidir todo o meu futuro em um ano. “Faz mesmo que seja para ter no currículo, Yan, não tem problema se não é isso que você vai fazer da sua vida, só não quero que você fique parado e perdendo tempo”, dizia ela.

Por isso que falo que essa questão de competitividade veio mais de mim mesmo, não vivia muito isso na minha casa, era mais com os moleques da rua e os desafios que eu colocava na minha própria cabeça. Criança sempre quer ganhar, e descobri isso em mim logo cedo, apesar de não necessariamente usar isso no começo.

Foto: Bruno Alvares | Riot Games
Foto: Bruno Alvares | Riot Games

Como o próprio Cariok contou, o meu começo no competitivo foi um acaso total do destino. O time com ele e com o Anyyy nasceu da Solo Queue em 2015, quando nos conhecemos e soubemos que conseguiríamos fazer uma bagunça no alto nível. O complicado desse começo era que a gente nunca sabia direito o que queria, todo mundo jogava as lanes que mais gostava. Eu mesmo joguei de mid, joguei de top e tudo mais, então participar de um Tier 3 não era realmente competir, era… jogar por jogar.

Gastava toda a minha competitividade na Solo Queue mesmo, tentando pegar o maior Elo possível. Vencer pra mim era a nível individual, ainda mais porque a gente montou um elenco em que eu era reserva de algumas posições - preenchia qualquer buraco, mas não jogava de titular.

E isso é basicamente uma coleira pra alguém que é competitivo como eu. Assistir e não participar é a morte, sério. Naquele ano, assisti do banco o meu time ganhar no Tier 3 e conquistar uma vaga para a Segunda Etapa do Circuito Desafiante 2017, quando viramos IDM Gaming, mas mesmo lá não joguei sequer uma partida. Nosso time mandou mal e nem passou para os playoffs. Foi quando o blury, que era o Suporte titular, decidiu sair.

Essa oportunidade de ouro quase virou pesadelo quando vi que o time queria me kickar. Não falei para ninguém. Nem mesmo o Cariok e o Anyyy, que eram meus amigos mais próximos. Foi um choque grande, eu não sabia o que fazer. As coisas começam a martelar na sua cabeça.

Será que não sou tão bom assim? Será que realmente não me encaixo?
damage.jpg
Damage

Quando finalmente descobri o que queria fazer para a minha vida, o que era o sonho que eu tanto procurava, estava prestes a ser kickado. Estava perdido, não entendia nada de League of Legends de verdade. Se eu fosse chutado do time, que argumentos eu teria? E se eu saísse, em qual time eu entraria sendo o reserva que não jogou sequer uma partida? Minha carreira nem tinha começado e já estava prestes a terminar.

Decidi que queria jogar como Suporte e agarrar a oportunidade, mas a organização da IDM queria contratar alguém. Por um acaso total, não conseguiram, e estávamos em cima da hora para um campeonato que íamos participar. Então, pedi um voto de confiança para o Erickão, que era nosso técnico e manager.

“Erickão, me dá essa oportunidade, deixa eu jogar”, implorei, e ele confiou em mim. Me dediquei pra caramba, não ia deixar essa chance passar. Partiu totalmente de uma vontade individual. Eu queria mostrar que era bom o suficiente, mesmo em uma lane que eu estava começando, de fato, naquele momento.

O Desafio Promo Arena na CCXP 2017 foi meu primeiro campeonato como titular, e eu estava disposto a dar a vida. Era também o primeiro campeonato que o Flamengo eSports ia jogar, e a gente ganhou de 2-0 deles nas semifinais, antes de perder pra Team oNe, que tinha sido campeã do CBLoL por 3-0 na final. Apesar da derrota, aquela palhinha contra o Flamengo me incendiou por dentro, e eu sabia que tinha provado algo para mim mesmo e para a equipe. Conquistei a chance de sair no Circuitão de 2018 de titular.

Quando você joga pela sua vida um campeonato, qualquer outro vira… “apenas” um campeonato
damage.jpg
Damage

Sempre levo tudo pro pessoal, internalizo muita coisa. Nem o Cariok nem o Anyyy souberam que queriam me kickar até eu ter conquistado meu lugar ao lado deles. Ninguém viu direito meu esforço pra virar Suporte, treinar o dobro, passar noites pesquisando e aprendendo sobre a lane. Éramos amigos, mas quando entrava dentro de jogo eu virava totalmente outra pessoa. Jogar por jogar não era mais uma opção. Percebi que eu precisava evoluir como jogador, ou não ia mais jogar com eles.

