Preview: Zelda: Echoes of Wisdom testa criatividade do jogador

Trazendo problemas com múltiplas soluções, game é divertido e satisfatório

Por Breno Deolindo 04.09.2024 10H00

Toda a minha gameplay de The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom foi acompanhada de um sorriso. Seja pela constante injeção de ânimo ao completar um puzzle, ou pelo senso de humor inesperado e pontual do game. A convite da Nintendo, o The Enemy pode conferir um pouco do início do game a portas fechadas, na PAX West, e as impressões foram bem positivas.

Echoes of Wisdom é mais um título que faz parte da série principal de The Legend of Zelda — ponto que, inclusive, foi bem destacado pela Nintendo na apresentação antes do gameplay. Dessa vez, entretanto, a protagonista é a própria Zelda, e como se essa novidade não fosse suficiente, também é o primeiro game da franquia localizado para português brasileiro.

A história começa com misteriosas fendas que vão surgindo por Hyrule e devorando aquilo que encontram, sejam pessoas ou construções. Link, inclusive, é absorvido por uma dessas, separando-se de nossa princesa. Zelda acaba sendo acusada de ser a responsável pelos esquisitos fenômenos, e é colocada na cadeia como forma de precaução.

Divulgação/Nintendo

A primeira sequência do game já acontece nessa cela. Somos apresentados a Tri, simpática criatura que te acompanha a todos os momentos e te fornece um poderoso cetro, capaz de criar os tais Ecos que estão no título do jogo. Usando o novo equipamento, Zelda consegue copiar alguns objetos e criaturas que já tenha encontrado, e eles podem ser usados tanto em puzzles quanto combate.

Resolução de problemas é o elemento central do jogo, e está presente desde a primeira tela. Criar objetos para alcançar lugares mais altos e desviar de guardas é necessário para escapar da cadeia nas fases que iniciam a campanha. Explorando o mundo, vários outros desafios similares vão sendo apresentados ao jogador.

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Como espera-se de um jogo da série, entretanto, há muitas respostas possíveis para a mesma situação. O repertório de Ecos no cetro de Zelda é permanente, e cresce bastante mesmo com poucas horas jogadas; as opções inertes vão de mesas a árvores, passando por camas, trampolins e muito mais.

A criatividade tem que ser colocada pra jogo nos momentos de avançar ao próximo cenário, mas isso não é feito de forma intimidadora; na verdade, é bem satisfatório se sentir inteligente por alguns segundos.

Diferente de Tears of the Kingdom, que pode assustar alguns jogadores com sua imensidão, Echoes of Wisdom traz um ambiente mais aconchegante. Posicionamento de câmera e outros elementos do cenário te dão algumas indicações, que não chegam a ser dicas, de como avançar, tornando tudo um pouco mais amigável.

Com o tempo, os Ecos deixam de ser suficientes para superar todos os obstáculos, e Zelda aprende novas habilidades: ambas vinculam seu corpo a objetos, mas funcionam de formas diferentes. Enquanto uma faz com que o objeto linkado copie os movimentos da princesa, o outro faz com que Zelda siga o movimento de elementos móveis.

Por exemplo: para mover uma rocha gigante, Zelda pode se linkar a ela e "empurrá-la" ao andar para um lado ou o outro, jogando-a em um abismo ou algo do tipo. Na outra situação, linkar-se a uma plataforma móvel que não pode ser alcançada com pulos é uma maneira de atravessar abismos no cenário.

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Isso tudo só diz respeito aos objetos inanimados, mas a lógica também se aplica aos inimigos e, consequentemente, ao combate. Ao derrotar uma criatura, Zelda consegue absorvê-la como Eco e reproduzí-la para atacar seus inimigos — e caso você esteja pensando como o primeiro inimigo de todos é derrotado, basta arremessar uma caixa ou uma pedra nele.

Os combates rotineiros costumam ser resolvidos ao invocar um monstrinho para responder os ataques, mas arremessos e até as magias de vinculação de movimentos também cumprem seu papel no campo de batalha, permitindo imobilizar inimigos ou arrancar escudos.

Com as mecânicas básicas aprendidas, encaramos nossa primeira dungeon, localizada no Mundo Inerte — aquele que está além das fendas que assombram Hyrule. Nesse ponto, o visual do jogo muda completamente: saímos de um ambiente com cores vivas para algo mais sombrio e que transmite a aura de desafio.

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Foi lá que encontramos dois chefões, e ao enfrentá-los, o game meio que… continua sendo um puzzle? Entender os padrões de movimento, e até os pontos do cenário que te dão posicionamento favorável é importantíssimo, assim como encontrar uma combinação de Ecos que seja eficiente contra os monstrengos. Durante nossa gameplay, enfrentamos dois chefões, e ambos tinham elementos que obrigavam o jogador a pensar um pouquinho.

Ao derrotar o primeiro deles, aprendemos a usar a Forma Espadachim, que dá algum ar de jogo de ação à aventura. Por um curto período de tempo, o jogador pode usar sua espada para atacar, contando até com ataques giratórios, dando uma abordagem a mais para os combates.

Divulgação/Nintendo

A impressão, entretanto, é que o game não quer que o jogador se acomode nisso. A duração do Modo Espadachim é de apenas alguns segundos, e a energia necessária para ativá-lo é fornecida em situações específicas. O foco é realmente na criação de seus Ecos e em entender como cada um pode te ajudar.

Inclusive, em uma gameplay onde quase tudo era fofo e divertido, apenas um ponto foi incômodo: posicionar seus Ecos nem sempre é tão preciso quanto poderia ser, criando uma frustração que dura alguns poucos segundos. Felizmente, o processo de criar e destruir os objetos é bem ágil, então não é algo tão problemático.

No mais, as diferentes e criativas formas de resolver os quebra-cabeças é algo que deve trazer algum divertimento para jogadores e, especialmente, ao assistir a transmissões de criadores de conteúdo. Durante nossa sessão, escutamos de um funcionário que uma de nossas resoluções foi algo que ele nunca tinha visto ou pensado, e foi possível escutar isso outras vezes pela sala de testes.

Echoes of Wisdom promete ser mais um The Legend of Zelda que apelará para a variação no gameplay. A diferença é que, com uma identidade visual e proposta mais simples, o game passa longe do intimidador e deve receber um público amplo em comparação com seus antecessores mais recentes. O jogo chega no dia 26 de setembro para Nintendo Switch e, vale reforçar, terá localização para português brasileiro.