Cyberpunk 2077: V merecia ao menos um final realmente feliz
Depois de tanto tempo investido, é difícil não desejar o melhor
Histórias dramáticas, tradicionalmente, são as mais elogiadas no cinema e nos jogos. Não é difícil entender o porquê: quando algo nos comove a ponto de chorarmos ou ficarmos reflexivos por muito tempo, é sinal de que foi muito bem feito, já que nada daquilo é real (falando sobre ficção, obviamente). The Last of Us, Life is Strange, Red Dead Redemption, Final Fantasy. A lista é longa.
Normalmente, essas histórias trazem personagens "prontos" para controlarmos. Logo, não estamos falando de protagonistas cujas ações e personalidade dependem, essencialmente, do que o jogador escolhe. Eles já possuem as próprias maneiras de pensar e seguem um caminho linear desenhado para eles.
Quando falamos em jogos nos quais o jogador é, de certa forma, o personagem principal, nos colocamos no lugar do protagonista com mais frequência — e queremos controlar a todo custo os desfechos de nossas narrativas. É o meu caso, pelo menos.
Se fui legal com um personagem, quero que ele reaja de acordo. Se tomei as decisões mais sensatas, quero ser recompensado. É o que parece mais lógico. Contudo, a vida não é tão justa. Então, obviamente, os games não poderiam ser.
Mesmo assim, não consigo não lamentar pelos finais possíveis de Cyberpunk 2077. Entendo que era a proposta do estúdio desde o início, mas, como o jogador apegado à minha versão da V que sou, simplesmente me lembro, de vez em quando, dos inúmeros desfechos menos dramáticos que imaginei para ela.
Isso não é uma crítica ao jogo, evidentemente. Trata-se apenas de um desabafo feito por alguém que, surpreendentemente, terminará Cyberpunk 2077 de novo. Inclusive, se você quer saber como o jogo está um ano após o nada positivo lançamento, vem ler nossa análise.