Mas, felizmente, a hostilidade não saiu das telas dos computadores. Com times de São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro, Campinas e muitas outras cidades, os anfitriões deram um show de respeito e organização.
| Staff |
Dessa vez, o que estava em jogo não eram mouse pads ou horas grátis em LANs Stores, era a primeira chance de um time representar os brazucas em um torneio internacional. Os campeões (patrocinados pela Network Store MONKEY) irão com tudo pago para Dallas, onde enfrentarão feras do mundo inteiro e, se levantarem o caneco americano, embolsarão U$25,000.
A princípio foram 32 times, que se enfrentavam num mata-mata, em eliminatórias simples. Os sobreviventes que chegaram às quartas-de-final, disputaram eliminatória duplas, podendo recorrer à repescagem para disputar uma vaga na fase seguinte.
Como todos estavam dispostos a batalhar muito pelos asentos do avião, não havia partidas fáceis e os jogos com duas ou até três prorrogações tiveram jogadas sensacionais, como a do Ray do PN, que como último sobrevivente no time, matou os outros cinco do time adversário, desarmando a bomba faltando segundos para o fim do round!
Do lado de fora da loja, estava instalado um telão com transmissão dos jogos para toda a galera que estava assistindo. Algo em torno de 100 pessoas olhavam para a telona, vibrando, como em uma final de copa do mundo. Cada head-shot dado, era como um gol de bicicleta. :-)
E só quem estave lá teve a chance de presenciar um dos melhores jogos da história do CS brasileiro: EMB (Esquadrão Morte Brasília) X MK-C (Monkey Campinas), travaram uma guerra de tática e habilidade. Tiros certeiros, ataques fulminantes. O EmB, vindo da repescagem, teria que ganhar dois jogos para sagrar-se campeão. Mas pela frente estavam os invictos campineiros que, em dois jogos, precisavam de apenas uma vitória para garantir as passagens para Dallas.
| EmBs e MK-Cs |
No primeiro jogo, no mapa De_Nuke, o pessoal de Brasília foi com tudo, e garantiu a sobrevivência no campeonato, ganhando dos Mk-C num placar surpreendente: 9x3.
No segundo jogo, a grande decisão. No primeiro tempo os dois times estavam impecavelmente idênticos. E a cada round que passava, para nós da torcida, e para a organização, não restaram dúvidas de quem saísse vivo daquele combate representaria muito bem nossa nação. Predat e Plusion do EmB têm uma atuação extraordinária, mas os Mk-C correram atrás do resultado e empataram no último round, terminando o primeiro tempo em 4 a 4.
Começa a segunda etapa e logo os EmB abrem 3 a 1. A torcida começa a gritar EmB! EmB! EmB!. A pressão era grande... só mais dois rounds e eles seriam campeões. Figuraças se destacaram na torcida, como um sujeito de boné azul, que parecia estar vendo Brasil x Argentina em final de copa do mundo, torcendo desesperadamente.
A partir daí, a macacada de campinas converteu o que seria catimba em desafio. PoP_Choco, Snake e sua turma jogaram um bolão e conseguiram virar o placar, fechando o tempo em 5 a 3 e o jogo em 9 a 7.
Méritos à parte, tanto EmBs quanto Mk-Cs estão de parabéns e mostraram para todos, qual é realmente o verdadeiro espírito do Counter-Strike: O jogo estratégico e em equipe.
Vamos lá MK-C! O Omelete está com vocês! :)
| Angel, e toda a galera que ficou para conferir a final |
Em uma entrevista exclusiva, Leonardo De Biase (mais conhecido como Angel), representante da Cyberathlete Professional League (Liga Profissional dos Cyber-Atletas) no Brasil, e organizador do Qualify que rolou no Rio de Janeiro, diz ao (o) como foi o campeonato, e quais são suas expectativa pra esse ano do CS aqui no Brasil:
Angel: Primeiramente muito obrigado pela cobertura que vocês fizeram do nosso torneio. Espero cada vez mais poder contar com o apoio da mídia nacional para divulgação desse nosso novo ESPORTE. O que posso dizer sobre o Rio&qt;& Tirando um atraso de 20 minutos por problemas de hardware foi tudo muito tranqüilo. A nata do CS no Brasil estava presente e é óbvio que só podiam sair ótimas partidas. Ainda vamos agitar muito o cenário de Games por aqui este ano não só com CS mas também Quake3, Unreal Tournament, Age of Empires entre outros.
(o): Angel, ano passado você esteve nos Estados Unidos e presenciou um campeonato da CPL. Nesse fim de semana aconteceu o maior campeonato de Counter-Strike no Brasil. Foi um sucesso. A Monkey está de parabéns, e nós jogadores só temos que agradecer pelo tanto que vocês contribuem para o CS que vêm crescendo muito aqui em terras tupiniquins. Fazendo uma análise do torneio Americano e do 1º Qualificatório MONKEY - Speakeasy Dallas no Rio de Janeiro, nossos times, táticas e jogadores, devem alguma coisa para os gringos&qt;& Quem são os craques lá fora&qt;&
| Angel, botando a mão na massa :) |
Angel: Já adianto uma coisa: O MK-C vai voltar com o primeiro lugar :) Presenciei vários jogos do pessoal lá de fora e realmente vi que eles jogam muito bem. Os times de Dallas como Syn e X-Men e os Suecos dos Eyeballers jogam bem entrosados, mas acho que o único motivo de uma eventual derrota Brazuca seria por pressão psicológica.
(o): Você, assim com eu, fazemos parte dos primórdios do Counter-Strike, época que não se ouvia falar nem em Half-Life direito. Hoje a história não é mais bem essa. NetWork stores, passam o dia inteiro lotadas, são mais de dez servers online a nossa disposição, mas que dificilmente têm algum lugar vazio para jogar. As premiações engordando... e ao mesmo tempo que tudo vai progredindo, junto com a fama, o CS traz consigo, aqueles que gostam de estragar a diversão do outro, com cheats, e se divertindo em matar o próprio time. Você vê esse crescimento como uma coisa boa, para os amantes do CS&qt;&
Angel: Os cheaters sempre irão existir. Por isso mesmo que a MONKEY e a CPL promovem os jogos em LAN e não via Internet, pois assim fica mais fácil vigiar os espertinhos. Quanto aos grande cheaters o futuro deles todos já sabem. Ou cairão no esquecimento, ou serão mais espertos e venderão seus serviços para empresas de desenvolvimento de softwares justamente para combater outros cheaters com seu conhecimento.
(o): O Qualify que aconteceu no Rio de Janeiro, foi aquilo que vocês da organização esperavam&qt;&
Angel: Sim, e muito mais. Foi a prova de fogo do novo sistema de disputa das partidas por round e não por tempo. Foi sensacional. Jogos mais rápidos, sem camperagem e com mais tempo de sobra para os times aquecerem.
(o): O que podemos esperar dos próximos eventos brasileiros&qt;&
Todo mundo está vendo o retorno que este Qualificatório está tendo em fóruns e sites espalhados por aí. Tenho certeza que quem não compareceu neste irá dar algum jeito de aparecer no próximo. Os times se solidificarão cada vez mais para se tornarem competitivos e cada vez mais um número maior de participantes e espectadores comparecerão aos eventos só para reencontrar velhos amigos e é claro para batalharem por um lugar ao sol.
O Omelete agradece a Leonardo De Biase pela entrevista.
