Quando o assunto é sua divisão de smartphones, a Asus parece ter tirado o ano de 2017 para colocar ordem dentro de casa, corrigir alguns erros que praguejavam seus dispositivos do passado e para se preparar para um ambicioso plano de expansão no setor.

Em uma reportagem no começo deste ano, a publicação chinesa Apple Daily indicou que o plano da fabricante taiwanesa seria dobrar a quantidade de seus smartphones no mercado nos próximos três anos – passando dos 20 milhões enviados em 2016 para 40 milhões de unidades até 2020.

Para colocar a estratégia em prática, a Asus já começou o ano com dois lançamentos bastante distintos: ainda durante a CES 2017, a companhia revelou o então modelo de topo de linha Zenfone 3 Zoom e o Zenfone AR, smartphone que juntava capacidades de VR com o Daydream e de AR com o – em breve finado  – Project Tango.

A ZenUI está consideravelmente menos inchada em sua nova versão

Os dois modelos, juntamente com o Pegasus 3S, seguraram as pontas para a empresa durante quase todo o primeiro semestre, que não viu a estreia da linha principal da Asus de smartphones, os novos Zenfone 4.

Diferente da família ZenFone 3, que chegou durante a Computex 2016, a família completa dos Zenfone 4  – que contém o modelo homônimo, o Zenfone 4 Selfie, o Zenfone 4 Max e o modelo de topo de linha Zenfone 4 Pro – chegou “atrasada” ao mercado, anunciada oficialmente apenas em agosto.

O atraso, no entanto, parece ter tido um bom motivo.

A Asus trouxe um boa série de aparelhos na linha Zenfone 4, que têm em comum os módulos duplos de câmera, boas combinações de hardware e um belo design.

O maior destaque, no entanto, ficou por conta da renovação da customização do Android da empresa, a ZenUI, que está consideravelmente menos inchada em sua nova versão.

Com uma quantidade menor de bloatware e aplicativos pré-instalados, design menos poluído e menus mais simples, a ZenUI 4.0 é um avanço importante para a empresa em uma das áreas que era frequentemente criticada.

Com o design mais “sóbrio” da ZenUI, a Asus também tem o potencial de conquistar novos usuários em mercados mais maduros, como Europa e Estados Unidos –  algo essencial se a empresa busca replicar o sucesso que teve a ásia em novas regiões.

E em 2018?

Apesar da sinalização do CEO da empresa, Jerry Shen, de que a família Zenfone 4 deverá ajudar a companhia a voltar a lucratividade no último trimestre deste ano, os resultados financeiros efetivos dos novos produtos da empresa ainda são uma dúvida.

A Asus começou 2017 apresentando números não tão positivos, o que coloca uma nova pressão nas linhas de smartphones da companhia.

Para ano que vem, Shen espera lançar a nova família do Zenfone 5 ainda mais cedo, em março, o que deve continuar garantindo momento para a empresa no primeiro trimestre.

Afinal, a meta é ambiciosa: tornar a companhia uma das sete mais lucrativas fabricantes de smartphones no mundo até o terceiro trimestre de 2018. Se a restruturação de 2017 continuarem acontecendo, a Asus parece ter boas chances de chegar lá.