Nintendo, Sony e Microsoft se opõem à tarifa de Trump em carta pública

Tarifa proposta pelo governo dos Estados Unidos afetaria produtos importados da China

Por Rafael Romer 26.06.2019 13H25

Ventilada pelo governo de Donald Trump em maio deste ano, a taxa adicional de 25% que pode ser aplicada a produtos importados da China deixou a indústria de games preocupada.

Divulgada publicamente na semana passada e direcionada ao Escritório de Comércio dos Estados Unidos, uma carta conjunta produzida pela Nintendo, Sony e Microsoft se opõe a possível implementação da tarifa, destacando o impacto negativo que a taxa poderia ter na produção de consoles de games.

Subdividida em uma série de pontos de destaque, a carta começa destacando a importância da indústria de games para a economia dos Estados Unidos, incluindo dados sobre a quantidade de empregos gerados pelo setor e pelas receitas movimentadas nos últimos anos – que bateu US$ 43,4 bilhões no ano passado.

Na sequência, as três empresas destacam as dificuldades enfrentadas pelo setor para a produção de seus produtos de hardware, que dependem de mão-de-obra especializada e de uma cadeia de produção complexa que envolve a China diretamente. Segundo as companhias, 96% dos consoles importados para os Estados Unidos no ano passado foram trazidos do país asiático.

"Transferir a cadeia de produção para os Estados Unidos ou para um país terceiro traria uma interrupção significativa, e aumentaria os custos – mesmo além das tarifas propostas – em produtos que já são fabricados com margens apertadas", afirma o texto.

"Uma mudança, mesmo em um único fornecedor, deve ser analisada com cuidado para mitigar riscos de problemas de qualidade do produto, de falta de confiabilidade e de segurança do consumidor", explica a carta, ressaltando que as taxas afetariam os negócios da empresa e, em decorrência disso, diminuiria a rentabilidade do setor.

Além das próprias fabricantes, a carta destaca que um aumento nos preços de consoles tornaria a aquisição de novos equipamentos proibitiva para muitas famílias americanas, afetando assim uma série de outras empresas dos Estados Unidos envolvidas no setor –desde fabricantes de periféricos até desenvolvedoras pequenas e médias de jogos.