Star Wars: Battlefront | Crítica

Um jogo digno da grandeza de Star Wars

Por Érico Borgo 17.11.2015 18H28

É noite e estou abaixado sob uma enorme folhagem na lua florestal de Endor, esperando soldados imperiais saírem da estrutura à frente. Meu blaster reluz enquanto ao longe vejo lasers se cruzarem no céu e explosões indicam outra zona de conflito. O marcador mostra 81 a 81. Não quero morrer para não engrossar o placar do Império. O primeiro lado que chegar a 100 mortes, afinal, leva a partida. Os imperiais que meu radar indicava estarem próximos enfim saem. Levo um com rajadas do blaster, mas seu companheiro de pelotão se vinga. Pelo menos empatei, não prejudicando o time.

Star Wars Battlefront é assombrosamente divertido. A combinação do estilo clássico de jogos de tiro em primeira (aqui também terceira, pois há a opção de trocar) com a narrativa indireta, entranhada no DNA dos fãs da série, é perfeita. Não importa que não exista uma campanha single player, pois a história está em cada elemento do cenário, cuidadosamente digitalizado pela DICE a partir dos arquivos da Lucasfilm. A experiência solo é restrita a treinamentos, modo Sobrevivência (estilo horda, com possibilidade de tela dividida para dois jogadores) e alguns modos com bots.

Com opções multiplayer variadas nos servidores - e mundos como Sullust, Tattoine, Hoth, Fábricas do Império e a citada Endor -, o game se sustenta bem na qualidade gráfica realista e nos mapas cuidadosos, em que se deve permanecer alerta e cuidar para que o card correto esteja equipado no seu personagem.

Cada jogador pode equipar até dois recursos extras no L1 e R1 e um terceiro upgrade que favorece o funcionamento de algum dos itens. Dois tipos de granada e um tiro mais preciso formam minha configuração favorita, mas tenho estudado as dos jogadores que mais me mataram nos últimos dias, buscando um padrão. Há um elemento estratégico agradável em Star Wars Battlefront e tenho investido meus pontos de fim de partida para comprar um jet pack... mas o ranking 15 que o destrava ainda está bem distante do meu atual, o nono.

O modo descrito, dos 100 pontos, é o Supremacia. Ao seu lado na tela de seleção há diversos outros, como o Walker Assalt (andadores At-At precisam chegar à usina de força rebelde) e diversos que são variações, em estilo Star Wars, de modos clássicos tipo Capture a Bandeira. Os modos que envolvem heróis, por sua vez, dão um toque de novidade ao game.

Em um deles, um jogador heroico precisa enfrentar sozinho outros jogadores comuns. Por enquanto há seis personagens heroicos para comandar em Battlefront. Do lado da Aliança, Luke, Han Solo e Leia Organa. No Império, Darth Vader, Palpatine e Boba Fett. Luke e Vader usam seus sabres de luz e poderes da Força. Han Solo e Boba Fett são mais baseados em tiro e habilidades com o blaster. Já Leia tem funções mais estratégicas, como a criação de escudos, enquanto Palpatine dispara raios de suas mãos.

Além dos heróis, veículos clássicos dos filmes podem ser controladas com maior e menor grau de dificuldade. Os caças Asa-X, Snowspeeder e Tie-Fighter funcionam de modo parecido, mas mantendo suas particularidades e manobras próprias. Já os speeders imperiais são complicados de guiar e acabei replicando vezes demais a cena dos stormroopers batendo em árvores de O Retorno de Jedi... por sua vez, os andadores AT-ST são diversão garantida (além de certeza de alto número de mortes, algo ótimo para subir sua pontuação e posição no ranking).

Dess forma, a ambientação espetacular do Universo Star Wars somada à qualidade absurda dos detalhes, sons e a jogabilidade amigável devem render horas de entretenimento para os fãs da saga. Mas fica o aviso... que a Força esteja com você nos servidores repletos de viciados. Não tema aquele que te matará com uma granada... o medo é o caminho para o Lado Negro. Encarar o multiplayer você precisa.

Nota do crítico