Nintendo, Sony e Microsoft se opõem à tarifa de Trump em carta pública
Tarifa proposta pelo governo dos Estados Unidos afetaria produtos importados da China
Ventilada pelo governo de Donald Trump em maio deste ano, a taxa adicional de 25% que pode ser aplicada a produtos importados da China deixou a indústria de games preocupada.
Divulgada publicamente na semana passada e direcionada ao Escritório de Comércio dos Estados Unidos, uma carta conjunta produzida pela Nintendo, Sony e Microsoft se opõe a possível implementação da tarifa, destacando o impacto negativo que a taxa poderia ter na produção de consoles de games.
Subdividida em uma série de pontos de destaque, a carta começa destacando a importância da indústria de games para a economia dos Estados Unidos, incluindo dados sobre a quantidade de empregos gerados pelo setor e pelas receitas movimentadas nos últimos anos – que bateu US$ 43,4 bilhões no ano passado.
Na sequência, as três empresas destacam as dificuldades enfrentadas pelo setor para a produção de seus produtos de hardware, que dependem de mão-de-obra especializada e de uma cadeia de produção complexa que envolve a China diretamente. Segundo as companhias, 96% dos consoles importados para os Estados Unidos no ano passado foram trazidos do país asiático.
"Transferir a cadeia de produção para os Estados Unidos ou para um país terceiro traria uma interrupção significativa, e aumentaria os custos – mesmo além das tarifas propostas – em produtos que já são fabricados com margens apertadas", afirma o texto.
"Uma mudança, mesmo em um único fornecedor, deve ser analisada com cuidado para mitigar riscos de problemas de qualidade do produto, de falta de confiabilidade e de segurança do consumidor", explica a carta, ressaltando que as taxas afetariam os negócios da empresa e, em decorrência disso, diminuiria a rentabilidade do setor.
Além das próprias fabricantes, a carta destaca que um aumento nos preços de consoles tornaria a aquisição de novos equipamentos proibitiva para muitas famílias americanas, afetando assim uma série de outras empresas dos Estados Unidos envolvidas no setor –desde fabricantes de periféricos até desenvolvedoras pequenas e médias de jogos.