Zelda: Tears of the Kingdom não faz sentido em um aspecto

Afinal, por que ninguém se lembra?

Por Helena Nogueira 23.08.2023 09H00

Não há dúvidas de que The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é uma obra-prima. Expandindo o potencial de mecânicas introduzidas em Breath of the Wild para níveis surpreendentes e adicionando camadas ao incrível mundo aberto de Hyrule, o game ultrapassa o potencial do antecessor.

Porém, há um aspecto do game que simplesmente não faz sentido. Trata-se de um fato relacionado à história e construção de mundo que parece ser desconexo demais em relação ao que foi construído em Breath of the Wild. 

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Ao fim deste artigo, que contém spoilers, você deve concordar que é algo que não pode ser ignorado por qualquer pessoa que jogou o anterior. 

Memória curta

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Até o momento desta publicação, não se sabe, exatamente, quanto tempo se passou em Tears of the Kingdom desde Breath the Wild. A teoria mais aceita entre os fãs é de que o período que separa os dois jogos corresponde a aproximadamente cinco anos, com base em evidências encontradas no novo game. 

De qualquer forma, comparando a diferença de idade dos personagens, não pode ter sido mais de dez anos. Não se trata, sendo assim, de um período considerável, como o século que separa Link das próprias memórias do passado em Breath of the Wild. 

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Sabendo disso, a Hyrule de Tears of the Kingdom estranhamente ignora que a Calamidade aconteceu. Os habitantes do reino não mencionam que sobreviveram a uma ameaça terrível poucos anos antes. 

É como se todos os NPCs com quem interagimos simplesmente tivessem esquecido que os eventos do jogo anterior aconteceram. Uma exceção é a escola fundada por Zelda em Hateno, em que é possível acompanhar uma aula sobre a Calamidade. 

Ganon e Ganondorf

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Pior, personagens importantes não apenas deixam de mencionar os acontecimentos de poucos anos antes como também participam de interações que não fazem sentido para quem presenciou a Calamidade. 

Isso inclui a própria Zelda. Durante a viagem ao passado distante, a Princesa não toma atitudes afirmativas para impedir Ganondorf. Não parece estranho?

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Afinal, estamos falando da heroína que acaba de derrotar Calamity Ganon, que, por acaso, não reconhece a ameça de um homem cujo nome é Ganondorf. Seria mais coerente que a Princesa ao menos supeitasse sobre a conexão entre os dois, não é mesmo?

Melhor, seria coerente que Zelda tentasse impedir Ganondorf para impedir as tragédias que viriam a seguir, tanto no passado quanto no futuro. 

Passado apagado

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Nesse estranho caso de amnésia coletiva, sobra até mesmo para Link. Você deve ter percebido que poucos personagens se lembram do herói. Na maioria das vezes, as interações são primeiros encontros. 

O sentimento é de estranheza, pois tratam-se dos mesmos NPCs com que interagimos em Breath of the Wild. Mesmo personagens de maior importância parecem não ter memória do herói e do que ele fez: nem Hetsu nem mesmo as Great Fairies. 

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Como confirmado por Eiji Aonuma, produtor do jogo, a história não foi prioridade no desenvolvimento de Tears of the Kingdom. Esse processo já deixou marcas em jogos passados, mas, nesse caso, o novo Zelda é uma sequência direta de Breath of the Wild. 

Além disso, mais do que Ocarina of Time e Majora’s Mask, trata-se de um mesmo mundo. Sendo assim, a ausência de ligações entre os dois jogos, mesmo que mínimas, fez falta. 

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The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom está disponível para Nintendo Switch. 


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