Programa de Indie | FTL: Faster Than Light

Traiçoeiro e viciante, este game é como um buraco negro

Por Míriam Castro 10.01.2014 16H47

Sua nave carrega dados importantes para a Federação. Cabe a você, o capitão, conduzi-la em segurança por oito setores espaciais. Em FTL: Faster Than Light, você comanda tripulações, percorre distâncias em busca de suprimentos e tenta sobreviver a batalhas. Por horas a fio, sem nem perceber o tempo passar.

ftl-3

ftl-1

ftl-2

O game é um dos exemplos de sucesso do Kickstarter. Com meta de US$ 10 mil, o projeto da californiana Subset Games ultrapassou os US$ 200 mil. O apoio foi essencial para a elaboração desta mistura de simulador e roguelike - nome costumeiramente usado para uma variante dos RPGs em que os mapas são gerados aleatoriamente e em que a morte representa o fim de jogo.

Assim como em Don't Starve, título que já mencionamos no Programa de Indie, em FTL: Faster Than Light a morte vem subitamente. Em um momento, sua nave voa perfeitamente bem. No minuto seguinte, um encontro aleatório destrói seus escudos e incendeia seu tanque de oxigênio, asfixiando a tripulação.

Além dos encontros aleatórios, o jogador precisa se preocupar com a perseguição de uma frota de naves rebeldes. Caso perca muito tempo explorando os setores, pode ser alcançado pelos inimigos. Fim de jogo. No entanto, se for apressado e quiser chegar logo ao fim, perde chances de explorar o cenário e melhorar sua nave, perdendo posteriormente. Fim de jogo também.

A pressão é importante para forçar o jogador a tomar decisões rápidas. Certa vez, eu estava quase sem combustível. Voltar para buscar mais aumentaria minhas chances de ser capturada. Mas era impossível saber se no próximo setor haveria um novo estoque, ou se meu destino era vagar pelo espaço, sem combustível e sem rumo.

Fugir dos encontros aleatórios não é uma vergonha. Às vezes, simplesmente não dá para enfrentar as situações que o jogo oferece. Com o gerador de oxigênio em chamas, tripulantes à beira da morte e problemas no escudo da nave, a solução mais sábia é dar no pé.

Você vai perder muitas vezes mais do que gostaria. Nas partidas subsequentes, com certeza usará o que aprendeu. Mas vai morrer mesmo assim. E começar de novo, de novo e de novo. As horas passam despercebidas, pois FTL: Faster Than Light é traiçoeiro e viciante. É como ser sugado por um buraco negro.

*Na seção Programa de Indie, os redatores do Omelete indicam jogos criados por produtoras independentes. As sugestões são publicadas de forma quinzenal - deixe a sua opinião e compartilhe outros games independentes nos comentários!