Se você acha que a From Software investiria em uma mecânica totalmente nova para Bloodborne acompanhar a transição da indústria à nova geração, talvez fique decepcionado. Mas não há motivo para isso. Basear-se na boa jogabilidade de Demon’s Souls e Dark Souls, aqui, acabou não sendo problema. Na demonstração do título durante a Brasil Game Show 2014, o jogo se mostrou um excelente sucesssor para quem já estava acostumado com os jogos da empresa japonesa. E para quem não conhecia, talvez valha a pena dar uma chance.

É possível assimilar todas as semelhanças de Bloodborne com os jogos anteriores. Primeiro, pela disposição dos controles, que é quase a mesma. Desde a seleção de itens com as setas do controle até o disparo de golpes individualmente, um em cada gatilho do DualShock 4. Até mesmo uma das manobras ofensivas mais poderosas, o pulo mais ataque, ainda está presente.

Ao início da demonstração do exclusivo da Sony (que é, inclusive, a versão de testes alfa que alguns jogadores já vem recebendo), você pode escolher entre quatro personagens, cada qual com uma arma diferente. Há como jogar com uma mais pesada, uma média, duas lâminas (cujo design é impressionante), ou o modo padrão com uma arma em uma mão, e uma lâmina em outra - foi este que selecionamos.

As duas armas brancas, que mais parecem facas de açolgueiro gigantes, têm uma articulação no punho, que pode ser ativada com o botão L1. Assim que isso é feito, a lâmina se expande e os golpes mudam, tal qual suas animações. É um elegante acréscimo à mecânica, que desafiará a capacidade e a destreza do jogador - premissa presente em todos os games da “série” Souls.

Ainda é cristalino, também, o modo como os jogos da From Software vão contra a maioria dos conceitos de game design do Ocidente. Ausência de mapa, acreditar na capacidade de aprendizado do jogador (tanto da história quanto da jogabilidade, a partir de erros), e animações que fazem diferença na hora do combate, são alguns dos elementos que ainda são notáveis em Bloodborne.

Mas o título consegue se distinguir da série Souls na medida certa. Ao ponto em que, em Dark Souls, tínhamos influência em artefatos antigos, misticismo e até mesmo arquétipos da Era Medieval, agora temos uma mistura da Era Vitoriana com o período moderno, com armas de fogo à pólvora e lâminas mais tecnológicas (como as mencionadas acima). Além do design das roupas e armas, isso é mostrado também nos cenários.

O ambiente de Bloodborne é opressor. Com os fones de ouvido, você com certeza levará alguns sustos com os inimigos. O visual é uma mistura de arquitetura gotica com a europeia do século XIX, só que mais escuro, e com cores mais frias, que intensificam ainda mais o sentimento de que a morte está por perto. E pode ter certeza, está.

Bloodborne chegará exclusivamente para o PlayStation 4 em 5 de fevereiro.