Muito mais simples do que os jogos de mundo aberto, Spider-Man: Friend or Foe leva os jogadores em uma aventura na qual é possível transformar inimigos clássicos do Homem-Aranha em aliados, desde que eles sejam derrotados em combate.

A história não é tão especial e, visualmente, o título nunca impressionou. Ainda assim, a possibilidade de jogar no cooperativo local pode fazer muitas pessoas se lembrarem de outros jogos nos quais o teioso se aliava aos vilões. É uma experiência totalmente válida para quem quer fugir dos títulos em mundo aberto.

Falando em jogos que evitam o conceito de mundo aberto, Shattered Dimension possui uma proposta bem particular: em diferentes períodos da história, controlamos versões diferentes do Homem-Aranha, que existem nos universos secundários da Marvel.

A trama é bem mais megalomaníaca, o que pode deixar alguns jogadores um tanto receosos, mas a alternância de jogabilidade quando vemos diferentes versões do Aranha é excelente. Principalmente, nas sequências fortivas do Homem-Aranha Noir, se é que você aprecia o stealth.

É verdade que algumas escolhas de Spider-Man: Web of Shadows são bem questionáveis. Principalmente, quando a cidade é tomada pelos simbiontes bizarros que servem apenas como inimigos genéricos — além de questões relacionadas à história.

No entanto, o envolvimento de outros heróis na trama, como Wolverine e Luke Cage, além de uma versão bem particular da Mary Jane, podem alegrar os fãs que amam crossovers.

E, na boa, aquelas batalhas aéreas com Quick Time Event são divertidíssimas.

Jogos de filmes sempre são arriscados, mas o Homem-Aranha se saiu bem em duas ocasiões. A primeira, como você já deve ter percebido, foi na adaptação do primeiro filme do herói, da trilogia dirigida por Sam Raimi e estrelada por Tobey Maguire.

As teias ainda prendiam no ar com frequência e existiam mais ambientes fechados do que o necessário para um jogo do Aranha, mas a maneira como a história era contada indicava que, a partir daquela proposta, poderia surgir algo incrível.

Foi o que aconteceu dois anos depois, mas vamos guardar essa história para daqui a pouco.

Histórias em que o herói e o vilão se unem para enfrentar uma ameaça maior sempre despertam o interesse dos fãs. Quando Spider-Man and Venom: Maximum Carnage chegou, não faltavam pessoas que quisessem usar as habilidades do Venom, o que podia levar até a algumas briguinhas de vez em quando.

Lançado na década que marca o auge dos jogos beat 'em up, o jogo entrega um combate satisfatório e uma história contada por meio de quadrinhos intercalados com as fases. Era e é uma experiência digna da atenção de todos os fãs do Homem-Aranha.

Esqueça todo o realismo buscado pelos jogos mais conhecidos do Homem-Aranha. Em Ultimate Spider-Man, parece que todos os personagens saíram direto de um filme animado, com direito a efeitos visuais que remetem aos quadrinhos e foram adaptados para uma linguagem audiovisual.

Novamente, temos Wolverine e Venom participando da história de maneira significativa, há participações de outros heróis da Marvel, como o Tocha Humana, e, surpreendentemente, a teia sempre precisava de uma superfície para ficar presa. Isso já não era novidade na época, mas o jogo continuava sendo brilhante.

Alguns jogos do Homem-Aranha eram relativamente respeitados nos anos 1990, mas nada se compara ao impacto de Spider-Man, lançado em 2000. Foi ali que surgiu uma linguagem autêntica que demonstrava o potencial do herói nos jogos.

Os gráficos eram simples, mas algumas mecânicas já impressionavam. Subir na parede, usar teia para se locomover; tudo parecia muito mais realista para aquele contexto histórico e não havia como negar que esse era o primeiro jogo em que nos sentíamos realmente na pele do Aranha.

Inclusive, a seleção de inimigos é impecável, com direito ao melhor chefe final na história dos jogos do herói.

A introdução de Miles Morales em Marvel's Spider-Man era um indício de que viríamos a controlar o próprio em um jogo futuro. Não demorou até que Marvel's Spider-Man: Miles Morales fosse lançado, contando uma história totalmente original com um desfecho até emocionante.

Híbrido entre continuação e DLC, o jogo é muito mais curto do que a aventura de Peter Parker, mas cumpriu duas missões importantíssimas: 1) acalmou quem queria muito voltar para aquele universo e 2) ofereceu uma história de origem digna para Miles.

Além disso, houve uma evolução notável na diversidade de habilidades e dispositivos, algo inerente a Miles Morales, que possui alguns poderes exclusivos.

Esse jogo é simplesmente incrível.

Sempre que você vir um jogo do Homem-Aranha em que a teia precisa atingir uma superfície sólida para que ele consiga se balançar entre os prédios de Nova York, lembre-se: foi graças a Spider-Man 2 que isso finalmente se tornou a regra. Infelizmente, alguns jogos que vieram depois violaram esse princípio básico, mas nada muda o pioneirismo e a importância de Spider-Man 2, que melhora drasticamente tudo o que foi feito no jogo que o antecedeu.

A história era contada de maneira bem didática, com direito a muita liberdade criativa na adaptação do segundo filme do Sam Raimi, a seleção de vilões, novamente, era brilhante e a sensação de que estávamos controlando um herói ágil era incomparável.

Os movimentos acrobáticos para fugir de tiros, seja em câmera lenta ou na velocidade padrão, os saltos que cobriam enormes distâncias, as lutas maravilhosas contra o Doutor Octopus... Estava tudo lá. Spider-Man 2 talvez tenha sido uma das melhores continuações de todos os tempos.

E é graças a esse jogo que, depois, tivemos...

O filho de Spider-Man 2 se chama Marvel's Spider-Man, que também veio com algumas das (poucas) inovações positivas trazidas com títulos como The Amazing Spider-Man, que não apareceu na lista por motivos óbvios.

Além de contar uma das melhores histórias do Homem-Aranha em qualquer tipo de mídia, Marvel's Spider-Man traz combates ainda mais intensos, mesmo que a reação do Homem-Aranha a diferentes tipos de golpes não varie tanto quanto variava em Spider-Man 2.

Navegar pela cidade jogando teias para todos os lados nunca havia sido tão prezoroso até a chegada desse jogo, em que correr (literalmente) pelas paredes era algo tão natural quanto deveria ser em outros jogos. Essa fusão das teias com caminhar a pé pelos prédios é simplesmente perfeita.

Existe uma sequência a caminho, então, pode ser que os elementos básicos de Marvel's Spider-Man atinjam um patamar ainda mais alto. Entretanto, até lá, podemos dizer com segurança que esse é o melhor jogo do Homem-Aranha.