Transformar a franquia Assassin's Creed em um RPG de mundo aberto sem perder a essência da série. Esse é o objetivo da Ubisoft com Assassin's Creed Origins, game que conta o início da rivalidade entre assassinos e templários, acompanhando Bayek of Siwa, o último integrante de uma ordem militar egípcia.

Ambientado no antigo Egito, o game teve que ser reinventado para se adaptar ao novo cenário. O parkour, essência da jogabilidade da série, continua, mas cede significativamente espaço aos elementos de RPG. O protagonista agora evolui, tem níveis de experiência e árvore de habilidades, assim como os ítens - que agora são divididos por raridade. Áreas também são recomendadas por nível, ainda que você possa acessá-las a qualquer momento.

Além disso, a linearidade das missões do Animus, que antes eram entremeadas por atividades secundárias que davam estofo ao jogo, agora ganha o reforço de um sistema de quests. Além das missões principais há side quests, todas com foco em ampliar e aprofundar o mundo através da narrativa.

Estrategicamente, Assassin's Creed Origins incorpora também algumas mecânicas já consagradas da Ubisoft, como o "drone" que marca oponentes - aqui transformado em águia - e a criação de itens a partir de animais (a la Far Cry).

As inovações e adaptações são marca da equipe de desenvolvimento, liderada por Ashraf Ismail. Trata-se, afinal, da mesma de Assassin's Creed IV: Black Flag, que reinventou a franquia com a navegação e combates náuticos.

Ambientado no antigo Egito, o game teve que ser reinventado para se adaptar ao novo cenário

Nos 40 minutos em que explorei o mapa, a região de Faiyum, pude experimentar, além da exploração e algumas missões, o novo sistema de combate. Antes baseado em animação, agora ele é mais dinâmico, com golpes impactando não apenas os oponentes, mas também alguns elementos do ambiente.

É possível alternar rapidamente dois tipos de arco ou armas de proximidade, como espadas ou lanças, machados, etc. Se o jogador optar pelo uso de escudo ganha um bônus, mas não consegue efetivamente bloquear. Esquivas continuam a melhor forma de defesa.

A exploração, porém, segue o grande atrativo do game, com ambientes repletos de pessoas, cheios de vida e elementos - além de cenários deslumbrantes, como o lago Moeris e suas duas estátuas faraônicas. As pessoas têm ciclos de vida e atividades que obedecem dia e noite - eles dormem, comem, bebem, rezam e trabalham.

Há oportunidades diversas de quests, que levam o jogador por um mapa amplo, que se estende de Alexandria, no extremo norte do Egito, até um trecho do grande deserto do Saara ao sul. Em uma breve incursão pelas areias escaldantes, fui atacado por bandidos, tendo que combater a cavalo com cimitarras. Sequer houve tempo para apreciar um belo por do sol no deserto...

Promessa de um grande redesenho da franquia, capaz de retomar suas qualidades do passado, Assasin's Creed Origins chega às lojas em 27 de outubro pra PC, PlayStation 4 e Xbox One.