Veio de uma força de vontade individual, claro, mas no final era sobre jogar junto.

E foi quando me apaixonei pelo verdadeiro competitivo: o coletivo.

Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil
Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil

Lembra daquela criança em casa que queria jogar e precisava dividir o PC com três irmãos, com internet lenta e tudo mais?

Pois é, agora ela estava em uma Gaming House, sendo paga pra jogar, com comida na mesa, roupa lavada e sem precisar fazer absolutamente nada a não ser comer o joguinho vinte e quatro horas por dia. Sonho!... E várzea! Hahahaha! Éramos todos muito novos, amigos reunidos em uma casa sem noção alguma de profissionalismo. Só queríamos nos divertir, foi uma bagunça total.

Só que aí cai a sua ficha de que, quando você está em uma organização de verdade, não pode ficar brincando assim. Tem gente por trás investindo uma grana em você, e o jogo na verdade é trabalho. É um choque muito grande reparar que competitivo de verdade não tem a ver com você ser bom, mas, sim, com o coletivo funcionar bem e você ser profissional.

Essa foi a maior mudança da época que eu virei titular e fui para a Primeira Etapa do Circuito Desafiante de 2018. Entendi o que era ser um pro player de verdade com a pressão de resultados e de poder ser kickado da equipe.

Mas um time não é formado só de vontade, né?

Me lembro que nossos jogos naquele Circuitão eram caóticos. Não tínhamos noção alguma do que estávamos fazendo. Era tipo jogar cinco 1x1, cada um fazendo o que bem queria, sem comissão técnica pra nos ajudar e guiar. Estávamos perdidos no conceito de jogo do que significava ser uma equipe de verdade. Só nos classificamos para os playoffs porque o formato ajudava muito, e porque conseguimos superar outros times só com habilidade individual.

Um dia antes da semifinal contra a Operation Kino, jogamos seis partidas amistosas contra a T Show.

Perdemos as seis! Hahahaha!

Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil
Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil

Quando chegamos para as semis no dia seguinte, estávamos sem medo! Decidimos nos divertir e mostrar nosso máximo, apenas jogar. Parece que quando os playoffs começaram, decidimos esquecer todo o resto e focar. Estávamos leves, sem afobação alguma nas jogadas, completamente diferente da fase de pontos. Começamos a encaixar jogadas, rotações, estratégias. Ganhamos um jogo… E, praticamente, já sabíamos que tínhamos vencido a série.

Na final, pegamos o todo poderoso Flamengo. Dessa vez, eles já tinham o elenco completo: Jisu, SirT, Evrot, brTT e esA. Jogamos no Rio contra o favorito e até com torcida no local. Mas estávamos lá!

Foi quando clicou pra gente: “cara, não somos ruins!”. Era uma mentalidade que batia pesado na gente durante o campeonato. Perdíamos uns jogos que a gente não conseguia acreditar. Então, quando paramos de pensar nisso, tudo fluiu muito fácil. Tiramos um peso enorme das nossas costas.

Entramos para aquela final, ganhamos um jogo e perdemos outro. Lá no fundo, sabíamos que, na verdade, tínhamos sido derrotados por nós mesmos. Resetamos e fomos para cima deles. E olha, quando você entra na série e sente o seu time, sente o adversário… Tem dias que você apenas… Sente.

Não dá pra explicar, você apenas sabe que vai ganhar. Sabe que os caras vão ter que fazer alguma coisa muito mirabolante pra tirar aquela vitória de você. Diversos jogadores passam uma carreira inteira buscando esse sentimento e nunca acham. Quase como por acaso, esse sentimento nos encontrou bem na primeira final da minha vida.

Ganhamos de 3-1.

Finalmente conquistamos o nosso lugar na elite do Brasil, o CBLoL.

E de volta ao banco de reservas.

Pois é… Se chocou vocês, imagina como eu me senti.

