Review: Travis Strikes Again: No More Heroes
Papo profundo e jogabilidade rasa no retorno de Travis Touchdown
Na biblioteca de jogos do Wii chamam bastante atenção o dois jogos da série No More Heroes. Concebidos pelo excêntrico diretor Goichi Suda (o Suda51), os títulos apresentam violência caricata, históricas malucas e complexas e uma jogabilidade hack'n slash divertida, ainda que às vezes repetida.
A série sofreu com uma fraca adaptação do primeiro episódio para PlayStation 3 e Xbox 360 e pulou completamente o Wii U para agora voltar no Nintendo Switch.
Anunciado na conferência de revelação do Switch, Travis Strikes Again surge como um spin-off, ainda que preservando de forma mais simples a identidade da franquia.
Por um lado, o game mantém a narrativa maluca e inesperada típicas de No More Heroes, simplificando tudo isso em uma interface de adventure de texto.
Por outro, Travis Strikes Again simplifica bastante a simplicidade, trazendo a ótima possibilidade de jogar a camapanha inteira em multiplayer cooperativo, com outra pessoa controlando o novato Badman, mas ao custo de muita simplicidade e repetição.
Todas as fases apresentam o mesmo estilo de jogo, ainda que com boa variedade de cenários. Travis se movimenta e ataca de forma ágil para atacar hordas de inimigos bem repetitivos, o que pode desanimar algumas pessoas de seguirem adiante. Na maioria das vezes o desafio está mais em gerenciar as quantidades crescentes de adversários do que exatamente contra os golpes e padrões de ataques deles.
Os herói têm à disposição poderes especiais que permitem atacar grandes grupos, disparar projéteis ou até recuperar vida, uma variedade boa o bastante para se adaptar ao seu estilo de jogo.
Em termos gráficos o game não apresenta uma evolução muito grande em relação aos anteriores, mas isso não chega a ser um problema já que Travis Strikes Again mantém o estilo caricato também típico de No More Heroes.
O que acaba salvando mesmo a brincadeira é o enredo completamente maluco de Travis Strikes Again, infelizmente explicado mais por textos do que por animações. A trama gira em torno de um videogame perigoso demais para ser jogado e que transporta os usuários para dentro do mundo virtual. Caso você aprecie o humor meio nonsense e repleto de referências a cultura pop de Suda51 vai ser um prato cheio e motivo o bastante para encarar o grind repetitivo das fases.
O resultado final de Travis Strikes Again é um jogo raso e repetitivo de história maluca e repetitiva, mas que carrega consigo um ponto positivo que enche de esperança: o simples fato de ele existir já permite sonhar com um eventual No More Heroes 3. Que ele venha e seja mais profundo e elaborado do que esta estreia de Travis no Switch.