Guitar Hero III: Legends of Rock

Não tem sexo nem as drogas, mas rock and roll não falta

Por José Marque 14.11.2007 00H00
Depois da decepção de Guitar Hero Encore: Rock the 80s

Guitar Hero

Guitar Hero

Guitar Hero 3

, um "mais do mesmo" com uma seleção de músicas fraca se comparada às dos jogos anteriores da série, os fãs dos duelos de guitarra nos videogames têm, finalmente, novos motivos para ver a Activision e a Neversoft com bons olhos.

Guitar Hero III: Legends of Rock é um retorno à qualidade da franquia e a lança a um novo patamar. Não apenas pela seleção de faixas, mas também pela melhoria técnica do título e de seus recursos.

A principal novidade são os "chefões", um recurso amplamente explorado em jogos eletrônicos, mas até então inédito na franquia criada pela RedOctane. Em GH3 os jogadores batalham com guitarristas de fama como Slash, do Guns 'n Roses, e Tom Morello, da banda Rage Against The Machine.

As batalhas exigem do jogador destreza na realização das notas corretas e estratégia na hora de utilizar os bônus recebidos para atrapalhar o desempenho do chefão. Cordas cortadas, aumento na dificuldade ou a inversão dos comandos são alguns dos desafios que o jogador enfrentará e utilizará para derrubar o oponente. Após a vitória, o jogador poderá tocar uma música com o chefão ("Bulls on Parade", no caso de Morello e "Welcome to the Jungle", com o Slash) e depois poderá utilizar o oponente como personagem jogável.

Embora este artigo tenha se baseado na versão mais limitada, a de PlayStation 2, os recursos gráficos também mostraram melhoras. Bons cenários e pequenas animações mostram as passagens de nível, contando a história da banda de garagem que consegue, aos poucos, um contrato com uma grande gravadora. Trata-se da mesma banda das versões anteriores, que volta agora em modelos aperfeiçoados: O vocalista "canta a música" com mais perfeição de movimentos, a banda interage melhor no palco e os movimentos do guitarrista, o jogador, estão mais coerentes e humanos.

Essa "humanização" é perceptível também na utilização do bônus Star Power. Na versão anterior, ele dava ao jogador via uma série de movimentos absurdos, entre eles o de rodar uma guitarra na perna enquanto ainda tocava, ou ainda tocar uma guitarra elevada ao ar por magia. Agora, quando o bônus, coletado conforme os acertos do jogador, é utilizado, os movimentos realizados não são impossíveis. Outro recurso novo é o contador de acertos, que mostra quantas notas em seqüência o jogador obteve - até que um erro seja cometido, zerando o contador.

A seleção de músicas traz bandas de grande popularidade, como Kiss, Iron Maiden, Rolling Stones, The Who, Sex Pistols, Aerosmith, Smashing Pumpkins, Slayer e Metallica. O modo cooperativo traz o desafio para dois jogadores e também faixas ligeiramente diferentes, com as bandas Beastie Boys, The Strokes, Red Hot Chili Peppers e Blue Öyster Cult.

Cada êxito leva ao recebimento de uma quantia em dinheiro virtual, que pode ser aplicada em faixas, guitarras, personagens e outros itens do game. Agora, o catálogo de músicas para vendas traz mais faixas de bandas famosas, como Héroes del Silencio, Lacuna Coil, The Hellacopters e In Flames.

Outra categoria de itens interessantes que podem ser comprados é a de vídeos, que mostram detalhes do making of do game, como a participação de Slash, que diz que está ficando melhor em suas habilidades com o controle em forma de guitarra; Tom Morello, que acha que o jogo é uma oportunidade de deixar os guitarristas mais humildes ao serem derrotados por fãs; e Bret Michaels, vocalista do Poison e que regravou os vocais da faixa "Talk Dirty to Me" e emprestou seus movimentos ao vocalista virtual.

Guitar Hero III é, portanto, um retorno à boa forma da franquia. As groupies agradecem. Resta esperar agora pelo lançamento do promissor Rock Band, o primeiro título a colocar em jogo a coroa da boa e velha série favorita dos guitarristas de PlayStation.