Assim, não digo que eu não entendi a decisão do Erickão e da Uppercut (a IDM mudou de nome quando subiu pro CBLoL). Éramos cinco jogadores inexperientes na elite, e o Erickão tinha passado por frustrações na carreira e ficou com receio de jogar com uma equipe totalmente novata, então trouxe o Cabu, que era um jogador bom e com experiência.

Mas… fiquei muito mal. Queria muito disputar o CBLoL. O Erickão me pediu pra usar o Split para treinar mais e aprender, e que na próxima Etapa eu voltaria. Ainda assim, fiquei chateado, claro. Até joguei algumas partidas como Atirador, naquele meta doido da CNB auto-fill, mas estava longe de ser o que eu realmente queria.

Não fiquei satisfeito com um jogo ou outro, queria me dedicar e jogar de Suporte. Tryhardei como nunca na Solo Queue, comia e dormia assistindo VOD dos melhores jogadores. Foi a época que eu realmente mais me doei individualmente, cheguei até a pegar o Top 1 das filas ranqueadas do Brasil, me destacando mecanicamente dos outros jogadores do cenário. Com tudo isso, consegui provar que eu estava pronto para finalmente atuar na elite, no CBLoL.

Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil
Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil

Não vou entrar em detalhes dos quase dois anos de CBLoL que joguei, desde a Primeira Etapa de 2019 até agora, mas joguei pela Uppercut, que virou Rampage durante pouco tempo, e depois, se tornou FURIA. Sempre com uma base dos mesmos jogadores e trocando outros durante toda a Etapa. Foi uma caminhada grande, mas sem resultados expressivos.

Você se pergunta se a sua carreira será isso mesmo. Disputar os campeonatos, pegar um playoff aqui e ali… Mas sem realmente ter chance de chegar em uma final, de disputar um título. A questão fica no ar: sou realmente um bom jogador ou sou apenas mais um dentre todos os pro players que chegam e saem do competitivo, a grande maioria sem conquistar qualquer coisa na carreira?

Mas isso é um pensamento errado, não vai fazer diferença alguma.

Minha meta sempre foi ser a melhor versão de mim mesmo. Quando subi para o CBLoL, entendi que tinha um bom nível para jogar. Me dedicando ao máximo, era questão de tempo para me transformar em um jogador realmente bom aos olhos do público e aos meus próprios.

Não importa se demorasse a chegar. Eu acreditava em mim mesmo.

Como falei antes, o verdadeiro competitivo não é só sobre você, e sim sobre o coletivo. Você nunca sabe o que vai ser do seu time até realmente jogar com eles, e a cada peça que muda, o resultado final também muda. Um jogador pode chegar e agregar ou atrapalhar.

No começo, meus times sempre tinham esse sentimento de amizade e família, conseguíamos resolver nossos problemas, mesmo sem ter resultados muito expressivos. A amizade me carregou mais longe do que algumas equipes realmente conseguiriam chegar, mas sempre senti falta de alguém para nos guiar, balancear a experiência; uma comissão técnica boa, que segurasse a nossa mão.

Era nós por nós mesmos, mas isso só te leva até um certo lugar na maioria das vezes
damage.jpg
Damage

Todas as trocas de jogadores que tivemos nesses dois anos nos atrapalharam muito dentro de jogo. Difícil falar, mas acho que eu conseguiria ter chegado em uma final se tivéssemos apostado em algum elenco, feito um planejamento melhor e reforçado as comissões técnicas.

Eventualmente, entendi que precisaria deixar de lado a história daquela base que perdeu o Cariok em 2018, e que tinha eu e o Anyyy. Depois de quase cinco anos juntos, deixei a FURIA em 2021 para chegar à Rensga.

Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil
Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil

A Rensga não foi bem na Primeira Etapa de 2021 e mudou bastante para a Segunda com a minha entrada e a dos dois coreanos, Croc e Yuri. Até começamos bem o campeonato, mas nos perdemos em um certo momento e terminamos a primeira metade do CBLoL com quatro vitórias e seis derrotas.

Me lembro que, antes do começo do segundo turno, tivemos uma conversa franca sobre o que queríamos para o nosso futuro no campeonato. De quem não poderíamos perder, de como iríamos jogar, as estratégias, o papel de cada um. A partir do começo do segundo turno, mesmo sem bons resultados nos treinos, por acaso, aquele sentimento que tive na época do Circuitão começou a aparecer.

Como uma chama, que começa com uma simples faísca.

