Bloodborne não é para os fracos de espírito - até mesmo para quem esteve envolvido no desenvolvimento do game. Dave Thach, o produtor da Sony que veio ao Brasil para o lançamento, pediu sorte antes de enfrentar o primeiro chefe na demonstração que jogou no evento realizado em São Paulo, na última sexta (20). Ao derrotá-lo, desabafou: “É a primeira vez que não morro nessa parte.”

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Em entrevista ao Omelete, Thach fala sobre o estilo que torna Bloodborne (e seus antecessores da série Souls) tão cativantes para os jogadores hardcore, e também sobre a importância do jogo no line-up de exclusivos do PlayStation 4 até agora. Confira:

Em outra entrevista, os desenvolvedores de Bloodborne disseram que o jogo só poderia ser feito no PlayStation 4. Você concorda? E por quê?

Sim. Obviamente, o PS4 é uma máquina incrível. Podemos fazer coisas que não podíamos antes. Mas, é claro, também não se trata apenas da capacidade técnica. É a experiência como um todo, as funcionalidades sociais. Acho que essas coisas únicas atrairam a From Software.

O quão perto vocês trabalharam com a From Software no desenvolvimento do jogo?

Muito perto. O jogo também foi produzido pelo Japan Studio (da Sony), então tínhamos um time próximo a eles, além de outra equipe encarregada de lançar o jogo globalmente.

O quão próximo Bloodborne é de Dark Souls e Demon’s Souls?

Acho que, em todos os games de Miyazaki (Hidetaka Miyazaki, o criador da franquia), desde King’s Field no PSOne, você pode ver assinaturas de seu estilo criativo. Para os fãs de Souls, Bloodborne será bem familiar, compartilhando o mesmo DNA. A grande diferença é que, em Souls, você tem uma armadura pesada e se esconde atrás do seu escudo, esperando uma abertura do inimigo. Em Bloodborne, não há como defender. Não existe armadura nem escudo. O que você tem são suas armas, seu juízo e sua agilidade. O jogo é mecanicamente diferente, tem um ritmo mais rápido. Só isso muda o jogo. Mas, novamente, há elementos familiares, como gerenciar a stamina, as fraquezas do inimigo, a hora de desviar. É tudo parte da experiência.

Porque você acha que esses jogos são tão populares, mesmo sendo difíceis?

Neles, vencer é como ganhar uma medalha de honra. Este é o jogo dos gamers. Se você conquista Bloodborne ou algum Souls, você conquista qualquer jogo. Tenho um funcionário que platinou todos os jogos Souls. Para fazer isso, você precisa jogar por centenas de horas. Isso é algo que ele tem orgulho. Bloodborne passa essa sensação, amplificada pela atmosfera imersiva do jogo. Você está em um ambiente gótico, que parece real, e foi elaborado de forma meticulosa. Nunca tive tanto medo em um jogo desde EverQuest. Eu ando pelos cenários e penso: “vou morrer”.

Olhando para a lista de lançamentos do PS4, Uncharted foi adiado, o que torna Bloodborne o maior lanamento do ano por agora. O que podemos esperar de novidades? Devemos aguardar por surpresas na E3?

Obviamente, não posso falar da E3, mas sempre temos surpresas na manga. Temos também Until Dawn vindo aí. É um grande jogo triple-A que está começando a chamar atenção. Eu não ignoraria este jogo.

Como você descreve Bloodborne, em poucas palavras?

Um dos jogos mais difíceis que eu joguei, mas o jeito que ele te destrói e te arrasta pela lama tem um charme que o faz não desistir.