E a cada vitória que conquistávamos, ela ganhava mais gás.

Na sexta rodada, ganhamos da Miners e da KaBuM, e ela cresceu.

Na sétima, perdemos para uma paiN que suou pra vencer, mas ganhamos da Vorax, e o fogo só aumentava.

Na oitava, batemos FURIA e Flamengo, e tínhamos uma labareda.

Na nona e última rodada, ganhamos da LOUD e da RED Canids. Virou um incêndio.

Contando com a INTZ na quinta rodada, foram nove partidas: oito vitórias e apenas uma derrota, pra atual campeã do CBLoL. De desacreditados e sétimo lugar no campeonato, terminamos em quarto, apenas uma vitória atrás de Vorax e Flamengo, empatados pelo segundo lugar.

Durante todo momento dava pra sentir o que estávamos fazendo. O sentimento vencedor estava fixado nas nossas mentes, e ninguém precisava falar sobre isso. Nas quartas de final contra a LOUD, ele estava lá. Na série contra a paiN, ele também estava lá.

Zero afobação, calma para jogar, tomar decisões, comunicar o que queremos fazer, nos entender com meias palavras ou ações.

Jogo bonito.

Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil
Foto: Bruno Alvares | Riot Games Brasil

Conforme joga profissionalmente, é normal que você enxergue o League of Legends de uma outra maneira. Isso faz com que o amor que você sinta por ele diminua um pouco. O que te satisfaz não é jogar, é vencer.

No entanto… Nessa Etapa eu voltei a me divertir jogando. Estou feliz pra caramba aqui na Rensga e, independente do resultado, sempre me divirto. Me faz sentir vivo e lembrar de que ainda gosto de fazer isso, competir e sentir cada momento.

Quando você faz uma play e os seus companheiros gritam.

Quando você faz uma cagada, abaixa a cabeça e eles o colocam para cima.

Sentir que você é parte de um coletivo que está unido de verdade.

Sei que tem pessoas que falam que a Rensga é um time de dois coreanos tentando carregar, mas sinceramente? Quem fala isso não entende como funciona o competitivo. Nosso time é muito sólido, cada um faz sua parte, e cada um tem o seu momento de brilhar. O Trigo já carregou jogos, o Kiari também, eu já fiz grandes jogadas, e o Croc e o Yuri se sentem em casa para arriscar as jogadas sabendo que a gente consegue segurar a barra se der errado, ou segui-los se der certo.

Não é sempre fácil. Quando estávamos perdendo, nos distanciamos uns dos outros, mas desde o segundo turno tudo mudou. Passamos a nos abrir mais, conversar, levantar a moral um do outro. O Croc já me procurou para levantar minha cabeça, eu já fui até o Trigo, o Kiari falou com o Yuri. Essas são as ações que criam aquela faísca que se transforma em chama.

E é com essa chama que chegamos ao Rio de Janeiro para disputar a primeira final de CBLoL de nossas vidas.

Às vésperas da primeira final da minha vida, valendo vaga no Mundial, vejo que no começo eu tive muita ajuda do acaso, muitas coisas foram destino. A partir do momento que tive chance, me dediquei. Conquistar o topo não é fácil, tem muito sacrifício envolvido. Não adianta esperar milagre se você não correr atrás.

Desde que entrei para o competitivo, fiz uma promessa de que me doaria ao máximo, de que seria o melhor.

Porque é o que eu gosto de fazer, é o que me faz feliz.

Percebi que querer ser o melhor é uma coisa que vem de mim desde criança, então, sempre me dedico para mostrar que sou merecedor de estar aqui.

E essa aqui vai pro pequeno Yan Sales:

O moleque da bolinha de gude,
De correr de bike atrás de pipa cortada,
De brigar com os irmãos e de internet lagada,
De ficar no banco de reservas e spammar Solo Queue,
Do irmão de Igor, Pamela e Paloma,
Do filho do Júlio e da Alcione,

Nunca foi acaso.

Sempre foi trabalho.

Publicado 03 de Setembro de 2021
Editor e Entrevistador Bruno "LeonButcher" Pereira
Edição Rodrigo Guerra e Diego Lima
Fotografia Bruno Alvares | Riot Games | Folha da Minha Sampa
Tecnologia Igor Esteves, Eliabe Castro e Thays Santos